Paulo Markun com Reinaldo e Walfrido: Vladimir Herzog e a IA; dor abismal e o futuro. | Reconversa 111
Apelando à Inteligência Artificial, o jornalista Paulo Markun desenvolveu um projeto que traz ao presente a voz e a história de Vladimir Herzog. Ao fazê-lo, torna-se personagem de um debate central para a política e para a cultura: como o pensamento humanista, de raiz progressista, pode se apropriar dessa tecnologia em favor da dialética do esclarecimento, em vez de apenas amaldiçoar a escuridão. Markun foi preso antes daquele fatídico 25 de julho de 1975, quando Herzog, intimado, compareceu ao DOI-Codi para prestar esclarecimentos e, no mesmo dia, morreu sob tortura. Ele relata aquela jornada tenebrosa e aquelas horas alucinadas e faz uma revelação devastadora sobre o dia do velório do amigo. Markun sobreviveu para contar a história; está em plena atividade e busca, como se nota, as luzes do futuro. E também se dedica à biografia de uma personagem singular da história dos EUA e que tem muito a ver com o Brasil. Imperdível!
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Michel Alcoforado com Reinaldo e Walfrido: os ricos brasileiros também sofrem. Como? | Reconversa 110
Ele se formou em história e ciências sociais e se especializou em antropologia, decisão tomada muito cedo. É sabido que antropólogos não costumam escrever “best sellers” — e não por culpa deles, claro! Michel Alcoforado conseguiu essa proeza com o livro “Coisa de Rico – A Vida dos Endinheirados Brasileiros”. Sim, lembrando uma novela mexicana que fez muito sucesso no Brasil no fim dos anos 70, pode-se afirmar, sem medo de errar, que “os ricos também choram”. E não só porque, por óbvio, estão sujeitos a alguns dramas humanos que a todos atingem, independentemente da classe social. O que interesse em seu estudo é o padecimento específico. Longe de fazer uma especulação meramente “voyeurista” da vida dos endinheirados, ele procurou entender o que seus dramas dizem sobre o Brasil. Destaque-se: há algumas questões cujas respostas não são nada óbvias. Quem é rico? Quem se acha rico? É fácil ser visto como rico por outros ricos? O livro ajuda a explicar muita coisa sobre o nosso país. Não perca!
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Ministro Guilherme Boulos debate com Reinaldo e Walfrido o programa “Governo na Rua” | Reconversa 109
Agora titular da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, uma das figuras de referência dos movimentos sociais, tem a incumbência de resgatar, nos tempos da sociedade digital e da economia da informação, o Orçamento Participativo, que está inscrito na história das gestões progressistas. Ele afirma: “Enquanto alguns querem manter o orçamento secreto, nós queremos a população participando da definição das prioridades do governo e com transparência”. Nesse bate-papo em “Reconversa”, ele explica como deve funcionar o programa “Governo na Rua”. Indagado se vê a si mesmo como uma das figuras da necessária renovação dos quadros de esquerda, Boulos prefere refletir a respeito das características que fizeram com que um certo Luiz Inácio da Silva se tornasse “Lula” e o que isso têm a ver com as raízes profundas da formação brasileira. Mas deixa claro: a classe trabalhadora mudou, o mundo mudou, a sociedade mudou, e o pensamento de esquerda precisa dar respostas novas a problemas novos. Ele acredita que isso está em curso e será reconhecido nas urnas. Como perder?
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Felipe Santa Cruz com Reinaldo e Walfrido: corajosa jornada da OAB contra as trevas | Reconversa 108
Muito se fala da importância, quase sempre nefasta, do “familismo” na vida pública brasileira. Mas também existe uma boa tradição. Felipe Santa Cruz, que presidiu o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil no momento em que o bolsonarismo ascendeu ao poder, vem de uma família de mulheres e homens dedicados à defesa da democracia e dos direitos fundamentais. Isso custou a vida de seu pai, que desapareceu aos 26 anos nas trevas da ditadura, antes que o bebê Felipe completasse o segundo ano de vida. Na Presidência da República, Jair Bolsonaro não hesitou em dizer baixezas contra a vítima. E, para surpresa de ninguém com miolos, Sergio Moro pegou carona na pusilanimidade. Hoje filiado ao PSD, secretário de Eduardo Paes, o brilhante advogado não teme o enfrentamento político, diz que estará ao lado de Lula em 2026 e, a despeito das dificuldades, vê o futuro do Brasil com otimismo. Fiquem com a fascinante conversa de Felipe Santa Cruz.
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O “renascentista” Philip Yang, a COP 30 e um mundo por vir. Com Reinaldo e Walfrido | Reconversa 107
“Enviado Especial da COP 30 para Cidades”, Philip Yang é o fundador do URBEM (Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole), parte importante de suas ilimitadas áreas de interesse. É mestre em Administração Pública pela Kennedy School of Government, da Universidade Harvard; diplomata formado pelo Instituto Rio Branco, tendo servido já em Washington e Pequim, e graduado em música pela Universidade de São Paulo, com especialização na Academia Franz Liszt de Budapeste. Se pluralidade pouca é bobagem, ele já foi empresário da área de petróleo e gás. Sua trajetória e sua formação raras conferem-lhe um pensamento invulgar, que concilia a paixão pela inovação, o apreço pela técnica e o viés humanista. Acompanhe a conversa especialíssima com Philip e atente para o seu olhar especialmente agudo sobre o que está em curso na China e nos EUA. Nada será como antes. Imperdível.
O Brasil e o mundo têm de conversar e de reconversar mais. É preciso avançar em territórios novos do pensamento, em busca da justiça social, e resgatar valores da democracia e do estado de direito, agredidos pela cultura do ódio como ideologia. É nosso ofício aqui. Reconversemos, pois. Ouça aqui o Reconversa, programa de entrevistas em parceria com Walfrido Warde. Sempre com um entrevistado relevante no cenário político, social e cultural.