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  • USP Analisa #144 – Prática de crimes ambientais na região amazônica tem raízes históricas
    Região que se estende por oito países além do Brasil e com características sociais, econômicas e geográficas bastante peculiares, a Amazônia tem se tornado uma nova fronteira para a atuação de grupos criminosos. Para entender melhor essa região e os diferentes tipos de crimes cometidos nela, o USP Analisa desta quinta (6) conversa com o  professor e pesquisador do Núcleo de Estudos Amazônicos da Universidade de Brasília, Franco Perazzoni, e com o perito criminal federal Herbert Dittmar. Eles explicam que os principais crimes nessa região basicamente são desmatamento ilegal, garimpo ilegal e grilagem de terras. Porém, não é uma prática recente. Suas raízes estão na própria colonização do Brasil por Portugal e houve uma intensificação de algumas das práticas durante o governo militar, graças ao projeto de ocupação da região e à criação da Rodovia Transamazônica, na década de 1970.  “O governo militar praticamente jogou um pessoal da região Sul lá, sem apoio nenhum. Eu conheci alguns deles morando no Sul do Amazonas que disseram ter recebido um lote de cem hectares nessa época, mas não tiveram ajuda para se estabelecer. Muitas famílias precisaram se ajudar, e várias foram embora. Se hoje já é difícil, imagina naquela época, sem estrada, sem apoio, sem hospital, sem nada. E aí depois chega o Estado no início deste século e diz que desmatamento é crime. Aí o pessoal se revoltou: ‘Que história é essa? Nós viemos aqui, vocês disseram que era para desmatar e agora estão dizendo que é crime?'”, conta Dittmar. Além disso, segundo Perazzoni, nos últimos anos, a madeira se transformou em uma espécie de commodity da região. “Nos últimos 20 anos, há o esgotamento de reservas de madeira em outros lugares do mundo. A nossa madeira é muito boa, mas é vendida a preço de banana. A gente vende o nosso ipê mais barato do que o pinus norte-americano. Por quê? Porque ele existe em boa quantidade. A gente começa de algo que sobrava da ocupação da terra para produção, para passar a ser uma commodity”, explica. A alta lucratividade e a baixa punibilidade associadas ao garimpo ilegal também ampliaram o interesse de grupos criminosos pelo ouro nessa região. “Por exemplo, legalmente, se eu não me engano, Roraima não produz uma grama de ouro. Você não tem permissão de lavra garimpeira lá, é tudo legalizado em outros lugares. É uma região que tem um dos índices de desenvolvimento humano mais baixo do Brasil. As comunidades tradicionais, às vezes, estão em cima de uma mina de dinheiro. Então você tem esse assédio do crime organizado, você tem alta lucratividade e baixa punibilidade de vários desses crimes. Eu sempre brinco, se o traficante pega uma avioneta e pode trazer uma tonelada de ouro e uma tonelada de droga, o que é melhor? Ouro é mais fácil de legalizar, a pena é muito menor, dá muito mais lucro e pesa a mesma coisa”, diz Perazzoni. O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP às quintas-feiras, às 16h40, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas principais plataformas de podcast. O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no Whatsapp.
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    9:31
  • USP Analisa #143 – Problema não é o criptoativo, mas brechas na regulação que os criminosos aproveitam, diz especialista
    O uso de criptoativos para lavagem de dinheiro pelo crime organizado e a exploração de crianças e adolescentes na internet foram dois crimes digitais que ganharam bastante repercussão nos últimos meses. No primeiro caso, graças a uma operação da Polícia Federal que descobriu ligações entre uma organização criminosa e fintechs e, no segundo, por conta de um vídeo publicado por um influenciador digital mostrando como algoritmos podem ser condicionados para propagação de material ligado à exploração infantil. O USP Analisa desta semana (23/10) vai mostrar esses dois casos dentro da série especial sobre criminalidade e violência, em uma entrevista com o pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP e colaborador do Observatório de Segurança Pública da Unesp, Felipe Ramos Garcia.  Sobre o uso dos criptoativos, Garcia lembra que existe um Marco Legal em vigor desde 2023 que exige que provedores de serviços ativos virtuais, de câmbio e de compra a venda de moedas digitais tenham autorização do Banco Central para funcionar e sejam fiscalizados pela Comissão de Valores Mobiliários.  “A lei, de modo geral, não criminaliza os criptoativos, mas tenta estabelecer alguns marcos para regular o comércio e o mercado de criptoativos no Brasil. O ponto é que a gente observou, com a última operação [da Polícia Federal], algumas fragilidades nessa legislação, porque ela tende a não abarcar com tanto fervor, como acontece no caso de bancos, as chamadas fintechs.” Garcia  explica que, no caso dos bancos, todas as transações são comunicadas ao Banco Central. Já no caso das fintechs, há a operação das chamadas contas-bolsão, que são comunicadas apenas quando chegam a um determinado valor, e podem conter tanto dinheiro lícito, de comerciantes comuns, quanto ilícito, proveniente do tráfico de drogas, por exemplo.  “Essa falta de fiscalização mais detida cria um ambiente fértil para este tipo de envolvimento com crime organizado. Boa parte das vezes, como é o caso dessas operações que aconteceram, há o envolvimento de criptoativos, justamente por uma certa dificuldade de rastreá-los e porque, em vários casos, eles acabam operando na margem dessa fiscalização. O problema não é o criptoativo em si, mas as brechas na regulação, que o crime organizado e os criminosos sempre vão aproveitar”, explica ele.  Sobre a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital, Garcia destaca que, após a pandemia, houve uma maior discussão sobre os impactos da exposição intensa de jovens às redes sociais, o que tem levado alguns países a cercear o uso delas por menores de 16 anos e a obrigar as plataformas a fiscalizar esse uso.  “A gente precisa olhar para as plataformas digitais não necessariamente como uma vilã ou como uma mocinha nessa história, mas como queremos pensar em educar os nossos filhos. Porque se é um ambiente em que há exposição de golpes, links fraudulentos, exposição de plataforma de aposta, como a gente gostaria que os nossos filhos, nossos sobrinhos, nossos netos estivessem participando dessa esfera? Talvez seria interessante pensar em alternativas para ou coibir esse tipo de participação, pelo menos até uma certa idade - aí, enquanto sociedade a gente precisa chegar nesse denominador comum - ou virtualmente intensificar essa responsabilização para que pelo menos esse tipo de conteúdo não chegue a essas crianças e adolescentes”, sugere o pesquisador.  O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP às quintas-feiras, às 16h40, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas principais plataformas de podcast. O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no WhatsApp.
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    9:47
  • USP Analisa #142 – Migração de atividades para o ambiente digital alterou perfil da criminalidade
    A pandemia de covid acelerou, a partir de 2020, a migração de grande parte das interações do dia a dia para o ambiente digital. A implantação do Pix, nessa mesma época, também ajudou a incluir nessa lista as transações bancárias. Apesar de trazer grande praticidade, os meios digitais também se tornaram ferramentas da criminalidade, o que fica claro pelos índices de roubo e furto de celulares e de golpes aplicados pela internet. Para falar sobre esse cenário, o USP Analisa conversa nesta quinta (9) com o pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP e colaborador do Observatório de Segurança Pública da Unesp, Felipe Ramos Garcia.  Para ele, o Pix foi um recurso importante para inserir no sistema bancário muitas pessoas que antes não estavam integradas. Porém, essa mudança na dinâmica financeira somada à concentração de informações sobre a vida pessoal e profissional nos celulares acabou interferindo no próprio perfil da criminalidade, que tem abandonado atividades como roubo de carros para investir no roubo dos celulares. “Além do aparelho em si, ele pode ter um ganho adicional que muitas vezes supera esse ganho do aparelho em si. Com a facilidade das transações, conseguindo ali extrair dados que depois ele pode usar para chantagear, pode aplicar golpes usando a técnica do phishing, se passando pela pessoa e usando para pedir dinheiro ou até entrando no próprio aplicativo do banco, que talvez pode estar logado. Às vezes, os criminosos pedem para as pessoas logar, aí também fazem transações que são mais rápidas ali, fora de casa. Então, de uma certa forma, eu diria que essa digitalização da vida impactou esse perfil da criminalidade”, diz Felipe Garcia. O pesquisador destaca que a dificuldade de combate a esse tipo de crime pode ser reduzida com uma maior cooperação entre os diferentes órgãos de fiscalização. Ele cita o recente caso do Estado do Piauí, onde uma integração dos serviços da Polícia Civil, Anatel e Ministério Público permite bloquear o aparelho em pouco tempo, reduzindo o tempo que o criminoso teria para obter dados ou efetuar golpes. Além disso, quando os aparelhos bloqueados são ligados novamente, emitem um aviso de que aquele dispositivo foi furtado e a pessoa que o adquiriu deve entregá-lo às autoridades.  “A gente viu, no caso do Piauí, uma queda de quase 30% em 2024 em relação a 2023 no número de furtos de roubos de celulares. São Paulo tem tentado fazer isso, o que é bastante interessante, porque você diminui a janela para aplicação de golpes e torna o produto material - no caso, o celular - um pouco mais ineficaz.” O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP às quintas-feiras, às 16h40, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas principais plataformas de podcast. O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no WhatsApp.
