C. H. Spurgeon nos leva a refletir sobre as maravilhas do amor de Deus. Destacando versículos bíblicos para cada dia do ano, Spurgeon os comenta de modo piedoso...
22 de novembro | Devocional Diário CHARLES SPURGEON
22 de Novembro. Israel serviu por uma mulher e por ela guardou o gado. (Oséias 12.12)Jacó, enquanto contendia com Labão, descreveu o seu trabalho árduo: "Vinte anos eu estive contigo, as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca perderam as crias, e não comi os carneiros de teu rebanho. Nem te apresentei o que era despedaçado pelas feras; sofri o dano; da minha mão o requerias, tanto o furtado de dia como de noite. De maneira que eu andava, de dia consumido pelo calor, de noite, pela geada; e o meu sono me fugia dos olhos" (Gênesis 31.38-40). A vida de nosso Senhor, neste mundo, foi muito mais repleta de labor do que a de Jacó. Ele cuidou de todas as suas ovelhas, até que, finalmente, disse como sua prestação de contas: "Não perdi nenhum dos que me deste" (João 18.9). Os cabelos de Jesus foram molhados pelo orvalho, e o sono fugiu dele. O Senhor Jesus esteve em oração toda a noite, lutando por seu povo. Numa noite, teve de rogar por Pedro; noutra, alguém mais clamava por sua aflitiva intercessão. Nenhum pastor que já se assentou sob o céu frio, poderia ter pronunciado lamentos semelhantes ao que Jesus teria proferido, se tivesse decidido lamentar-se, por causa da severidade de sua obra para obter a sua esposa.É proveitoso meditar demoradamente sobre o paralelismo espiritual existente na atitude de Labão exigir das mãos de Jacó todas as ovelhas. Se alguma ovelha era despedaçada pelas feras, Jacó tinha de compensá-la a Labão. Se alguma das ovelhas morria, Jacó tinha de ser um fiador para todo o rebanho. Não foi a obra do Senhor Jesus em favor de sua igreja o labor de Alguém sob as obrigações de um Fiador, para trazer todos os crentes, em segurança, às mãos dAquele que os colocara sob o seu encargo? Olhe para o laborioso Jacó e verá uma representação dAquele a respeito de quem podemos ler: "Como pastor, apascentará o seu rebanho" (Isaías 40.11).
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21 de novembro | Devocional Diário CHARLES SPURGEON
21 de novembro. E não entristeçais o Espírito de Deus. (Efésios 4.30)Tudo o que o crente tem procede de Cristo, mas apenas por meio do Espírito da Graça. Portanto, nenhuma coisa boa, pensamento santo, adoração devota, ou ações graciosas podem fluir de você sem a obra santificadora deste mesmo Espírito. Até a boa semente plantada em seu coração permanece dormente, enquanto o Espírito Santo não opera em você "tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Filipenses 2.13). Você deseja falar de Cristo? Como o fará, se o Espírito Santo não tocar em seus lábios? Deseja orar? Oh! esta será uma atividade monótona, se o Espírito Santo não vier e não interceder por você (Ver Romanos 8.26)! Quer vencer o pecado? Deseja ser santo e imitar o seu Senhor? Quer atingir níveis mais elevados de espiritualidade? Anela se tornar, como os anjos de Deus, cheio de ardor e zelo por seu Senhor? Nada disso pode ser feito sem o Espírito Santo -"Sem mim nada podeis fazer" (João 15.5).Ramo da videira, você não pode dar frutos sem a seiva. Filho de Deus, você não tem vida em sua alma sem a vida que Deus outorga por intermédio do Espírito Santo. Portanto, não entristeçamos o Espírito de Deus, nem O provoquemos à ira por meio de nossos pecados. Não abafemos o Espírito Santo em nenhum de seus mais leves movimentos em nosso íntimo. Estejamos prontos a obedecer a todos os impulsos do Espírito Santo. Se o Espírito Santo é, realmente, tão poderoso, não tentemos fazer nada sem Ele. Não iniciemos nem prossigamos em projeto algum e não concluamos qualquer transação sem implorar sua bênção. Prestemo-Lhe a homenagem devida de sentir nossa completa fraqueza quando sem Ele e, então, dependendo dele apenas, façamos desta a nossa oração: 11 Abreme o coração e todo o meu ser para a tua vinda à minha alma; sustenta-me com o teu Espírito de graça, quando receber o teu Espírito em meu íntimo".
