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Cosme Rímoli

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  • Cosme Rímoli

    .'ME DÓI VER O QUE FIZERAM DO SÃO CAETANO. JOGARAM O CLUBE NA QUARTA DIVISÃO'

    16/12/2025 | 1h 52min

    "Engolimos o Fluminense, no Maracanã. Derrubamos o Palmeiras, no Parque Antártica. Eliminamos, tranquilos, o Grêmio, com Ronaldinho Gaúcho e tudo, no Olímpico. Mas aí veio o Eurico Miranda e nos tirou o título brasileiro. Ele e o Caixa D'Água, (Eduardo Viana, então presidente da Federação Carioca). A direção do São Caetano foi ingênua. Perdemos um campeonato que era nosso, por direito. Me revolta até hoje..."Adhemar é o tipo de jogador que faz falta no atual futebol deste país.Espontâneo, sem medo de dizer o que realmente pensa, e não o que seu assessor de imprensa quer."A geração atual não opina de verdade sobre nada. Não participa da vida do clube, da Seleção. Não se envolve. Quer saber de ganhar muito bem, cuidar de sua imagem nas redes sociais e pronto. Futebol para mim sempre foi mergulhar de cabeça."E ele foi um dos principais personagens no time que parou o Brasil entre 2000 e 2004. Com direito à conquista de um Paulista, com Muricy como treinador, vice-campeonato da Libertadores, e dois vices Brasileiros. Com a morte do prefeito de São Caetano, Luiz Olinto Tortorello, no dia 17 de dezembro de 2004, o projeto sofreu um golpe irrecuperável. E logo as Casas Bahia, grande patrocinador, deixou o clube. Estava decretada a morte precoce de um grande clube. Infelizmente, o São Caetano se apequenou, de novo, e atualmente está na Quarta Divisão de São Paulo.'Me dói muito ver o que fizeram com o São Caetano. Não restou nada do que lutamos tanto para conseguir", desabafa Ademar.Dono de um chute fortíssimo, moldado em uma medicine ball (bola de peso) de cinco quilos, que chutava quando era adolescente, de muita velocidade e raça, ele se tornou o jogador inesquecível do São Caetano, vice-campeão do Brasileiro 2000, que tinha o nome de João Havelange."Formamos um time de atletas com fome de vitórias, que queria vencer no futebol. O Jair Picerni soube como tirar o máximo de cada um. E jogávamos de uma forma adiantada no tempo. Com preenchimento de espaço, ataques em blocos, triangulações pelas laterais, marcação alta. Era o 4-3-3 com movimentação que só se veria 20 anos mais tarde. A estratégia estava por trás de um time muito vibrante e talentoso", revela.Foi assim que o time assustou o Brasil, saindo da Segunda Divisão naquele Brasileiro, que permitia o cruzamento de Divisões. E foi derrubando grandes pelo caminho. Fluminense, Palmeiras, Grêmio. E chegou à final contra o Vasco, em São Januário."O Eurico estava contra a Globo, que transmitia o jogo. E colocou o logotipo SBT nas costas dos jogadores. Mais do que isso, superlotou São Januário na final. E o alambrado não suportou tanta gente. E arrebentou. Quase foi uma tragédia, com pessoas caindo umas sobre as outras. Vi um pai carregando uma filha com sangue jorrando pelas costas, uma lança dos alambrados entrou na criança. Muitos torcedores se machucaram. E ele queria seguir com o jogo porque sabia que o São Caetano seria declarado campeão."O jogo não seguiu. "Eurico e o Caixa D'Água conseguiram convencer a CBF que deveria acontecer nova partida. A direção do São Caetano foi ingênua. Desmobilizou o time. Eu já estava vendido para o Stuttgart, da Alemanha. Nós aproveitamos o Natal, comendo, bebendo, nos divertindo com nossas famílias. Estávamos de férias, esperando a CBF nos confirmar campeões do Brasil. O Vasco não ofereceu segurança para a final. O título era nosso. Mas Eurico sabia que iria conseguir nova partida e os jogadores do Vasco seguiram treinando. E foi marcada nova partida, no Maracanã, começando do zero. O Romário já havia sido substituído em São Januário. Só que ele pôde jogar. Foi um absurdo. E perdemos o título.

