O que a população palestina está sofrendo na Faixa de Gaza só pode ser chamado por um nome: genocídio. Para analisar esse conflito e as consequências para região e para o mundo, o Pauta Pública desta semana recebe o jornalista palestino Ramzy Baroud. Colunista, escritor e colaborador em diversos veículos, Baroud relata que parou de contabilizar seus familiares mortos quando já havia perdido 56, incluindo sua irmã, uma médica assassinada por um drone israelense enquanto tentava salvar vidas.Ele lembra que os crimes de Israel são conhecidos há décadas e, mesmo com a intensificação nos últimos 600 dias, ainda há certa cumplicidade da mídia e dos governos ocidentais em silenciar essa realidade “e ainda assim, seguem fornecendo armas, apoio político e legitimidade [...] estamos lidando com psicopatas que perderam a própria humanidade,” afirma. Ouça e compartilhe esse episódio para que ele possa chegar ao maior número de pessoas.
--------
36:01
Quem decide o que é real?
Oito em cada dez brasileiros admitem já ter acreditado em conteúdos falsos. É o que revela uma pesquisa do Instituto Locomotiva. Ainda assim, segundo o levantamento, 62% das pessoas disseram confiar na própria capacidade de diferenciar informações falsas e verdadeiras em um conteúdo. Mas essa realidade parece estar mudando aos poucos, com os avanços das tecnologias de produção de vídeos gerados por inteligência artificial. Quem não acreditou - ou conhece alguém que tenha acreditado - no canguru de apoio emocional tentando entrar no avião? Para analisar esse momento e pensar em alternativas que assegurem o direito à informação real, o entrevistado do Pauta desta semana é Ergon Cugler, pesquisador sobre políticas públicas, desinformação, conspiracionsimos, IA e Big Techs. Ele também avalia o Projeto de Lei 2338/2023, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, que propõe o Marco Legal da Inteligência Artificial no Brasil. Para Cugler, é fundamental ter uma legislação regulatória que também leve em conta os riscos de aplicação de cada I.A. “[se tiver] risco de aumentar a desigualdade ou colocar vidas em perigo, por exemplo, ela não pode operar.”Ouça o episódio completo e não deixe de seguir e curtir o Pauta Pública
--------
39:44
'Quase da família': o caso Sônia de Jesus
“Quase da família". Essa é uma frase comumente utilizada por algumas famílias, que contam com a figura de uma empregada doméstica em seu cotidiano. Mas é também uma maneira de tentar se livrar de um crime que remonta às raízes da construção do país, a escravização de pessoas negras. É o caso de Sônia Maria de Jesus, que foi resgatada por uma equipe do Ministério do Trabalho, da casa de um desembargador em Santa Catarina, onde viveu por mais de 40 anos. O resgate ocorre após denúncias de que Sônia vivia com essa família, em condição análoga à escravidão. A família, que rejeita a acusação, recorreu da decisão ao apresentar uma ação pedindo o reconhecimento de filiação socioafetiva da mulher de 50 anos, que é deficiente auditiva e nunca teve acesso à educação inclusiva. A Justiça autorizou o retorno de Sônia à casa do desembargador e limitou a convivência dela com a sua família biológica, que havia perdido contato com Sônia ainda na infância. Neste episódio do Pauta Pública, a entrevista é com a irmã de Sônia e também com a advogada de defesa da família para entendermos esse caso que expõe a herança escravocrata no Brasil. Ouça o episódio e conte o que achou nos comentários.
--------
47:33
Tem criança na sala
A cada seis minutos, uma criança é vítima de abuso sexual no Brasil. Nove em cada dez são meninas, a maioria negras e menores de 14 anos de idade. Outro agravante frente a essa violência é a negação do aborto legal, garantido em lei desde 1940. Neste episódio do Pauta Pública, a conversa para ir além do óbvio é a urgência de combater a exploração sexual infantil e a maternidade forçada. A entrevista é com Letícia Ueda Vella, advogada do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde e integrante da campanha Criança Não É Mãe. Ela destaca como redes anti-direitos atuam articuladamente para impedir o acesso ao aborto legal, mesmo em casos de estupro, e como o Estado tem se omitido da responsabilidade de garantir um direito básico e previsto na legislação.Ouça o episódio completo e não esqueça de seguir e curtir o Pauta Pública nas plataformas de áudio.
--------
38:37
Estamos à beira de um conflito global?
Com as tensões crescentes entre as grandes potências e o avanço da corrida armamentista nuclear, uma nova guerra de proporção mundial parece cada vez mais próxima. Trump, nos Estados Unidos, considerando a possibilidade de deixar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), as tensões em Taiwan, novas investidas de Putin na guerra contra a Ucrânia e Netanyahu dobrando a aposta no Oriente Médio com o genocídio palestino, são alguns dos exemplos de que passo a passo o mundo parece caminhar em direção a a um novo conflito mundial. Em 2024, as despesas militares em todo o mundo atingiram 2,7 trilhões de dólares, o maior aumento anual desde pelo menos o fim da Guerra Fria.Mesmo que uma nova guerra não se concretize, o fato deste cenário ser considerado já mexe muitas peças do tabuleiro geopolítico e transforma o aspecto da economia global. Para tentarmos entender o que realmente toda essa movimentação significa, o quanto estamos mais próximos deste conflito global, a entrevista do Pauta Pública da semana é com Monica Herz, professora associada do Instituto de Relações Internacionais da PUC - RJ. Ela analisa as tensões entre as grandes potências mundiais,como fica todo esse contexto de instabilidade para América Latina e para o Brasil e avalia se tem algo que possa impedir essa escalada.
Conduzido pelas jornalistas Andrea Dip e Claudia Jardim, o Pauta Pública é um podcast semanal para refletir sobre os desafios do Brasil e do mundo. Em sua quinta temporada, o podcast traz a análise de especialistas para conversas que vão além do óbvio em temas como política, direitos humanos e muito mais. Toda sexta-feira, bem cedo, no seu tocador de podcast favorito.