Nos últimos meses, um aumento de incidentes antissemitas tem chamado atenção em universidades de países como França, Reino Unido, Alemanha e Espanha. Muitas vezes, críticas ao governo de Israel, que são legítimas em uma democracia, muitas vezes ultrapassam fronteiras e se transformam em hostilidade contra judeus e judias.Movimentos como o BDS e certos discursos políticos têm sido apontados como fontes de intimidação para estudantes judeus, que relatam evitar usar símbolos judaicos ou expressar sua identidade por medo de represálias. Há também críticas à lentidão das universidades em reagir a casos de antissemitismo e também ao silêncio ou cumplicidade de parte do corpo docente. Para conversar sobre o tema com a gente, convidamos o Edgar Santos que é ativista e estudante da Universidade de Bristol, onde estuda Filosofia e Língua Portuguesa. Ele é membro da Union of Jewish Students (UJS) e presidente da Associação de Estudantes Judeus da Universidade de Bristol (Jsoc), onde representa estudantes judeus no espaço político no Reino Unido, na Europa e em Israel na luta contra o antissemitismo e na promoção dos direitos no meio universitário. Atualmente, faz um intercâmbio com o Labô na PUC, até Dezembro. Vive em Londres, embora tenha nascido em Portugal e seja filho de pais brasileiros.
--------
43:27
--------
43:27
#344 Os reféns estão de volta
Depois de 738 dias, os vinte reféns israelenses sequestrados no dia 7 de outubro de 2023 voltaram para casa. A libertação faz parte do acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e o Hamas no Egito, com mediação dos Estados Unidos, Catar e Turquia. Em troca, Israel libertou quase dois mil prisioneiros palestinos, entre eles 250 condenados à prisão perpétua. Esse momento encerra a guerra mais longa da história recente de Israel, mas também abre uma nova fase de incertezas e desafios, tanto políticos quanto emocionais.Essa volta dos reféns não encerra apenas um capítulo, ela expõe uma fratura que atravessa todo o país. Porque Israel não está voltando ao que era antes do 7 de outubro. Está voltando para um lugar desconhecido, onde a confiança virou dúvida e onde a palavra “segurança” já não significa o mesmo. Há quem veja nesse acordo uma vitória humanitária. Há quem veja uma capitulação política. E no meio disso, estão as famílias das vítimas israelenses e também das palestinas, tentando entender o que fazer com esse retorno tão tardio. A pergunta agora não é só “quem voltou?”, mas “quem somos depois disso?”.Para falar sobre esse tema, a gente conversa hoje com Daniela Kresch, jornalista e correspondente do IBI em Israel, país onde ela reside há mais de duas décadas, testemunha direta desse processo.
--------
46:33
--------
46:33
#343 7 de outubro: 2 anos depois
A vida em Israel não é a mesma dois anos após o 7 de outubro, um evento que trouxe angústias e muita incerteza para a população da região. Nesse período de festas e começo de um novo ano judaico, que costumava ser de celebrações, os israelenses ainda lidam com a dor e a perda resultantes da guerra, da situação dos reféns e da população em Gaza. Apesar do cenário pessimista, existe um desejo entre a população israelense de ver essa fase como temporária e de retomar uma rotina, mesmo que ela seja diferente da anterior. Quem conversa com a gente hoje é a Revital Poleg, foi diplomata do Ministério das Relações Exteriores de Israel e Representante Geral da Agência Judaica no Brasil, e é colaboradora do IBI.
--------
44:44
--------
44:44
#342 Antissemitismo sionista
Pra quem não conhecia Charlie Kirk, ele era um norte-americano de 29 anos, ativista e comunicador de extrema-direita, grande defensor de Donald Trump, propagador de teorias conspiracionistas, como ideias de fraude nas eleições norte-americanas de 2020, marxismo cultural, globalismo e o negacionismo quanto às mudanças climáticas. Em 10 de setembro, Kirk foi assassinado durante um evento em uma universidade nos Estados Unidos e suas posições viraram tema de interesse no debate público não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.A morte dele foi motivo de comoção entre algumas pessoas da comunidade judaica. Em Israel, por exemplo, teve até prefeito querendo homenagear Kirk com o nome de rua. Ele era visto como um defensor de Israel, e as homenagens vinham junto com fotos dele com a esposa em Jerusalém. Ainda que visto como um ativista a favor de Israel, Charlie Kirk tem um relevante histórico de declarações antissemitas. Ele disseminava teorias conspiratórias contra judeus, além de atacar outras minorias. Esse fenômeno nos trouxe a pensar sobre a ideia de um antissemitismo sionista, será que isso é possível? Para nos ajudar a refletir sobre o tema conversamos agora com Daniel Douek, cientista social assessor do IBI e mestre em letras pelo programa de estudos judaicos e arábes da USP.
--------
42:10
--------
42:10
#341 Você vê a guerra?
Sempre que nos deparamos com negacionismo, ou seja, a recusa em aceitar um fato comprovado e documentado, seja ele científico, histórico ou social, é importante nos perguntarmos: a quem e para que serve? Com a guerra em curso em Israel, não poderia ser diferente. Sim, há quem negue os horrores da guerra, por mais factuais e concretos que sejam. E a pergunta que fazemos hoje é: isso é conveniente para quem? Nosso convidado é o historiador João Miragaya, que é assessor do IBI, e mora em Israel desde 2009.
O 'E eu com isso?' é o podcast do Instituto Brasil-Israel. Com convidados diferentes, aprofundamos questões religiosas, éticas, políticas e sociais, sempre evitando análises rasas e estereótipos vazios.
Anita Efraim é jornalista, mestre em comunicação política pela Universidad de Chile e santista.
Amanda Hatzyrah é professora e pesquisa temas relacionados à literatura e cultura judaica, língua hebraica e sociedade israelense, na Universidade de São Paulo.
João Torquato é músico ativista do movimento negro e pesquisa os conflitos que se originaram a partir da desintegração da Iugoslávia.