  • Cosme Rímoli

    'FUI CONVOCADO. GANHEI TÍTULOS. COM UM SEGREDO. NÃO GIRAVA O PUNHO ESQUERDO.'

    09/12/2025 | 2h 5min

    'Ele é o goleiro mais técnico, o que mais treinava. O mais frio, calculista. E o mais corajoso." As definições sobre Velloso foram feitas pelo primeiro preparador de goleiros, o histórico Valdir Joaquim de Moraes. E eu tive a sorte de acompanhar toda a trajetória dele no Palmeiras. Ele surgiu, de repente, para os jornalistas, substituindo Zetti, que havia quebrado a perna. E Ivan, reserva imediato, que lesionou a mão direita. Aos 21 anos, em 1989. Naquele tempo, o Palmeiras tinha uma escola de goleiros excepcional. Mas só apostava nos jogadores vividos. Não em um garoto. Só que a imprensa não sabia que 'aquele garoto' tinha história importante já, com tão pouca idade. Havia sido titular absoluto das Seleções Brasileiras de base. E com direito a um grande drama. "Tive uma lesão gravíssima. Um jogador da Ponte Preta chutou o meu braço esquerdo e rompeu os dois ossos principais. Minha mão foi parar no cotovelo. Foi o pior momento da minha carreira. Fiz uma delicada operação. Não deu certo. Tinha de fazer outra. Queria parar. Minha mãe que me incentivou. Enfrentei a segunda, fiz enxerto ósseo. Deu certo. Mas nunca mais consegui girar o pulso esquerdo. Já treinava mais que todo mundo. Passei a treinar mais para me adaptar. E consegui ser titular pelo Palmeiras e Atlético Mineiro. Ganhei títulos. Fui convocado, joguei na Seleção. E ninguém sabia dessa minha pequena limitação." Era impossível perceber, porque Velloso foi excepcional goleiro. Elogiado até por adversários do quilate de Zico. Viveu o jejum de títulos do Palmeiras. Em 1990, fugiu com seus companheiros, dos torcedores enfurecidos com a eliminação do Paulista, empatando com a Ferroviária. Sem conseguir bater nos jogadores, eles foram ao clube e quebraram a magnífica sala de troféus do Palmeiras. Mas a volta por cima veio em 1993, com a conquista do Paulista, fim da seca de títulos. 'Os torcedores invadiram nosso ônibus fizeram uma festa inesquecível. Maravilhosa." Velloso nasceu em uma família palmeirense de Araras. 'Parecia um sonho. Meu pai me levava para assistir jogos do Palmeiras. E, depois, eu estava lá. Dentro do campo, defendendo o nosso time. Futebol me fez muito feliz.' O destino foi irônico. Da mesma maneira que ele admirava e copiava os gestos técnicos de Zetti, surgiu outro goleiro que o imitava em tudo. E que se tornou seu grande amigo, apesar de rivais: Marcos. "Nossa relação sempre foi incrível. De amizade mesmo. A gente competia de uma maneira muito leal. Assim também como o Sérgio, muito amigo. Situação rara no futebol." A amizade era tanta que Velloso forçou um cartão amarelo para que Marcos estreasse na partida que ambos haviam combinado: contra o Botafogo, no Parque Antártica. O titular foi além. Disse que o cobrador de pênaltis do Botafogo era Paulo César. E ele só cobrava no canto direito. E foi o que aconteceu. Marcos estreou e já defendendo pênalti, começando sua história no Palmeiras. Velloso só sofreu com o então presidente Mustafá Contursi. Enquanto os jogadores da Parmalat recebiam dez, vinte vezes seu salário, ele se submetia a um teto baixo, do Palmeiras, criado por Mustafá. 'Éramos eu e o Galeano. Uma injustiça tremenda.' Inconformado exigiu ser emprestado. E foi parar no União São João e no Santos. Com grandes atuações, o Palmeiras não aceitou vendê-lo. Mas o destino foi irônico com Velloso. Convocado para a Seleção Brasileira, ele foi participar de um rachão, jogo de brincadeira entre os jogadores. E Velloso acertou um chute muito forte no pé de Marcos. Resultado. Velloso quebrou o pé. Não pode ir para a Seleção. "Foi o próprio Marcos que me levou para o hospital. Ele empurrando a cadeira de rodas", relembra, sorrindo. Irritado com a situação que vivia no Palmeiras, recebendo muito menos que os jogadores da Parmalat, ele falou a Felipão que iria embora.

