A essência e a ciência de J. Rawls e John Robinson com mediação de Kamau [DISCOTECAGEM COMENTADA]
Em novembro de 2023, numa segunda-feira quente, encontramos na @intercommunalmusic John Robinson (@johnrobinsonmusic) e J. Rawls (@jrawls82). Mais do que grandes produtores do hip-hop estadunidense – fundadores e integrantes de grupos como Lone Catalysts e Scienz of Life, colaboradores de nomes como Talib Kweli, J-Live e Makeba Mooncycle —, são também intelectuais da cultura. Atuam em iniciativas educacionais, como a Youth Culture Pedagogy (um guia para fortalecer as relações entre professores e estudantes por meio do hip-hop), e em pesquisas que resgatam a tradição do jazz dos anos 1960, como no disco The 1960s Jazz Revolution Again….Nessa Discotecagem Comentada, Robinson e Rawls compartilham sua trajetória, entrelaçando produção musical e educação, jazz e rap, com mediação de @kamau_.Foram mais de três horas de conversa: da caminhada de J. Rawls e John Robinson às histórias com nomes como MF Doom, Mos Def, Talib Kweli, Madlib, Quarteto em Cy, Djavan, Astrud Gilberto — e muitas outras pessoas e lugares que marcaram suas jornadas.
--------
2:45:57
--------
2:45:57
Baile na favela do maranhão – políticas do prazer e territórios em desaparecimento por Thaís Regina
A luta pelo espaço é também a luta pelo tempo. O tempo como lugar na história e o tempo em que é possível gozar, viver, ser.Neste episódio especial, produzido por meio do edital “Memórias do presente: comunicação em direitos humanos”, do Memorial da Resistência, a jornalista Thaís Regina investiga a história da Favela do Maranhão, território que nunca esteve nos mapas oficiais da cidade de São Paulo e que foi varrido definitivamente pelo processo de desfavelamento empreendido nos anos 1970, durante os anos de chumbo da ditadura militar. Em um ensaio que vai da Favela do Maranhão à Favela do Moinho, da Carolina Maria de Jesus à prisão do Poze do Rodo, esse episódio reúne diferentes arquivos, depoimentos e vestígios que desenham a paisagem da cidade a partir de práticas de solidariedade, resistência e prazer. Pesquisa e produção: @apropriathaisreginaColaboração: @rodrigoxcorrea e @dvanessinhaEdição: @vanrozendo
--------
1:06:24
--------
1:06:24
A vanguarda da desesperança – o punk brasileiro entre a crise e a mobilização [FREQUÊNCIA PARALELA]
A falta de horizonte, a dificuldade de articular alternativas e de experimentar outra vida têm marcado nosso tempo de forma determinante, inaugurando sentimentos ainda sem nome e afetando nossa capacidade de mobilizar vontades e ações. Mas, se a desesperança é a condição que conseguimos reconhecer, por que não tomá-la como insumo para exercitar a criação de um novo vocabulário – capaz de deslocar a atomização e o sofrimento?Talvez o punk tenha sido a maior expressão cultural a transformar a desesperança em combustível para elaborações estéticas que reverberaram em ações coletivas e formas de vida. Neste episódio, visitaremos algumas produções do punk nacional dos anos 1980 que ajudam a articular noções que atravessam os dilemas do presente – da precarização do trabalho ao sofrimento psíquico, do genocídio na Palestina ao avanço tecnológico em direção a uma inteligência artificial geral.
--------
36:50
--------
36:50
Por uma estética do conflito – arte como política de rua com Raphael Escobar
A prática artística de Raphael Escobar é também educacional e política. Marcada pelo trânsito entre museus, galerias e a rua – especialmente a Cracolândia – vemos nela a proposição do conflito como chave para subversão dos espaços e o escancaramento das contradições dos lugares tidos como públicos.Contra a tecnologia de morte aplicada pelo Estado sobre populações vulneráveis, blocos de carnaval, rodas de samba e rima e práticas das artes visuais são usadas como tecnologias de vida na ativação de pessoas e lugares onde a opressão é regra. E a conversa de hoje é sobre isso. Confundir para organizar, organizar para tomar. A alegria, os museus, a criação, a dignidade.
--------
55:55
--------
55:55
A crise é cognitiva – a guerra cultural e os fins da internet com Leonardo Foletto
Quem teve acesso à internet do fim dos anos 90 e começo dos anos 2000 jamais imaginaria que ela se tornaria um dos principais instrumentos para a elaboração do fascismo de nosso tempo, um impulsionador da crise política e estética, seguido da crise cognitiva que determinaria uma nova subjetividade em seus usuários, assim como uma nova definição de capitalismo ultraprecarizado e ultraliberal, que confundiu ainda mais os limites do trabalho, das liberdades e da democracia liberal.
Da guerra cultural à plataformização, passando pela monopolização das Big Techs e a disputa geopolítica baseada nas tecnologias criadas a partir do que resta da internet, Leonardo Foletto caminha sobre uma breve história das redes de compartilhamento, da pirataria, do hackativismo até o apodrecimento algorítmico fascista em que nos encontramos agora.