Powered by RND
PodcastsSociedade e culturaHistórias para ouvir lavando louça
Ouça Histórias para ouvir lavando louça na aplicação
Ouça Histórias para ouvir lavando louça na aplicação
(1 200)(249 324)
Guardar rádio
Despertar
Sleeptimer

Histórias para ouvir lavando louça

Podcast Histórias para ouvir lavando louça
ter.a.pia
Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar enquanto da uma geral na sua cozinha. Um podcast do ter.a.pia!

Episódios Disponíveis

5 de 193
  • O dia que a médica que ensina a morrer se despediu da própria mãe
    Como médica paliativista, Ana Cláudia viu de perto o fim de muitas histórias, ajudou a aliviar a dor de quem partia e acolheu famílias no momento mais difícil. Mas nada a preparou para a despedida de sua própria mãe.A mãe dela havia passado por muitas perdas. O marido, uma filha… O luto foi se acumulando e, junto com ele, uma tristeza profunda que aos poucos foi tirando o brilho dos olhos dela. Vieram as quedas, o desequilíbrio, os sinais de que o corpo começava a se render. Foi quando Ana sugeriu que ela fosse para a casa de repouso onde trabalhava. Um lugar com fisioterapia, missa semanal, outras pessoas para conversar. A mãe disse sim.O tempo lá trouxe uma melhora, mas não impediu o avanço da esclerose lateral amiotrófica. A mãe começou a engasgar, a se atrapalhar com os próprios movimentos. Em uma visita, Ana a encontrou fazendo as unhas, arrumando o cabelo, mas no sábado seguinte, de manhã, a respiração ficou difícil. Ana não estava presente, mas percebeu que era chegada a hora e pediu à filha para dizer à avó que ela estava a caminho.Chegou no quarto e encontrou a mãe cercada pela família, deitada na cama, serena. Tocou na mão dela e sussurrou: "Mãe, cheguei". A mãe abriu os olhos, puxou um último ar, sorriu… e partiu.Dez minutos se passaram, e o médico, que um dia foi aluno de Ana, revelou que algo incomum havia acontecido. A mãe dela já não respirava fazia 10 minutos, mas todos ali concordaram em esperar. Ninguém a tocou. Todos ficaram em silêncio, em respeito ao tempo da filha que ainda não havia chegado. E então, quando Ana entrou no quarto e chamou, a mãe voltou. Só para se despedir.Se Ana pudesse desenhar essa cena, ela imaginaria sua mãe atravessando um túnel, com o pai e a filha esperando do outro lado. Prestes a ir, escutaria a voz da filha chamando. E, por um instante, interromperia a travessia. "Só um minutinho", diria. E voltaria, só para deixar à filha o último presente: um sorriso.
    --------  
    4:34
  • Meu marido desapareceu na fronteira dos EUA e nunca mais retornou
    A vida de Razan nunca mais foi a mesma desde que o marido partiu para os EUA e desapareceu na travessia.Desde então, tudo pesa sobre os ombros dela: três filhos para criar sozinha, um pequeno restaurante que abre aos fins de semana e a luta diária para pagar as contas, fora o fato de não ter tido oportunidade de se despedir. Mas Razan já sobreviveu à guerra na Síria. Ela sabe que não pode parar.A Síria se tornou inviável para viver, então fugir não era escolha, era necessidade. Mesmo Razan não querendo, o plano era ir para a França com o marido. Os dois não tinham filhos ainda.Mas no aeroporto, no Líbano, os sírios foram impedidos de embarcar. Tudo que tinham foi perdido naquelas passagens. Sem saída, o marido encontrou um destino inesperado: o Brasil. Razan não queria vir. Não falava português, não conhecia ninguém. Mas não havia opção.A adaptação foi dura. Um dia, sem geladeira suficiente para guardar a comida que preparou, uma vizinha sugeriu que vendessem. No final do dia, Razan tinha dinheiro na mão e uma esperança nova. Ali ela começou a cozinhar, postar nas redes sociais e, pouco a pouco, conseguiu clientes. Quando abriu a garagem para vender seus pratos, uma fila se formou na porta de casa. Pela primeira vez, ela sentiu que poderia recomeçar.Mas