  • Cosme Rímoli

    'FIZ HISTÓRIA NO SANTOS E NO SÃO PAULO. TELÊ NÃO DEIXOU NA SELEÇÃO.'

    02/12/2025 | 2h 13min

    'A dez do Pelé tem de ser deste menino!'A frase foi dita de um gênio para outro gênio. Ailton Lira fez questão de passar a 'sua' camisa 10 para Edivaldo Oliveira Chaves. E passou a jogar com a 8.Quem é Edivaldo? É Pita, apelido que recebeu do pai, que foi impedido pela mãe de colocar o nome que desejava, Epitácio. Nascido em Nilópolis, no Rio de Janeiro, criado em Cubatão, desde menino impressionava quem o via com a bola nos pés."Eu não sabia o que acontecia. Simplesmente antevia o lance. Antes de a bola chegar, já tinha pensado a jogada. Visto onde estavam meus marcadores, os meus companheiros. E calculado o espaço para driblar o lançar. Realmente foi um dom que eu sempre tive. E também nunca tentei driblar para aparecer, sempre fui objetivo. Driblava para frente, para o melhor para o meu time buscar o gol.""Eu devo pelo menos metade dos meus salários no Santos para o Pita. A bola mal chegava nele e eu já sabia. Vinha coisa boa. Ou ele rasgava a defesa driblando ou dava seus lançamentos perfeitos. Para mim, para o João Paulo ou para o Nilton Batata. O Pita era sensacional", resume Juary.O meio-campo do Santos, dos Meninos da Vila, era fabuloso. Não existe outra palavra para definir. "Éramos o Clodoaldo, Ailton Lira e eu. O encaixe da técnica com a coordenação. O time era excelente. Quebramos o tabu, vencendo o Paulista de 1978. Os santistas tinham medo de que o time não venceria mais nada, depois que o Pelé foi embora, em 1974. A cobrança era enorme."Em compensação, quando o time foi campeão, a festa que Pita assistiu segue inesquecível. "Foi uma loucura. Torcedores vestidos só de fraldas e tomando mamadeira, em homenagem aos 'Meninos da Vila'. Foi fantástico", relembra. Foi vice-campeão brasileiro de 1983. "Perdemos para o Flamengo do Zico. E para o Arnaldo Cezar Coelho, o juiz. Na partida final, perdi a ingenuidade no futebol.'Pita marcou gols de pura técnica, driblando vários adversários no Santos. E, em 1984, foi para o São Paulo. Trocado por Zé Sérgio e Humberto. "Queria sair. E encontrei no Morumbi outro time sensacional. Os Menudos. Muller, Silas, Sidney. E o Careca. Foi maravilhoso. Ganhamos dois Paulistas e um Brasileiro." Pita estava jogando melhor ainda.Relembra, magoado, do estranho desprezo de Telê Santana. "Eu merecia muito ter disputado uma Copa. Na de 1982, tudo bem. Havia muitos jogadores talentosos. Mesmo assim, eu poderia ter ficado no grupo. Mas a de 1986 é inaceitável. Estava no auge. Não sei o que o Telê tinha contra mim." O meio-campo do Brasil na Copa foi Elzo, Alemão, Sócrates e Júnior, improvisado na meia. Zico estava lutando com uma contusão gravíssima no joelho direito.Pita admite que foi um erro ir para o Strasbourg. 'Me precipitei. Fui para um time pequeno francês, que lutava para não cair. Sai do poderoso São Paulo para uma equipe que só se defendia." Mesmo assim, seu talento o fez ser comparado a Platini.O meia errou de novo, voltando para o Brasil, para jogar no Guarani. Depois atuou no Fujita, Nagoya Grampus. Encerrou a carreira na Inter de Limeira. Ganhou a Copa São Paulo como técnico e como coordenador da base do São Paulo. Mudou a posição de Kaká, que era centroavante, e passou a ser meia. Júlio Baptista também queria ser centroavante e passou a ser volante. Teve uma passagem pela base do Santos, onde descobriu o zagueiro Alex, entre outros.Aos 67 anos, Pita quer voltar a trabalhar com garotos na base.Tem muita saudade do futebol.Na verdade, é o futebol que tem muita, mas muita, saudade de Pita...REDE SOCIALInstagram: @cosmerimoli

  • Cosme Rímoli

    'O SÃO PAULO DOS MENUDOS ERA ESPETACULAR. SERIA CAMPEÃO DO MUNDO. SE NÃO FOSSE DESMANCHADO.'