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20 de novembro | Devocional Diário CHARLES SPURGEON
20 de novembro. Pleiteaste, Senhor, a causa da minha alma. (Lamentações 3.58)Observe como o profeta utiliza uma linguagem positiva! Ele não disse: "Espero que o Senhor tenha pleiteado a minha causa". O profeta apresentou a sua declaração como um fato indiscutível. "Pleiteaste, Senhor, a causa da minha alma". Por meio da ajuda do gracioso Consolador, lancemos fora todas as dúvidas e temores que, freqüentemente, contaminam nossa paz e nossa consolação. Seja esta nossa oração: que nada tenhamos com a áspera e severa voz de suposição e dúvida; que sejamos aptos a falar com voz clara e melodiosa de certeza plena. Observe como o profeta se expressa com gratidão, atribuindo toda glória somente a Deus! Não ouvimos qualquer palavra a respeito do próprio profeta ou de que ele mesmo estava envolvido no pleito. Ele não atribui, em medida alguma, o seu livramento a qualquer homem; e menos ainda, a seus próprios méritos.O profeta disse: "Pleiteaste, Senhor, a causa da minha alma, remiste a minha vida". O crente deve cultivar um espírito degratidão. Especialmente após livramentos, deveríamos preparar canção para nosso Deus. A terra deve se tornar um santuário cheio com os louvores de crentes agradecidos. E cada dia deve ser cheio do incenso agradável das ações de graças. Quão grato Jeremias parecia estar, enquanto recordava as misericórdias do Senhor! Como ele ergueu triunfantemente a sua melodia! Ele havia estado no cárcere e se tornara conhecido como o profeta chorão. Ainda assim, no exato livro chamado Lamentações, tão claro quanto a canção de Miriã, quando ela bateu os dedos contra o tamborim, tão agudo quanto o tom que Débora usou ao cantar, com Baraque, sua melodia de vitória, ouvimos a voz de Jeremias subindo ao céu: "Pleiteaste, Senhor, a causa da minha alma, remiste a minha vida". Filhos de Deus, procurem ter uma experiência vital da amabilidade do Senhor. Quando vocês a tiverem, falem positivamente a respeito dela, cantem com gratidão e ergam a voz com triunfo.
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19 de novembro | Devocional Diário CHARLES SPURGEON
19 de novembro. Evita discussões insensatas. (Tito 3.9)Nossos dias são poucos, e os gastamos de modo melhor fazendo o bem e não contendendo sobre assuntos de menor importância. No passado, os homens fizeram um mundo de prejuízo por causa de contendas insignificantes e incessantes a respeito de questões sem importância prática. Nossas igrejas sofrem também com guerras mesquinhas sobre pontos obscuros e casos triviais. A discussão não promove o conhecimento mais do que o amor. É tolice semear num campo tão infértil. Questões a respeito de assuntos sobre os quais as Escrituras silenciam, sobre mistérios que pertencem exclusivamente a Deus, sobre profecias de interpretações duvidosas e sobre formas simples de se observar cerimônias humanas - tais questões constituem tolice; e homens sábios evitam-nas. Nosso dever não é suscitar tais questões, nem respondê-las, e sim rejeitá-las completamente. Se observamos o preceito do apóstolo para sermos "solícitos na prática de boas obras" (Tito 3.8), estaremos ocupados demais com serviços proveitosos para termos interesse em esforços vergonhosos, desnecessários e contenciosos. Contudo, há questões que são contrárias a casos tolos, as quais não podemos evitar. Ternos de responder com exatidão e sinceridade perguntas como estas: Eu creio realmente no Senhor Jesus Cristo? Estou renovado no espírito de meu entendimento? Estou andando segundo o Espírito e não segundo a carne? Estou crescendo na graça? O meu falar adorna a doutrina de Deus, meu Salvador? Estou aguardando a vinda do Senhor e vigiando como um servo que espera por seu Senhor? O que mais posso fazer por Jesus? Perguntas como estas exigem urgentemente a nossa atenção. Se costumamos discutir por coisas pequenas, coloquemos nossas habilidades críticas num trabalho muito mais proveitoso. Sejamos pacificadores, esforçando-nos para levar os outros, tanto pelo ensino como pelo exemplo, a evitarem "discussões insensatas".
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18 de novembro | Devocional Diário CHARLES SPURGEON
18 de novembro. Jardim fechado...fonte selada. (Cântico dos Cânticos 4.12)Nesta metáfora, que tem referência à vida interior do crente, a ideia de segredo é bastante clara. É uma fonte selada. No Oriente Médio, havia fontes sobre as quais se construíam um edifício, de modo que ninguém teria acesso àquelas fontes, exceto os que conheciam a entrada secreta. Assim é o coração de um crente, quando é regenerado pela graça de Deus. Existe uma vida misteriosa no íntimo do crente, um vida que nenhuma habilidade humana pode tocar. É um segredo que outro homem não conhece; não, a própria pessoa que o possui não pode contar ao seu vizinho sobre ele. Este texto inclui não somente a ideia de segredo, mas também a de separação. Essa não é uma fonte comum da qual todos os transeuntes podem beber. É uma fonte guardada e preservada. Ela traz uma marca particular (um selo real), de modo que todos percebam não se tratar de uma fonte comum, e sim pertencente a um proprietário e colocada especialmente separada. Assim é a vida espiritual. Os eleitos de Deus foram por Ele separados no decreto eterno, no dia da redenção, a fim de possuírem uma vida que as demais pessoas não possuem. É impossível para o redimido se sentir à vontade no mundo ou se deleitar nos seus prazeres. No texto existe também a ideia de consagração. O manancial recluso é preservado para o uso de alguma pessoa especial. O coração do crente é um manancial fechado para o uso do Senhor Jesus. Todo crente deve sentir que tem o selo de Deus. Deve ser capaz de afirmar, como Paulo: "Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus" (Gálatas 6.17). Outra ideia proeminente é a de segurança. Oh, quão segura é a vida interior do crente! Se todos os poderes da terra e do inferno pudessem se unir contra ele, este princípio imortal ainda existiria, pois Aquele que o deu, empenhou sua vida pela preservação deste princípio. E quem lhe fará mal quando Deus é o seu protetor?
C. H. Spurgeon nos leva a refletir sobre as maravilhas do amor de Deus. Destacando versículos bíblicos para cada dia do ano, Spurgeon os comenta de modo piedoso, submisso e encorajador, oferecendo-nos a nutrição que a nossa alma necessita.