então veio o golpe. Seu marido decidiu ir para os EUA visitar a família. Tentou o visto, mas foi negado. Escolheu a travessia ilegal. A última ligação veio quando ele estava perto da fronteira. Mostrou o rio que atravessaria. Disse que ligaria em dez minutos. E nunca mais ligou.Foram 54 dias de desespero. O celular nunca saía da mão. Qualquer barulho de notificação era um salto no peito. Até que veio a confirmação: ele morreu e foi enterrado com outros 18 em uma cova coletiva, sem nome, sem despedida.Desde então, tudo recai sobre ela. O restaurante ainda abre, mas as contas não fecham. Porque agora, tudo depende dela. Razan não quer ser engolida pela tragédia. O sonho dela continua. Porque cozinhar sempre foi o que a manteve de pé.Para ajudar a Razan, você pode frequentar seu restaurante de comida árabe, que fica na Rua Dr Mário Vicente, 379, Ipiranga. O restaurante funciona aos fins de semana. Para reservas e pedidos, mande uma mensagem no Whatsapp 11 99880.8496.
    --------  
    10:41
  • Perdi 22 anos de memória por causa de 5 vírus no meu cérebro
    Com 22 anos, Leticia perdeu toda a memória da sua vida. Como se sua própria história tivesse sido apagada, ela não reconhecia as pessoas, lugares ou sequer a própria imagem em fotografias. Era como se estivesse começando do zero, sem referências, sem um passado.Leticia convivia com alergias severas, mas a situação piorou. Um dia, ela sentiu as pernas ficarem geladas, os sintomas se intensificando, e ela foi levada ao hospital.Durante a internação, ela comeu algo que não podia e seu corpo reagiu violentamente. Parada cardíaca. Fechamento da glote. Uma dor insuportável. Os órgãos foram falhando um a um. Leticia ficou acamada, sem mobilidade, sem controle sobre o próprio corpo.Quando o caso dela parecia não ter solução, um médico alemão apareceu, e em dez dias de tratamento, ela voltou a andar. Mas o mais impressionante veio depois: exames revelaram vários vírus incubados em seu cérebro – meningite, dengue, rubéola, sem conta os fungos. Mas ela acordou sem memória de um dia para o outro? Não. Os esquecimentos vieram aos poucos. Nomes citados por sua mãe pareciam desconhecidos. Pessoas próximas se tornaram estranhas, até mesmo sua mãe. Sua própria imagem no espelho era de uma desconhecida.Forçar a memória trazia dores de cabeça, então ela desistiu de lembrar. Decidiu aceitar. Sem passado para guiar suas escolhas, decidiu construir algo novo. Foi aí que ela descobriu uma facilidade para aprender idiomas. Aprendeu alemão em cinco meses para agradecer ao médico que a ajudou, e seguiu estudando outrosCom medo de esquecer tudo o que construiu novamente, Leticia passou a se apegar a pequenos detalhes e começou a registrar tudo em vídeo, de pequenas anotações a qualquer coisa que garantisse que, se um dia tudo sumisse de novo, ao menos o presente estivava documentado.Hoje ela celebra cada momento. Cada encontro. Cada aprendizado. E se um dia a memória falhar de novo, ela já sabe: o que importa é viver. Criar memórias novas e melhores.Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
    --------  
    7:51
  • Julieta: a cachorra que me ensinou a ser pai
    Leandro nunca quis ser pai. Era uma decisão resolvida, algo que ele nunca havia questionado. Até que Julieta, uma golden retriever, chegou. Mas calma, não é uma história sobre pai de pet… não só.Depois de um tempo estudando sobre cachorros, Leandro foi visitar um canil e foi escolhido por Julieta, que se tornou sua cãopanheira inseparável. Os dois viajaram juntos, compartilharam momentos felizes e desafiadores. Quando ela tinha 7 anos, veio o primeiro susto: câncer. Pela primeira vez, Leandro encarou a possibilidade de perdê-la. Mas a vida ainda lhe reservaria mais provações.Em 2021, seu pai sofreu um acidente e faleceu meses depois. Logo em seguida, Julieta começou a mancar. O