    25/11/2025 | 2h 11min

    Gilmar; Zé Teodoro, Oscar, Dario Pereyra e Nelsinho; Márcio Araújo (Falcão ), Silas e Pita; Muller, Careca e Sidney. O inesquecível time dos Menudos. Comandado por Cilinho. Equipe inesquecível. Inúmeros historiadores garantem que foi a melhor da história do São Paulo."E eu acredito. Nós combinamos de uma maneira espetacular. O Cilinho foi quem montou e treinou esse time. Se a equipe não fosse desmanchada, ganharíamos muitos títulos. Mas foi impossível. O assédio de outros clubes poderosos acabou levando os jogadores. Mas foi muito especial enquanto durou."A revelação foi feita por quem era o 'motor' do time. O jogador 'europeu', muito à frente do seu tempo. Talentoso com a bola nos pés, com visão de jogo diferenciada, mas capaz de fazer várias funções táticas, marcar o adversário, começar os contragolpes, tabelar, lançar e marcar muitos gols. O entrosamento com Pita, Careca, Muller e Sidney chamou mais a atenção pelo poder ofensivo. Jogadores talentosos, cada um com seu estilo. Venceram juntos, dois Paulistas e um Brasileiro. Impressionaram o futebol deste país. "O Cilinho já treinava intensidade, marcação alta, ataques em bloco, dividia o time em triângulos. Tudo era revolucionário. O Pepe foi muito esperto que, quando assumiu, não mexeu na nossa maneira de jogar. E continuamos a ganhar. Foi tudo ótimo. Até que Careca foi vendido. Depois foi o Muller. Eu. E o sonho acabou. Mas se a equipe fosse mantida, tinha todas as condições de seguir vencendo, conquistando. Se se focasse, talvez até ganhasse antes o Mundial para o São Paulo."Silas não foi só campeão do mundo sub-20. Foi o melhor do Mundial. Seu talento logo foi percebido pelo Sporting. De lá, foi jogar no Cesare. E, em um caso raríssimo, caiu com a equipe italiana. Mas, em seguida foi contratado pela Sampdoria, campeã italiana, no mesmo ano de rebaixamento de sua equipe. Foi vice-campeão da Champions, perdendo uma decisão apertada para o Barcelona, por 1 a 0. Polivalente e técnico. Impressionou até mesmo Zico, que ao deixar a Seleção na Copa de 1986, o escolheu para vestir a camisa 10 em 1990. Ganhou experiência na reserva no México e depois de disputar todas as Eliminatórias como titular, ganhando até a Copa América, Lazaroni o tirou do time na Copa da Itália. A confusão dominou a caminhada da Seleção, com um grave problema de patrocínio. Os jogadores souberam que a Pepsi iria pagar 4 milhões de dólares ao time, se fosse campeão. A CBF avisou que seria só um milhão. Os atletas ficaram revoltados. Tanto que é famosa a foto oficial tapando o logotipo da empresa.'Tínhamos uma excelente Seleção. Pena que as coisas não deram certo", lamenta Silas, que ostentava a camisa 10, herdada de Zico e que revoltava a então poderosa imprensa carioca.Silas voltou para o Brasil. Ganhou a primeira Copa do Brasil pelo Internacional. Ganhou o Carioca pelo Vasco. Passou pelo Kashiwa Reysol. Mas resolveu fazer história na Argentina. No San Lorenzo. Venceu o preconceito que os argentinos têm em relação ao jogador brasileiro, que é considerado pouco competitivo, não gosta de treinar, 'some' quando a marcação é mais forte, individual. Ele fez exatamente o contrário. Mostrou todo seu talento e responsabilidade em campo. Virou o grande líder da equipe. Foi a estrela absoluta no fim de jejum de 22 anos sem títulos. Virou um dos maiores ídolos da historia."Fui muito feliz no San Lorenzo, que tem uma torcida mais que apaixonada. Ser campeão foi uma loucura. Mas a grande emoção foi quando eu fiz um gol contra o River Plate que o Maradona disse que ele trocaria pelo que fez contra a Inglaterra."Silas teve uma passagem marcante como treinador, principalmente no Avaí. Ganhou seis títulos. No Avaí, Grêmio, Al-Arabi, Al-Garafa e Ceará. Mas desistiu da carreira. 'É estressante demais. O desgaste físico e psicológico não compensa.' Se tornou um dos melhores comentaristas de futebol do país, na ESPN.A entrevista de Silas foi profunda, sincera, emocionante.Excepcional, como ele em campo... 

