
A cassação de Eduardo Bolsonaro e do deputado foragido
19/12/2025 | 24min
Convidado: Thomas Traumann, comentarista da GloboNews. Nos EUA desde março, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teve seu mandato de deputado cassado nesta quinta-feira (18). Além dele, Alexandre Ramagem (PL-RJ) também perdeu seu cargo na Câmara dos Deputados. A decisão partiu da Mesa Diretora da Câmara e foi assinada pelo presidente da Casa, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Por motivos diferentes, os dois ex-deputados bolsonaristas que estão nos EUA perderam seus mandatos. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Thomas Traumann para relembrar o que levou à cassação dos mandatos de Eduardo e de Ramagem – e por que esta decisão foi tomada pelo comando da Câmara agora, uma semana depois de o Plenário da Casa ter descumprido uma decisão do Supremo Tribunal Federal e ter livrado a também bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) da cassação. Presa na Itália, Zambelli acabou renunciando ao cargo dias depois. Thomas explica como fica a situação política e jurídica de Eduardo – sem mandato e sem foro privilegiado, o filho de Jair Bolsonaro também perdeu apoio do presidente dos EUA, Donald Trump. Thomas responde também o que pode acontecer com Ramagem, que fugiu para os EUA antes de ser condenado à prisão por tentativa de golpe de Estado e é considerado foragido da Justiça brasileira.

A ameaça final à Enel em SP
18/12/2025 | 29min
Convidados: Léo Arcoverde, repórter da GloboNews; e Joísa Dutra, professora da FGV do Rio e ex-diretora da Aneel. Mais de 2,2 milhões de imóveis ficaram sem luz em São Paulo depois de uma tempestade com ventos de mais de 90 km/h atingirem a cidade. Centenas de árvores caíram e atingiram a rede elétrica, sob responsabilidade da Enel - concessionária fornecedora de energia da capital e de cidades da Grande São Paulo. O episódio trouxe à tona um problema antigo – desde 2020 a Enel já recebeu R$ 374 milhões em multas aplicadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por causa da má prestação de serviço. Depois de mais um episódio em que milhões de pessoas ficaram sem luz e de centenas de milhões de reais em prejuízo, uma reunião entre governo federal, estadual e municipal resolveu iniciar o processo de extinção do contrato com a Enel. Em conversa com Natuza Nery, o repórter da GloboNews Léo Arcoverde explica como a empresa chegou a um ponto crítico do fornecimento de serviço em São Paulo. Ele relembra o apagão de novembro de 2023, quando milhões de pessoas ficaram sem luz – em alguns pontos, a falta de fornecimento durou uma semana. Ele detalha a diferença entre os processos de intervenção e de caducidade e conta o que a Enel alega ao justificar os apagões. Depois, Natuza recebe Joísa Dutra, professora da FGV do Rio e diretora do Centro de Regulação em Infraestrutura da mesma instituição, o FGV CERI. Joísa, que foi diretora da Aneel entre 2005 e 2009, explica como funcionam os processos de fim de contrato com concessionárias de energia. Ela responde também o que pode acontecer com a Enel e quais as garantias aos clientes com a perspectiva de fim da concessão.

