Bem vindes a bordo. Embora conhecida como a ciência do ser humano, a Antropologia continua misteriosa pra maioria das pessoas.
Concebendo a aventura antropoló...
As contribuições de James Frazer são essenciais para entender os estudos sobre mito e religião na antropologia.
Sua obra mais famosa, “O Ramo de Ouro”, é uma verdadeira exploração das crenças e rituais humanos, misturando ciência, literatura e história.
Além desta obra, “Totemismo e Exogamia” é outro trabalho importante, em que ele analisa o mito no contexto das sociedades totêmicas como elemento constituinte das suas construções identitárias.
Para Frazer, os mitos e os rituais não eram apenas histórias ou práticas curiosas, mas formas profundas e universais de os seres humanos lidarem com questões fundamentais, como a morte, a renovação da vida e a ordem do cosmos. Eram buscas de explicações e construções de sentidos.
Uma de suas contribuições mais marcantes foi a teoria dos três estágios do pensamento humano: magia, religião e ciência.
Segundo Frazer, os primeiros humanos acreditavam que podiam controlar o mundo diretamente por meio da magia. Quando essa abordagem se mostrou insuficiente, surgiram as religiões, onde os humanos passaram a apelar a forças ou deuses sobrenaturais para influenciar o mundo. Por fim, a ciência emergiu como uma forma de compreender a realidade com base na lógica e na observação.
Apesar dessa progressão, Frazer argumentava que traços de magia e religião permaneciam profundamente enraizados, mesmo em sociedades modernas.
A importância de James Frazer para a antropologia vai além de suas teorias. Ele abriu o caminho para uma abordagem comparativa dos mitos e rituais, influenciando não apenas a antropologia, mas também a psicologia, a literatura e os estudos religiosos. Embora suas ideias sejam questionadas e reinterpretadas hoje, Frazer permanece uma referência indispensável para quem deseja entender como os mitos e os rituais moldam a experiência humana.
Estas e outras questões são analisadas neste episódio.
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43. Evolucionismo: Edward Tylor
Edward Burnett Tylor, antropólogo inglês com uma importância muito grande na história de formação nossa disciplina, sendo frequentemente reconhecido como um dos "heróis" fundadores da Antropologia Cultural.
Ele teve um papel fundamental na consolidação do Evolucionismo como o primeiro quadro teórico criado com certo rigor científico, com sistematização e com método para interpretar os fatos da cultura. Foi o principal pesquisador que pavimentou os estudos sobre religião na Antropologia.
Em sua obra "Primitive Culture" (1871), Tylor propôs que os mitos não eram meras fantasias, mas sim tentativas iniciais de explicar fenômenos naturais e existenciais. Funcionavam como uma forma rudimentar de ciência, produtos de uma mentalidade pouco elaborada e simplória que tentava oferecer os primeiros ensaios de explicações sobre aquilo que era inexplicável, o que era misterioso.
Eram manifestações de uma mentalidade rudimentar, pré-lógica.
Ele introduziu o conceito de animismo, sugerindo que as primeiras crenças religiosas atribuíam alma e vida a objetos inanimados e fenômenos naturais, como uma maneira de dar sentido ao mundo ao redor.
Tylor também identificou "sobrevivências" — vestígios de antigas crenças animistas que persistem em culturas modernas, como superstições e tradições populares.
Embora sua perspectiva evolucionista seja hoje considerada eurocêntrica e simplista, as contribuições de Tylor foram fundamentais para estabelecer o estudo antropológico dos mitos e das religiões e a pavimentar a Antropologia como ciência.
Neste episódio, o Antropocast explora elementos de sua teoria sobre os mitos no contexto religioso, além de discutir aspectos importantes do evolucionismo e das suas contribuições para a consolidação da Antropologia no campo científico.
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42. O Mito: a perspectiva evolucionista
No momento inicial de fundamentação da antropologia, as formas de religiosidade das sociedades australianas, das sociedades africanas e ameríndias atraíram bastante a atenção dos primeiros antropólogos. E dentro do espírito religioso dessas sociedades, eles encontraram um rico e exuberante material mitológico. Estamos no universo da Teoria Evolucionista, a primeira escola de pensamento que consagrou a Antropologia no campo das ciências. Fazer esta abordagem sobre o Evolucionismo não se restringe a uma questão de erudição, de saber um pouco da história da antropologia. De caráter fortemente etnocêntrico, polêmica e bastante ambígua, embora tenha o mérito de ter fundado a antropologia como ciência, essa linha teórica foi responsável pelos principais preconceitos e compreensões equivocadas a respeito das chamadas sociedades tribais (ou sociedades sem estado na África, Américas ou Polinésia, por exemplo) e que ficaram muito enraizados no senso comum (e até mesmo em vários ramos científicos). Muitas das raízes profundas do fenômeno do racismo, por exemplo, também estão ancoradas nesta escola de pensamento que vigorou na Europa e Estados Unidos entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX. Neste episódio, mantendo seu caráter introdutório de apresentar a Antropologia para não iniciados e iniciantes, o Antropocast percorre alguns pontos centrais da Teoria Evolucionista no seu escopo geral, preparando o ouvinte para se debruçar sobre a análise do mito segundo esta teoria que virá no próximo episódio. Siga-nos no Instagram: @antropocast.
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41. Mito, Fábula, Lenda e Parábola
Quando se consulta o verbete "mito" num dicionário comum (de língua portuguesa, por exemplo), encontra-se, entre outras definições, a definição de mito como sendo "lenda", "fábula". Isso acontece até num dicionário de grego moderno.
No entanto, se considerarmos que estes quatro termos (mito, lenda, fábula e parábola) se referem a estilos narrativos, estilos de contar histórias, vamos encontrar, tanto em dicionários especializados quanto em alguns autores que se dedicaram a analisar esses temas, diferenças consideráveis.
A partir desta dúvida que é bastante recorrente, neste episódio é feita uma reflexão sobre as diferenças entre Mito, Lenda, Fábula e Parábola.
Nossa reflexão aqui tem como fio condutor as análises feitas no campo da teoria literária e também no campo da da antropologia.
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40. Mito ou verdade: um paradoxo aparente
Mito, verdade ou fantasia? A palavra mito teve sua origem na Grécia antiga. Neste episódio, exploramos o seu sentido original entre os gregos e como este termo extrapolou esse sentido original e passou a ter vários outros sentidos, quase sempre associado a algo fantasioso, ilusório ou mesmo "mentira" (como na expressão "mitomania"). Qual ou quais as verdades do mito? Os mitos se circunscrevem a sociedades tradicionais ou estariam presentes também nas sociedades urbanas, industrias e da tecnologia? Essas e outras questões são exploradas neste episódio da nossa expedição de navegação pelo território do mito. Siga-nos no Instagram: @antropocast
Bem vindes a bordo. Embora conhecida como a ciência do ser humano, a Antropologia continua misteriosa pra maioria das pessoas.
Concebendo a aventura antropológica como uma viagem marítima, convidamos os que gostam de navegar pelo conhecimento, a explorar esta fascinante área do saber.
Este é um projeto de popularização da ciência e de educação com produção de material didático (mini aulas introdutórias de antropologia) em formato de podcast.
Prontos pra iniciar essa viagem? Vamos nessa, pessoal!
Siga-nos no Instagram: @antropocast Produção: Fred Lucio
Website: https://fredlucio.net