  • Cosme Rímoli

    'IA JOGAR COM O MARADONA. O NAPOLI QUIS ME COMPRAR. MATHEUS DISSE 'NÃO'

    18/11/2025 | 1h 52min

    1977 foi um ano mais do que especial. Enquanto o Corinthians quebrava o tabu de 23 anos e era campeão paulista, em Pernambuco, o Sport não só era campeão. Mas conseguia lançar no cenário nacional um jogador polivalente, vibrante, habilidoso, artilheiro. Cabelos queimados de sol, compridos, parafinados contrastando com sua pele morena. Muito simples, pelo pouco estudo. Mas nascido para jogar futebol. Mudou o sonho de virar marinheiro. Clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo foram avisados do garoto talentoso de 17 anos. Ele tinha o apelido Biro-Biro, uma distorção do nome da fruta biribiri , muito conhecida no Nordeste. O então presidente do Corinthians, Vicente Matheus se antecipou. 'Ele combinou com os dirigentes do Sport e eu vim para São Paulo. Fique escondido, trancado em um hotel, por quatro dias, enquanto eles negociavam. O Matheus sabia que tinha gente do São Paulo atrás de mim, para me comprar. Vim de camiseta e chinelo. Passei um frio absurdo. Mas deu tudo certo.' Biro-Biro mesmo nos assuntos mais difíceis, ele termina as frases com um sorriso, otimista. Ele sabe que o futebol transformou completamente sua vida simples, sem grandes perspectivas. 'Não foi o futebol. Foi o Corinthians, que virou minha vida. O Corinthians sou eu!', me corrige. O sucesso do pernambucano foi imediato. A identificação com o jeito simples, a vibração em campo, o ritmo intenso que impunha ao time, os cabelos amarelos, os gols. Virou o artilheiro entre todos os volantes da história do clube. Tudo seduziu a torcida. Formou um meio-campo marcante com a chegada de Sócrates, que soube aproveitar todo o potencial de Biro-Biro. Ganhou quatro títulos paulistas, participou da Democracia Corinthiana. Virou amigo do inimigo do novo regime no Parque São Jorge. 'Sacaneava o Leão, que não queria saber da falta de treinos. Mas ele se tornou um grande companheiro. Vou falar o que ninguém sabe. Ele tentou me levar para o Palmeiras. Cheguei a conversar com os dirigentes de lá. Só que seria uma loucura. E desisti." Ele revela que o famoso presidente Vicente Matheus não deixou que fosse jogar no Napoli, com Maradona. 'O Matheus me disse assim: 'já vendi o Sócrates e o Casagrande para o Exterior. Se vender você, a torcida me mata. E eu não fui. Foi o Alemão." Biro-Biro também tem a triste lembrança depois da Copa de 1982. 'Encontrei o Telê Santana e ele me disse: 'deveria ter te levado para a Copa'. Eu respondi: 'Se você me leva, o Brasil ganha.' Falei mesmo estava no auge. 'Desde 1978, ele se assume como o primeiro jogador midiático no Brasil. Seus cabelos louros, o apelido e a simplicidade foram usadas em inúmeras publicidades. Até hoje, é chamado para propagandas e eventos. Virou um dos jogadores mais conhecidos do Corinthians na história. "Eu tomei uma decisão. Vou registrar em cartório meu apelido. Meu nome será Antônio José da Silva Filho Biro-Biro. Está mais do que decidido." Com a energia de um garoto, não parece, de jeito algum, 66 anos."Falei muito nesta entrevista", desabafa... Falou mesmo.Ainda bem, Biro-Biro...

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Sobre Cosme Rímoli

Jornalista esportivo Cosme Rímoli entrevista grandes nomes do universo do esporte em um bate-papo sobre o que rola dentro e fora de campo.
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