Merval Pereira fala sobre uma semana tumultuada na Câmara dos Deputados. O foco das atenções agora se voltam para o Senado, com o arcabouço fiscal e o marco temporal das terras indígenas. Merval acredita que a situação do governo é mais confortável no Senado a partir da atuação de Rodrigo Pacheco. Além de ser mais cordato do que Lira, Pacheco tem alguns interesses pessoais, o maior deles ser nomeado ministro do STF. ‘No Senado, o governo vai ter mais vantagens para negociar'.

Merval Pereira avalia a situação política do governo, que tem sido pressionado pela Câmara dos Deputados. 'Lira faz com Lula a mesma coisa que fez com Bolsonaro, forçando-o a se entregar', afirma. 'É mais difícil com o PT, que tem uma estrutura partidária importante.' Para Merval, Lula precisa ter paciência para reagir e costurar acordos até que tenha vida nova com a melhora da economia.

No Momento da Política, Merval Pereira reflete sobre as negociações escassas entre governo e Câmara no tocante ao marco temporal, aprovado a contragosto da gestão federal. 'Não se está agindo com presteza para conversar', pontua. 'O governo só se preocupa quando perde.' Agora, será sempre preciso dar algo em troca para aprovar pautas caras ao programa de governo de Lula.

Merval Pereira fala sobre a preocupação de Lula em nomear pessoas da inteira confiança dele para o Judiciário. Ele nomeou oito ministros nos outros dois governos e se diz decepcionado com todos eles, com exceção de Lewandowski. Comentarista destaca que Lula parecia mais preocupado com a qualidade e o simbolismo das nomeações. Hoje, ele está mais preocupado em nomear pessoas próximas a ele.

Com diversas medidas provisórias editadas pelo presidente Lula prestes a vencerem, Lula e governo têm dias muito importantes pela frente. Merval Pereira analisa a situação e acredita que a gestão petista não deve conseguir, por exemplo, frear o esvaziamentos dos ministérios e ter voto de minerva do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf. 'O governo só aprovou a âncora fiscal porque uma rejeição afetaria o país', pontua.