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Histórias de ter.a.pia

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  • Ele descobriu que o pai é gay quando se assumiu gay
    “Eu descobri que meu pai era gay depois que eu me assumi gay.” Foi assim que Gabriel entendeu que sua história não era apenas sobre coragem individual, mas sobre como a verdade, quando finalmente aparece, pode transformar uma família inteira. Pai e filho se assumiram quase juntos, e o que poderia ter sido motivo de ruptura virou um laço ainda mais forte.Desde muito cedo, Gabriel sabia que era diferente. Cresceu em uma família católica, ouvindo que amar outro homem era pecado, que poderia levá-lo para o inferno. Aos 17 anos, começou a se relacionar com um garoto, sempre escondido, até que os comentários e as fofocas chegaram à sua mãe. O medo de contar a verdade foi maior do que a coragem naquele momento. Quando tentou conversar, sentiu o peso do julgamento nos comentários dela, e preferiu escrever uma carta para o pai e a avó: dizia que não ia mudar, porque aquela era a sua verdade. A reação da avó foi simples: “O importante é você comer, não importa a sua orientação”. Já o pai só foi descobrir pessoalmente, dentro do carro, enquanto levava o filho para encontrar o namorado.Pouco tempo depois, a vida deu uma reviravolta. Assim que Gabriel se assumiu, seus pais iniciaram o divórcio. Foi a mãe quem revelou: “Seu pai é igual a você. Ele também é gay.” A frustração dela, que vinha de anos de casamento de fachada, começou a se transformar em aceitação. Se o marido que viveu 20 anos ao seu lado era gay, como negar a verdade do próprio filho? A partir dali, os três puderam começar a viver de forma mais livre.O que poderia ter acabado em rompimento se transformou em um novo tipo de família. Separados, mas próximos. A mãe arrumou um namorado, que era amigo do pai. O pai, aos 50 anos, apresentou o namorado para a ex-esposa, para o filho e até para a sogra. Os Natais, os almoços e as conversas continuaram juntos, mas agora sem a fachada da mentira.Gabriel lembra com orgulho de quando percebeu que sua família, vista por tantos como “moderna demais”, na verdade, só estava sendo sincera. Sem o peso da religião, sem a obrigação da aparência, restou o que sempre deveria ter sido o centro: amor e respeito. O casamento acabou, mas a família não se desintegrou. Pelo contrário: ficou mais inteira do que antes. Pai e filho puderam sorrir livres, viver seus afetos sem medo, e descobrir que a verdade, mesmo que tardia, liberta.Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
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    6:15
  • Meu pai é gay, minha mãe é hétero e os dois decidiram me ter juntos
    "Esse é meu pai. Ele é gay. Essa é minha mãe. Ela é hétero. Eles são amigos". É assim que Alyce costuma se apresentar quando alguém pergunta sobre sua história. Não é uma resposta que costuma vir sozinha. Ela geralmente vem acompanhada de um olhar curioso, confuso ou até chocado. Mas, pra Alyce, tudo sempre foi muito simples: ela nasceu de um desejo comum. E de um afeto verdadeiro.Os pais de Alyce se conheceram num churrasco na casa do tio dela, que também era gay, embora ninguém soubesse ainda. No meio dessa festa, nasceu uma amizade entre a mãe de Alyce e seu futuro pai. Uma amizade tão forte que fez com que ele passasse a frequentar a casa com frequência.O tempo foi passando, a amizade foi ficando mais sólida, e ele começou a brincar que queria ter um filho com ela. No começo, ela achava que era só piada. Até que, cinco anos depois, eles decidiram que sim: iriam tentar. Naturalmente, sem inseminação, sem processo médico. Com afeto, confiança e consentimento.Foram três tentativas até que desse certo. E quando a notícia da gravidez chegou, por meio de uma cólica que parecia ser renal, mas era só a Alyce dizendo "cheguei", ele ficou eufórico. Ligou pra todo mundo. Queria contar ao mundo que ia ser pai.Muitos achavam que por ele ser um homem gay, não seria presente. Pelo contrário: ele sempre esteve lá. Acordava de madrugada, se preocupava com os cuidados, foi presente em todas as fases. Foi acolhido pela família da mãe dela, morou com elas, e nunca escondeu quem era. Alyce cresceu ouvindo que seu pai era gay. Cresceu indo à Parada com ele no colo. Viu de perto o que era diversidade. Viveu, em casa, a experiência do respeito.
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    5:46
  • Mãe de 3 filhos autistas, ela encontrou a felicidade dos filhos na Cannabis
    Quando Rebeca conta que é mãe de três meninos com autismo, as pessoas reagem com pena. Mas ela aprendeu que não existe espaço pra coitadismo quando se escolhe ser feliz, e foi a cannabis medicinal que mudou tudo.O primeiro diagnóstico veio com o Gabriel. Ele não falava, não olhava nos olhos, batia a cabeça na parede. Não saía de casa, não comia, não dormia. A família inteira se fechou junto com ele. Rebeca tentou de tudo: terapias, remédios, esperança. Mas a cada nova medicação, o filho piorava. Até que, no desespero, encontrou um doador de óleo artesanal de cannabis. Três meses depois, Gabriel disse sua primeira palavra. Aos nove anos.O segundo filho, Rafael, veio carregado de projeção: ela sonhava que ele ajudaria o irmão. Mas os sinais se repetiram. Com o novo diagnóstico, veio um luto ainda mais pesado, e uma culpa que quase a destruiu. Rafael chegou a ter cirrose medicamentosa por conta de um tratamento. Naquele dia, Rebeca decidiu parar com todos os remédios. E iniciou o uso da cannabis também com ele. Aos poucos, ele floresceu.Miguel, o terceiro, nasceu prematuro e também teve atrasos. Hoje, com nove anos, ainda não é verbal. Mas Rebeca já não esperava só o diagnóstico, esperava alegria. E encontrou. Com o óleo, veio o sono, o apetite, os passeios, a vida. A cannabis virou aliada diária. Mesmo com todo o preconceito que enfrentou até dentro da própria família.A rotina, antes caótica, virou possível. Ela, que já pensou em desistir, hoje acampa com os filhos, vai a carnaval, encara a 25 de março com leveza.No meio do caminho, reencontrou o amor, se reergueu, teve mais um filho, o Arthur. E quando perguntam se ele também será autista, Rebeca responde sem hesitar: não importa. O que importa é que ele seja feliz.