Caso TH Joias: a rede entre política e Justiça no RJ
17/12/2025 | 27min
Convidado: Marco Antônio Martins, repórter do g1 Rio. A prisão do desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto nesta terça-feira (16) expôs mais uma camada do caso TH Joias. Preso em setembro, o agora ex-deputado estadual TH Joias (MDB) é investigado por envolvimento com facções criminosas. No começo do mês, o deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil), à época presidente da Alerj, também foi preso sob suspeita de vazamento de informações sigilosas da Operação Unha e Carne, justamente a que levou TH Joias à prisão. Na 2ª fase da operação, feita nesta terça-feira, a PF tem indícios de que Macário ajudou Bacellar a vazar informações para TH Joias. O desembargador era o relator do caso TH Joias na segunda instância da Justiça do Rio de Janeiro. Documentos e troca de mensagens obtidos pelos investigadores mostram a proximidade entre o desembargador e o agora ex-presidente da Alerj. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Marco Antônio Martins, repórter do g1 Rio. Marco Antônio relembra quem é TH Joias e as suspeitas que recaem sobre o ex-deputado. Ele relembra como Bacellar foi preso e solto dias depois e os indícios de que o desembargador preso nesta terça-feira ajudou no vazamento de informações sobre o caso. Por fim, Marco Antônio responde o que este caso tem de diferente de outros envolvendo políticos do RJ, estado onde cinco dos 11 governadores eleitos desde a redemocratização foram presos – e onde até órgãos de controle foram alvo de investigações sobre corrupção.

A vitória da direita no Chile
16/12/2025 | 26min
Convidado: Demétrio Magnoli, comentarista da GloboNews e colunista de O Globo e da Folha de S.Paulo. José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile com uma vantagem expressiva: teve mais de 58% dos votos ao derrotar a candidata de esquerda Jeannette Jara no 2° turno. Durante a campanha, Kast prometeu reforçar a segurança pública e endurecer as regras de imigração. Alinhado à direita conservadora, Kast moderou seu discurso nos últimos meses. Eleito, ele se encontrou com o atual presidente de esquerda Gabriel Boric, e iniciou o processo de transição - sua posse será em março de 2026. A vitória de Kast reforça um movimento recente de avanço da direita na América do Sul. Em outubro, a Bolívia — país tradicionalmente governado pela esquerda — rompeu um ciclo de quase duas décadas. Para analisar o resultado da eleição chilena e explicar o status do mapa ideológico do continente sul-americano, Natuza Nery recebe Demétrio Magnoli, comentarista da GloboNews e colunista do jornal O Globo e da Folha de S. Paulo. Demétrio avalia quais mudanças de Kast – e do eleitorado – levaram à vitória dele em sua terceira disputa presidencial. Ele analisa a lógica da “eleição por rejeição” e responde se este fenômeno se repete em outros países do continente. Por fim, Demétrio conclui como ficam as forças da direita e da esquerda na América do Sul – e quais os traços em comum entre os países governados por presidentes dos dois espectros políticos.

Feminicídio: a barbárie que se repete
15/12/2025 | 32min
Convidadas: Regina Célia Almeida, cofundadora e vice-presidente do Instituto Maria da Penha; e Amanda Sadalla, cofundadora e diretora executiva da Serenas. Tainara foi arrastada. Daniele, morta a facadas. Alane e Layse, baleadas. Catarina, violentada e estrangulada. Maria Katiane, agredida e achada morta após cair do 10° andar. Todas elas, vítimas de um crime recorrente no Brasil: o feminicídio. Nos seis primeiros meses de 2025, foram 718 casos: na média, quatro mulheres são mortas todos os dias no país. Um crime que não para de crescer, apesar de, desde o ano passado, ter tido sua pena endurecida. Pela lei atual, quem comete feminicídio pode ser condenado a até 40 anos de prisão. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Amanda Sadalla, cofundadora e diretora-executiva da Serenas, organização que atua para prevenir a violência contra mulheres e meninas; e ouve também Regina Célia Almeida, cofundadora e vice-presidente do Instituto Maria da Penha. Amanda explica como a prevenção e a orientação de agentes públicos são bases no combate ao feminicídio e à violência contra a mulher. Ela também fala da importância de educar meninos e meninas para romper ciclos de agressão e cita o Reino Unido como exemplo de boas práticas para evitar este tipo de crime. Regina responde que tipo de política pública precisa existir para atender as vítimas de violência doméstica e ressalta como as chamadas casas de acolhida são essenciais para o atendimento a mulheres e meninas. Por fim, Regina destaca a importância de mulheres saberem reconhecer que estão sendo vítimas de violência e abuso.



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