Inteligência Artificial na Gestão em Saúde
A Inteligência Artificial ou IA está cada vez mais presente em nosso dia a dia, em diferentes tipos de ferramentas e aplicações, com potencial de promover uma grande transformação na sociedade. Por exemplo, o Google Tradutor utiliza a Inteligência Artificial e a aprendizagem de máquina (ou machine learning) para entender uma frase, com começo, meio e fim, e, a partir daí, traduzi-la para o idioma desejado. Antes dessa tecnologia, a tradução era feita de forma literal, por meio de regras de gramática, palavra por palavra.
A Inteligência Artificial é a capacidade das máquinas de tomarem a melhor decisão possível dada a análise de toda a informação disponível. Essa abordagem é diferente daquela utilizada pelos robôs do passado, que tomavam decisões baseadas em regras estabelecidas por humanos. Com a IA, a máquina aprende as regras sozinha. Tal mudança ocorreu graças aos avanços em Big Data, ao aumento da capacidade computacional e ao surgimento de modelos de algoritmos que aprendem sozinhos.
Existem inúmeras aplicações para a IA. Na área da saúde, a discussão sobre como a Inteligência Artificial e o machine learning podem contribuir envolve o diagnóstico de doenças, o auxílio na decisão sobre tratamentos personalizados e a identificação de políticas públicas de saúde bem-sucedidas.
Um dos usos da Inteligência Artificial na área da saúde é a análise preditiva. Diferente da inferência, que compreende uma dedução feita a partir de múltiplas observações, a predição é um prognóstico de algo que vai acontecer no futuro. Estudos de inferência fazem associações entre consumo de açúcar e glicemia, entre tabagismo e câncer, dentre outros casos. Entretanto, com a IA, é possível ir além da inferência e fazer predições, tais como, se uma pessoa desenvolverá uma doença ou quando irá falecer. A análise preditiva traz uma série de insumos para a tomada de decisão em saúde. Por exemplo, é possível predizer, em âmbito municipal ou regional, aspectos como surto de doenças ou expectativa de vida média da população.
A Inteligência Artificial tem uma possibilidade enorme de promover mudanças consideráveis. Por isso, traz consigo desafios igualmente relevantes, como questões sobre privacidade de dados, transparência no processo de tomada de decisão do algoritmo, mudanças nas dinâmicas do mercado de trabalho, entre várias outras.
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Participação: Alexandre Chiavegatto, economista, doutor em Saúde Pública pela USP e pós-doutor pela Universidade de Harvard. Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP na área de estatísticas de saúde e coordenador de cursos sobre o uso do R para análise de dados e sobre machine learning em saúde. Diretor do Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps) da Faculdade de Saúde Pública da USP. Produção: Ricardo Kadouaki e Liliane Tie, assessores técnicos da Diretoria Executiva da Fundação Seade. Data de publicação: 28/11/2018
A Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados - Seade é a agência de estatísticas do Governo do Estado de São Paulo que há 40 anos produz informações socioeconômicas e demográficas paulistas. Acesse www.seade.gov.br