A ARMA FANTASMA DA RÚSSIA CONTRA A EUROPA
No vídeo de hoje eu explico como a guerra híbrida da Rússia contra a Europa está indo muito além de trolls na internet e ciberataques: ela agora navega, literalmente, em uma gigantesca frota fantasma de navios que cruzam o mar do Norte e o Báltico. A partir da pergunta provocadora feita a Putin (“por que o senhor está mandando tantos drones para a Dinamarca?”), eu reconto a sequência de incursões de drones sobre Polônia, Romênia, Dinamarca, Alemanha, Noruega, Bélgica e Holanda, mostrando como esses episódios se conectam a petroleiros “sombrios”, sancionados, com bandeiras de conveniência e até tripulações com militares russos a bordo. Entro então nos bastidores dessa frota fantasma usada para driblar sanções, explicar por que lançar drones a partir do mar é operacionalmente mais seguro para Moscou e como isso se encaixa numa tradição soviética antiga de usar navios mercantes como plataforma de espionagem, sabotagem e exfiltração de agentes — da captura de generais brancos em Paris ao resgate de Kim Philby. Depois, eu mostro como essa doutrina foi reciclada no século XXI: sabotagem de cabos submarinos e gasodutos, navios “cortando” infraestrutura crítica, escoltas de navios militares à frota fantasma e o casamento perfeito entre essa logística marítima e o boom de drones treinados no campo de batalha ucraniano. Por fim, discuto o que a Europa pode fazer: mais contrainteligência no mar, inspeções agressivas no Báltico e no mar do Norte, proteção de aeroportos e bases da OTAN e, principalmente, a necessidade de encarar esses navios como parte do arsenal russo, e não apenas como um truque para vender petróleo. No fundo, a pergunta que fica é: a Europa já entendeu que a próxima escalada pode sair exatamente desses cascos enferrujados que hoje passam quase despercebidos no radar?