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    8:42
  • USP Analisa #141 – Aumento do discurso de ódio impacta agenda sobre direitos das mulheres no Legislativo
    Há pelo menos dez anos, o Brasil tem visto uma ascensão de movimentos e ideias com perfil mais conservador. Paralelamente, houve aumentos frequentes nas estatísticas de crimes cometidos contra mulheres em função do gênero. O USP Analisa desta quinta (25) conversa com a professora da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP, Fabiana Severi, sobre uma possível relação entre esses dois fatos. Segundo a docente, desde 2012 houve um aumento no discurso de ódio às mulheres e em discursos que legitimam mudanças legais prejudiciais às conquistas em termos de direitos, e isso impactou negativamente a agenda do Poder Legislativo. “Já faz tempo que a gente não tem mudanças normativas significativas de avanço dos direitos das mulheres. Ao contrário, às vezes há até algumas medidas populistas. A lei do feminicídio, no final das contas, é uma mudança populista recente que colocou mais pena, mas o que a gente gostaria mesmo era ter aumento orçamentário e fortalecimento das políticas. A gente teve, sim, uma retomada leve de orçamento federal, de organização das políticas de enfrentamento à violência doméstica e de combate ao feminicídio, agora no início do governo do atual presidente, mas não ainda à altura daquilo que existia no governo Dilma”, explica Fabiana.  A professora destaca a importância da sociedade perceber alguns “cavalos de Troia” escondidos em algumas propostas e debates que parecem favoráveis aos direitos das mulheres, mas que, na verdade, acabam trazendo prejuízos a elas. Ela cita, como exemplo, o debate sobre gênero nas escolas, que gera polêmica entre setores mais conservadores da sociedade. “É um debate ainda presente e que as pessoas confundem muito. Quando se fala em gênero, não precisa ter medo da palavra. Ninguém vai mudar o sexo do outro ou fazer discussão sobre a vida íntima das pessoas. A gente está falando de papéis sociais, ou seja, como é construído o lugar social de homens e mulheres na nossa sociedade. A gente quer que as mulheres possam seguir suas vontades, fazer as suas escolhas independentemente desse papel. E também sensibilizar crianças e adolescentes de que algumas interações em relacionamentos afetivos ou na própria família não devem ser aceitas. Então aumentar o vocabulário, aumentar a sensibilidade das pessoas para entender que aquela atitude do outro é uma violência é uma intrusão. É isso que gênero nas escolas faz”, afirma. O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP às quintas-feiras, às 16h40, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas principais plataformas de podcast. O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no WhatsApp.
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    7:45
  • USP Analisa #140: Para especialista, falta destinação de recursos para combate à violência contra mulher
    A violência contra meninas e mulheres se apresenta em várias formas e seus registros crescem a cada ano. No USP Analisa desta quinta (11), a professora da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP Fabiana Severi fala sobre essas violências, avalia a legislação que busca preveni-las e destaca que falta destinação de recursos às políticas públicas de proteção às vítimas. Ela explica que os dados que compõem essas estatísticas vêm atualmente de três bancos de dados: o da segurança pública, abastecido pelos boletins de ocorrência; o do sistema de saúde, que recebe informações quando os profissionais percebem traços dessas violências ou são notificados sobre elas; e o DataSenado, um instituto de pesquisas ligado ao Senado Federal que realiza pesquisas por telefone ou nas ruas e produz um painel específico sobre violência contra a mulher, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência desde 2005. “A estimativa é que a gente tenha uma a cada três mulheres que passaram por algum tipo de violência doméstica em alguma fase da vida. A mais notificada ainda é a violência física no ambiente doméstico. A violência psicológica também é bastante notificada, mas geralmente associada. É difícil você ter casos de violência psicológica que são informados de maneira isolada, quase sempre são informados com violência física ou outro tipo de violência. No caso de crianças, há a negligência, que é também um tipo de violência doméstica e acomete mais as crianças na fase de 0 a 5 anos, e a violência sexual, outro tipo de violência doméstica, mas que acomete sobretudo crianças e adolescentes na faixa dos 10 a 14 anos”, diz a professora. Sobre a legislação, Fabiana destaca a importância da Lei Maria da Penha, cujo foco está em políticas públicas de proteção social às vítimas de violência. Porém, segundo ela, não basta ter a lei se não houver recurso financeiro para implementar essas políticas. “O foco [da Lei Maria da Penha] está em estancar rapidamente com medidas protetivas a violência que a mulher está passando naquele momento e garantir proteção social. Para isso, eu preciso de recursos, orçamento no município, Secretarias que entreguem esses serviços, orçamento no Estado e no âmbito federal para que esses serviços aconteçam. O que a gente vê no Brasil não é, então, uma falta de lei. A Lei Maria da Penha é um exemplo no mundo. Ela é uma das três melhores leis no mundo sobre enfrentamento à violência doméstica. Isso foi reconhecido pela ONU, logo quando a lei foi aprovada em 2006. O que falta é orçamento, destinação orçamentária para boas políticas e as políticas conseguirem chegar às mulheres que sofrem violência”, afirma a professora. O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP às quintas-feiras, às 16h40, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas principais plataformas de podcast. O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram ou em nosso grupo no WhatsApp.
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    9:27

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O USP Analisa é um podcast que traz, a cada temporada, especialistas para discutir um tema de interesse público, respondendo aos anseios da sociedade. É uma produção conjunta da USP FM de Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP.
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