Alexandre da Maia, Raphael Dorsa Neto, Rádio Cultura FM de Brasília 100,9
Programa semanal sobre a história da música no Brasil do século XX, produzido e apresentado por Alexandre da Maia e Raphael Dorsa Neto. Produção e locução das v...
Alberto Nepomuceno (1864–1920) é amplamente reconhecido como um dos precursores do nacionalismo musical no Brasil, estabelecendo as bases para que a música erudita brasileira incorporasse elementos das tradições populares e regionais do país. Cearense de nascimento, ele foi um dos primeiros compositores a romper com o colonialismo cultural que marcava a música erudita brasileira no final do século XIX, desafiando o predomínio exclusivo das tradições europeias. Nepomuceno acreditava que a música brasileira precisava refletir sua própria identidade, ideia que expressou ao incluir temas do folclore, ritmos típicos e melodias nacionais em suas obras.
Entre suas contribuições mais marcantes, destaca-se sua luta para que a língua portuguesa fosse aceita no canto lírico, contrariando a prática habitual de se cantar exclusivamente em italiano, francês ou alemão. Obras como "O Garatuja"(1904), sua ópera inacabada baseada em José de Alencar, e canções como "Galhofeira", revelam essa busca por um som genuinamente brasileiro. Além disso, Nepomuceno também se destacou como organista e regente, tendo estudado e atuado em importantes centros musicais da Europa, como Paris, Leipzig e Roma, antes de retornar ao Brasil.
Sua importância vai além de sua obra individual: ele foi um mentor e influenciador de toda uma geração de compositores, incluindo Heitor Villa-Lobos, que mais tarde expandiria os ideais nacionalistas defendidos por Nepomuceno. Sua música e sua visão o posicionam como um verdadeiro pioneiro na construção de uma identidade musical brasileira, sendo uma figura essencial para compreender os rumos da música no país no início do século XX.
Bororó também é Cultura.
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1:07:00
Episódio 46 - Oscar Lorenzo Fernández
Oscar Lorenzo Fernández (1897-1948) foi um dos mais notáveis compositores brasileiros do século XX, sendo uma figura central na música erudita nacional. Carioca de nascimento, Fernández construiu uma obra marcada pelo equilíbrio entre a tradição europeia e as influências da música popular e folclórica brasileira. Esse diálogo entre os universos musicais refletia não apenas a busca por uma identidade cultural brasileira, mas também seu domínio técnico e sua sensibilidade artística.
Formado no Instituto Nacional de Música, Lorenzo Fernández foi aluno de mestres como Henrique Oswald e Francisco Braga, de quem herdou o rigor técnico e a valorização da melodia. Fundador do Conservatório Brasileiro de Música em 1936, Fernández não apenas formou gerações de músicos, mas também ajudou a estruturar o ensino da música no Brasil.
Sua obra mais conhecida, a "Batuque" (terceiro movimento da suíte Reisado do Pastoreio, de 1930), tornou-se um marco do nacionalismo musical brasileiro. Nesse movimento, Lorenzo Fernández explora ritmos afro-brasileiros com uma escrita orquestral vibrante, conquistando projeção internacional. A peça foi amplamente executada em palcos estrangeiros, evidenciando a força e a originalidade de sua linguagem.
Além disso, sua produção abrangeu canções, obras corais, música de câmara e sinfônica. Entre os destaques estão o poema sinfônico "Impressões da Vida Sertaneja", inspirado na literatura regionalista, e o Concerto para Piano e Orquestra em Mi maior, que demonstra sua habilidade em equilibrar virtuosismo e lirismo.
Apesar de sua morte precoce, aos 51 anos, Lorenzo Fernández deixou um legado essencial para a música brasileira. Sua obra reflete o Brasil de sua época: uma nação em busca de afirmação cultural, mas profundamente conectada às suas raízes populares.
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59:40
Episódio 45 - Balaio de Gato (Volume 7)
No sétimo e último Balaio de Gato, Alexandre da Maia e Raphael Dorsa prestam sua homenagem ao samba de São Paulo e do Rio de Janeiro. Das bandas do Bixiga, Adoniran Barbosa vem para mostrar que São Paulo tem o seu cronista do samba. Na mesma toada, vamos ao Rio de Janeiro de Candeia e Zé Keti, dois dos mais importantes compositores da música brasileira.
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1:00:16
Episódio 44 - Balaio de Gato (Volume 6)
No sexo Balaio de Gato, um episódio especial dedicado ao samba. Ainda no contexto do Zicartola, voltaremos a falar de Cartola, Nelson Cavaquinho e Nelson Sargento, representantes do que há de mais único e belo na canção brasileira.
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1:02:59
Episódio 43 - Balaio de Gato (Volume 5)
No quinto Episódio do Balaio de Gato, Alexandre da Maia e Raphael Dorsa fazem uma retrospectiva dedicada a Johnny Alf, Miúcha e João Gilberto e outros lugares relevantes e importantes para a história da música no Brasil do século XX.
Bororó também é cultura.
Programa semanal sobre a história da música no Brasil do século XX, produzido e apresentado por Alexandre da Maia e Raphael Dorsa Neto. Produção e locução das vinhetas: Fábio Iarede (@podcastdofiarede). O Bororó é transmitido todas as segundas-feiras, 21h, com reprise nas quartas-feiras, 11h, na Rádio Cultura FM de Brasília - 100,9 FM, a rádio pública do Distrito Federal.
Aqui a gente conversa sobre pessoas, movimentos, ritmos, gravadoras, lugares e tudo aquilo que interessa à história da música brasileira do século XX. Afinal, Bororó também é cultura.