Professora Letícia Birchal Domingues - O cotidiano dos trabalhadores de aplicativos
O número de trabalhadores de aplicativos aumentou de 770 mil para dois milhões e 100 mil, nos últimos dez anos, de acordo com relatório recente do Banco Central. Crescimento de 170% da categoria contra 10% de toda a população ocupada do país. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, a professora da UNB e pesquisadora da UFMG, Letícia Birchal Domingues, explica que as plataformas aproveitaram o momento de crise econômica, durante a pandemia, para ampliar seus serviços sem garantias trabalhistas. Ela lembra que, à época, os entregadores tiveram que se mobilizar para receber álcool e máscaras. Letícia fala sobre as dificuldades enfrentadas pela categoria no dia a dia, como falta de infraestrutura para pausas e a hostilidade dos estabelecimentos. Conta que as dificuldades comuns levaram à ações coletivas, movimentos solidários e engajamento político, embora a categoria tenha diferentes vertentes de pensamento. E que a regulamentação do trabalho ainda é uma questão em aberto, com projeto parado no Congresso.
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Presidente do Sindifisco Matias Bakir - Novo prazo do Propag e sonegação na mineração
Um decreto do presidente Lula amplia o prazo para oferta de estatais e imóveis e outros ativos da administração estadual até 31 de dezembro de 2026, para o abatimento da dívida do Estado com a União. A negociação faz parte do Propag e é assunto do Mundo Político. Em conversa com Marco Antonio Soalheiro, o presidente do Sindifisco, Matias Bakir, diz que os auditores fiscais apoiam o Programa, mas pondera que o estoque da dívida foi calculado por 15 anos desrespeitando mudança na legislação. O resultado foi um acúmulo do estoque de 90 bilhões e não de 18 bilhões de reais como defendem os auditores. O presidente do Sidifisco também fez críticas ao governador Romeu Zema por achatar salários dos servidores, promover renúncias fiscais da ordem de 22 a 25 bilhões ao ano e não combater a sonegação, em particular o subfaturamento praticado pela mineração.
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Professor Lucas Lima - Extrema direita x democracias
Em reunião paralela à Assembleia Geral da ONU, líderes de Chile, Colômbia, Espanha, Brasil e Uruguai discutiram a sobrevivência das democracias e o avanço de uma direita radical no mundo. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, o professor de direito internacional da UFMG, Lucas Lima, diz que o encontro foi importante para reafirmar valores democráticos e buscar entender as estratégias da extrema-direita para crescer e chegar às pessoas, muitas vezes pela desinformação. Fala que a América Latina, apesar de ter democracias jovens tem resistido numa ação coletiva. O professor reflete sobre o momento político dos EUA e afirma que o país mais poderoso do planeta está com suas instituições em xeque, o que altera o jogo internacional e coloca o mundo em um campo movediço. Lucas Lima ainda comentou o funcionamento dos bastidores da diplomacia para acertar a próxima conversa entre Lula e Trump.
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Presidente do TRE-MG Júlio César Lorens - O planejamento das eleições de 2026
A um ano do pleito, o Tribunal Regional Eleitoral coloca em prática iniciativas para aumentar o número de cadastros biométricos no Estado. Em três meses de trabalho, que culminou no “Dia B”, 200 mil pessoas foram cadastradas. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, o presidente do TRE-MG, desembargador Júlio César Lores, explica que a medida não é obrigatória, mas argumenta que vale a pena fazer a bimeotria agora, para não enfrentar filas no futuro. Outra iniciativa, cita o desembargador, é o ônibus que roda o estado fazendo cadastros, especialmente em cidades que não têm sede cartorial. O presidente do TRE também estimula os idosos com mais de 70 anos, que estão com o título cancelado, a atualizar o documento para a própria eleição. E fala sobre treinamentos de servidores e magistrados para lidar com a desinformação e fraudes, em particular, com as deepfakes ou vídeos sintéticos.
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Professor Ronaldo Teodoro dos Santos - 35 anos do SUS: O legado e o futuro
O Sistema Único de Saúde entrou em operação como rede a partir de 1988 por determinação da Constituição Cidadã. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro, no Mundo Político, o professor do Instituto de Medicina Social da UERJ, Ronaldo Teodoro dos Santos, diz que a universalidade na assistência é das grandes virtudes do Sistema em todo território nacional, em que pese que ainda há discrepância regionais e recursos deficitários. Lembra que 76% da população é atendida pela organização em rede, possível pela pactuação federativa no país, que hoje abarca da ampla cobertura vacinal à rede de transplantes de órgãos. O professor considera que a pandemia consolidou uma percepção popular positiva do Sistema que, até então, era visto através do olhar da grande mídia pelos seus limites e deficiências. E complementa: Com a pandemia, o SUS tornou-se um ativo do cidadão, um símbolo da cultura cívica.
Programa de entrevistas sobre política da TV Assembleia de Minas Gerais. O jornalista Marco Antonio Soalheiro conversa com quem sabe tudo sobre o assunto em Minas, no Brasil e no mundo.