diagnóstico: mielopatia degenerativa. A previsão era de 15 a 20 dias de vida, mas ela resistiu por dois anos. Foi nesse período que Leandro percebeu: sua paralisia emocional estava conectada à paralisia física de Julieta. O medo de ser pai, o trauma da infância, a ausência do pai, tudo era refletido nela.Quando finalmente Leandro e sua esposa decidiram tentar, Michelle engravidou na primeira tentativa. Lara nasceu. Três meses depois, Julieta partiu. Ela esperou e, segundo Leandro, essa era a missão da sua cãopanheira. A despedida foi difícil. A eutanásia foi a escolha mais dura que ele já tomou, ainda assim ele sabia que era o certo. Hoje, entende que Julieta não apenas transformou sua relação com a paternidade, mas ressignificou o papel dos animais em nossas vidas.O livro do Leandro você pode comprar aqui: https://amzn.to/3Fmq4TmO Oxxo é o parceiro que está apresentando a história do Leandro no podcast. O Oxxo também está sempre pertinho para salvar a gente no dia a dia. Saiba mais em http://instagram.com/oxxobrasil. #VemProOxxo
    --------  
    27:26
  • A médica que ensina a morrer com dignidade
    Desde pequena, Ana Claudia Quintana Arantes  @acqa  sabia que queria ser médica. Mas crescer em uma família com dificuldades financeiras fazia esse sonho parecer distante. Ainda assim, ela insistiu e conseguiu entrar na USP, um passo que parecia impossível, mas que abriu o caminho para tudo o que viria depois.Foi na faculdade que começou a perceber algo que a maioria dos colegas evitava: a morte. O assunto era tratado como um fracasso, um erro da medicina, algo a ser contornado a qualquer custo. Mas para Ana, essa negação não fazia sentido. Quanto mais ela estudava, mais entendia que a morte não era o oposto da vida, mas parte dela. E foi assim que encontrou sua verdadeira vocação nos cuidados paliativos.Ela começou a trabalhar com pacientes em fase terminal e percebeu algo fundamental. Não era só sobre aliviar dores físicas. Era sobre acolher, ouvir, permitir que as pessoas vivessem seus últimos dias com dignidade. Ana descobriu que a maior parte do sofrimento vinha do medo, do silêncio ao redor do tema, da solidão de não poder falar sobre o próprio fim.Enquanto a maioria dos médicos olhava para a morte como um inimigo, Ana a via como parte do processo. Falava sobre isso com naturalidade, escrevia, dava palestras. Queria quebrar o tabu, ensinar que a morte não precisava ser um momento de desespero, mas sim de significado.A experiência com os pacientes trouxe reflexões profundas sobre a vida. Sobre como gastamos tempo demais preocupados com coisas que não importam e tempo de menos vivendo de verdade. Sobre como postergamos conversas difíceis, como temos medo de dizer “eu te amo” ou pedir perdão. Ela via isso todos os dias, e isso mudou como escolheu viver.Olhando para trás, Ana Claudia não tem dúvidas: escolheu a medicina para salvar vidas, mas aprendeu que, às vezes, salvar alguém significa apenas garantir que seu fim seja tratado com respeito e humanidade.O livro "Cuidar até o fim" da Ana Claudia Quintana Arantes, publicado pela  @EditoraSextanteTV , você pode comprar aqui pelo link: https://amzn.to/3ENHubq.
    --------  
    11:27

Mais podcasts de Sociedade e cultura

Sobre Histórias para ouvir lavando louça

Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar enquanto da uma geral na sua cozinha. Um podcast do ter.a.pia!
Site de podcast

Ouça Histórias para ouvir lavando louça, É nóia minha? e muitos outros podcasts de todo o mundo com o aplicativo o radio.net

Obtenha o aplicativo gratuito radio.net

  • Guardar rádios e podcasts favoritos
  • Transmissão via Wi-Fi ou Bluetooth
  • Carplay & Android Audo compatìvel
  • E ainda mais funções

Histórias para ouvir lavando louça: Podcast do grupo

Aplicações
Social
v7.13.0 | © 2007-2025 radio.de GmbH
Generated: 3/31/2025 - 3:04:25 PM