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    8:23
  • Expulso de casa aos 13 anos por ser gay, ele encontrou uma família no Candomblé
    Expulso de casa aos 13 anos por ser gay, Rodrigo encontrou uma família no Candomblé.Rodrigo nunca conheceu a mãe biológica. Foi criado pela avó paterna, a quem chamava de mãe. Foi ela quem tentou protegê-lo do pai alcoólatra e violento. No hospital, pouco antes de partir, ela avisou: “Você vai sofrer. Vai passar um inferno. Mas seja forte como sua mãe.”E foi. Um dia depois, Rodrigo virou peso morto pra família. “Quem é que quer ter um viado em casa?”, disseram. E ele foi embora, aos 13 anos, com uma mochila nas costas. Dormiu na rua, sentiu fome, apanhou, achou que ia morrer.Até que viu uma mulher fazendo uma oferenda para Iemanjá na beira da praia. Rodrigo não sabia o que era aquilo, mas imitou tudo o que a mulher fez: bateu palma, jogou flor sobre a cabeça, apagou as velas só pra acender de novo. E rezou. “Pelo amor de Deus, Nossa Senhora Iemanjá, eu não aguento mais. Só não me deixa morrer.”No mesmo dia, foi até um quiosque onde uma senhora o ajudava. Ela olhou pra ele e perguntou se ele sabia fazer faxina. Rodrigo abraçou aquela oportunidade na hora, ganhou dinheiro, tomou banho, comeu, dormiu numa cama pela primeira vez em meses.Essa conquista foi o primeiro milagre da sua vida depois dele pedir para Iemanjá. Ali ele voltou a ser gente.A faxina virou sua profissão ali nos quiosques da praia. Com o dinheiro, ele voltou para sua cidade natal e alugou um quartinho. Em frente tinha um terreiro de Candomblé, e foi ali que descobriu que aquele lugar era seu lugar.Hoje, já com uma história dentro da religião, ele construiu o próprio terreiro com o marido, Felipe. E foi Iemanjá de novo quem enviou mais um milagre: a filha adotiva do casal, Maria Padilha.E se no passado Rodrigo não tinha nada, nem família, nem um teto, nem perspectiva de futuro, hoje ele tem tudo.Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
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    8:26
  • O Alzheimer fez eu me aproximar da minha mãe
    O Alzheimer fez a Cláudia se aproximar da mãe, com ela tinha uma relação muito complexa. Cláudia passou 63 anos sob o mesmo teto que a mãe, unidas quase só pela rotina. A infância foi dura: a mãe, criada num quintal onde havia até uma “cela” de castigo, reproduziu a rigidez que aprendera. Quando o irmão preferido morreu, aos 14 anos, Cláudia carregou a sensação de ser a filha “errada”. Mesmo adulta, não saiu de casa: o cuidado permaneceu, mas o afeto nunca chegou por parte da sua mãe.Já com a mãe idosa e uma relação distante, vieram os pequenos esquecimentos: despedidas repetidas, panelas queimadas, noites em claro. Quando foram procurar um médico, o diagnóstico de Alzheimer fez Cláudia perguntar se a mãe acabaria esquecendo dela. Ali nasceu a urgência de reconstruir um vínculo que nunca existiu.A doença levou a mãe de volta a um tempo em que procurava a “Cláudia criança”. Para acalmá-la, a filha aprendeu a linguagem do toque e da música: mãos no rosto, olhos nos olhos, canções antigas. Foi nesse espaço que, pela primeira vez, Cláudia ouviu “eu te amo” de quem nunca soube demonstrar amor. Secar louça dançando virou um ritual para as duas, e esses momentos foram parar na internet, no canal “O Bom do Alzheimer”, porque foi a partir da doença que veio a leveza entre elas.Hoje, aos 90, a mãe fala pouco e depende de tudo. Os banhos antes cheios de gritos agora acontecem em silêncio, não por compreensão, mas pela progressão do Alzheimer. Cláudia encara cada dia como um ensaio para a despedida lenta, sem perder a ternura que finalmente brotou daquela relação entre mãe e filha.Nas palestras e no livro que escreveu, ela repete o alerta: mudanças bruscas de comportamento não são “coisa da idade”. O Brasil esta envelhecendo, e reconhecer cedo sinais como esquecimento constante faz diferença. Foi assim que Cláudia transformou um diagnóstico em oportunidade de amor, mesmo que tardio. Aproveitando, o Alzheimer não trouxe nenhum castigo divino; mas trouxe a chance de, antes do esquecimento completo, lembrar que ainda era possível dizer: mãe, eu estou aqui.O livro da Cláudia "O Bom do Alzheimer" você compra aqui: https://amzn.to/3G9scPgFoto da capa: Estadão
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    10:55

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