
32. MATER DOLOROSA (John I., 2022)
03/7/2023 | 1min
A minha mãe tem dores no nome tantas, tamanhas, que lhe queima a língua. Foi a minha avó quem lhe pôs as dores onde podia ter plantado uma oliveira ou outra árvore de fruto mais modesto não era preciso que desse ouro nem que vivesse mil anos. As dores da minha mãe, plantadas onde a minha avó não lhe quis pôr uma oliveira rasgaram terríveis raízes no seu nome impossíveis de arrancar. Hoje a minha mãe tem dores perenes frutos de caroço ruins de roer sem sumo, sem polpa, sem saber amadurecer. A minha mãe não tem perguntas nem paz, só rimas de dores penas, mágoas, rancores culpas sentidas e um nome que lhe queima a língua queima a língua quem má-língua míngua míngua. Clara obscura ama reclama doce azeda velha miúda.

31. A espantosa realidade das coisas (Alberto Caeiro, 1915)
12/1/2022 | 2min
http://arquivopessoa.net/textos/3364

30. Ah a frescura na face de não cumprir um dever! (Álvaro de Campos, 1929)
03/12/2021 | 1min
http://arquivopessoa.net/textos/2543

29. Vento (Manoel de Barros, 2004)
16/6/2021 | 3min
https://g.co/kgs/QrWi5V

28. As Lições de R.Q. (Manoel de Barros, 1996)
02/2/2021 | 2min
https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=28000186



Poesia Crua