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Alex Palmeira
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  • Ep 47 - Montesquieu: Separação de Poderes e Delimitação Institucional na Igreja
    “Todo homem que tem poder é tentado a abusar dele.” Com esta frase célebre, Charles-Louis de Secondat, o Barão de Montesquieu, fincou as bases para uma das doutrinas mais influentes da modernidade: a separação dos poderes. Seu intuito era preservar a liberdade individual diante da concentração do poder estatal. Mas essa reflexão se expande para além da política secular — atinge, de maneira aguda, os mecanismos de autoridade, responsabilidade e limitação que permeiam as organizações religiosas, inclusive a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Montesquieu via o poder como uma entidade que, sem freios e contrapesos, tende ao autoritarismo. E é neste ponto que sua teoria se torna especialmente relevante para a comunidade de fé: porque o poder, mesmo quando exercido com boas intenções, precisa de vigilância. A estrutura adventista, com sua escala global, múltiplos níveis de governança e forte compromisso com a ordem institucional, corre o risco de, inadvertidamente, reproduzir os desequilíbrios que Montesquieu tanto temia. Por isso, este episódio é mais que uma análise acadêmica. É um apelo eclesiológico e espiritual: por uma reforma da cultura de liderança, por limites espiritualmente conscientes ao exercício da autoridade, e por estruturas que não apenas funcionem, mas inspirem confiança. E, acima de tudo, por uma crítica responsável ao pensamento de Montesquieu que, embora ofereça contribuições relevantes, falha ao deslocar o centro da autoridade espiritual da revelação para a arquitetura institucional.
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    16:21
  • Ep 46 -Roger Williams: Liberdade de Consciência e a Ordem Apostólica na Tensão entre Igreja e Estado
    Roger Williams não foi apenas um pioneiro da liberdade religiosa. Ele foi um homem à frente de seu tempo, cuja compreensão radical da separação entre Igreja e Estado moldaria, séculos depois, a espinha dorsal dos regimes democráticos e pluralistas. No entanto, o que torna Williams especialmente relevante para a eclesiologia adventista não é apenas sua defesa dos direitos civis, mas sua teologia profundamente enraizada na soberania de Deus e na primazia da consciência iluminada pelo Espírito. Para ele, a coerção na religião era uma afronta não apenas à dignidade humana, mas à autoridade divina. A liberdade religiosa era, portanto, uma exigência espiritual, não apenas política. A Igreja Adventista do Sétimo Dia, como movimento profético, compartilha esse impulso escatológico. O chamado para sair da Babilônia é um chamado à liberdade espiritual. A proclamação dos Três Anjos em Apocalipse 14 inclui uma denúncia do sistema religioso que se uniu ao poder civil, pervertendo a adoração e perseguindo os fiéis. O pensamento de Roger Williams, embora situado em outro contexto histórico, ressoa com essa advertência. Seu testemunho é uma convocação para que a liderança adventista preserve, na estrutura e na missão, um impulso bíblico, espiritual, apostólico e profético que resista às tentações do autoritarismo, do sincretismo institucional e da acomodação cultural.
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    14:09
  • Ep 45 - John Locke: A Legitimidade da Autoridade e a Vocação Comunitária na Liderança Adventista
    John Locke é uma das figuras centrais do pensamento político moderno. Conhecido como o “pai do liberalismo”, ele lançou as bases filosóficas do contratualismo, da liberdade de consciência e da tolerância religiosa. Seus escritos, especialmente o Segundo Tratado sobre o Governo Civil e a Carta sobre a Tolerância, exerceram enorme influência sobre os sistemas democráticos ocidentais e sobre a organização das igrejas protestantes modernas. Entretanto, aplicar os conceitos de Locke diretamente à governança eclesiástica pode trazer riscos. Ao absolutizar a liberdade individual e o consentimento como critério único de legitimidade, seu pensamento pode fomentar a fragmentação institucional, a autonomia radical e a erosão da autoridade espiritual. Neste episódio, examinamos com profundidade como os princípios lockeanos interagem — e colidem — com o modelo de liderança, autoridade e comunidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nosso ponto de partida é teológico e escatológico: a igreja não é um contrato entre indivíduos livres, mas um corpo unido pelo Espírito, fundado na verdade e guiado por um chamado divino. Portanto, qualquer reflexão sobre governo eclesiástico deve começar com fidelidade à Palavra, não com modelos políticos seculares. Locke tem muito a ensinar — mas também muito a ser criticado.
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    15:58
  • Ep 44 - Thomas Hobbes: O Leviatã, o Medo e a Tentação da Ordem Absoluta na Igreja
    A história da humanidade é marcada por momentos em que o medo — e não a esperança — se torna a força organizadora da sociedade. Um desses momentos foi vivido por Thomas Hobbes, pensador inglês do século XVII, ao observar as consequências devastadoras da guerra civil, da desintegração da autoridade e da violência sectária. Sua conclusão foi radical: para evitar o colapso, é necessário um poder absoluto, incontestável, que concentre autoridade e controle. Esse poder ele chamou de Leviatã. O Leviatã de Hobbes é o símbolo da autoridade centralizada. Ele representa a submissão do indivíduo em troca de segurança, estabilidade e ordem. Hobbes rejeita a liberdade sem freio, rejeita a multiplicidade de vozes e vê o Estado forte como salvador diante do caos. O que acontece, porém, quando essa visão política é transposta para dentro da igreja? Quando o medo do erro, da heresia, do desvio, leva a comunidade de fé a clamar por um Leviatã eclesiástico? Este episódio examina essas questões a partir da realidade da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que vive entre a tensão da representatividade espiritual e a tentação da centralização autoritária.
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    17:47
  • Ep 43 - Hugo Grotius: O Direito Natural, a Paz Mundial e o Desafio à Ordem Profética
    Hugo Grotius (1583–1645) é amplamente considerado o pai do direito internacional moderno. Sua obra-prima De Jure Belli ac Pacis (O Direito da Guerra e da Paz) lançou as bases para um sistema jurídico baseado na razão natural, na convivência racional entre os povos e na regulação ética dos conflitos. Em um mundo devastado pelas guerras religiosas do século XVII, Grotius propôs uma normatividade jurídica acessível à razão humana como fundamento para a paz entre as nações.
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    12:15

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