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Na Terra dos Cacos

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  • Cabo Verde: não é preciso o PAICV pedir desculpas, só reconhecer o mal que fez quando era partido único
    Ulisses Correia e Silva, o primeiro-ministro de Cabo Verde, é o nosso entrevistado deste episódio do Na Terra dos Cacos. Conversa franca sobre os 50 anos da independência de Cabo Verde, o estado da democracia naquele arquipélago africano, bem como as marcas deixadas pela copiosa derrota do seu partido, o Movimento pela Democracia (MpD), nas eleições autárquicas de Dezembro, tendo em conta que 2026 é ano de legislativas no país. Ao contrário do que afirmou Celso Ribeiro, líder parlamentar do MpD, na sessão comemorativa do 50.º aniversário da independência de Cabo Verde na Assembleia Nacional, a 5 de Julho, o primeiro-ministro não acha fundamental que o PAICV peça desculpa pelo tempo da ditadura de partido único, nem que pague reparações pelos danos que causou, mas acha fundamental que se conte a história destes 50 anos sem escamotear esse período sombrio. A entrevista com Ulisses Correia e Silva chega depois de António Rodrigues e Elísio Macamo terem conversado na primeira parte sobre este meio século de independência também em Moçambique (25 de Junho), São Tomé e Príncipe (12 de Julho) e Angola (11 de Novembro). A abrir o episódio desta semana, no entanto, o tema são as lutas internas dentro do partido no poder em Angola. Depois de o general Higino Carneiro ter anunciado a sua intenção de se candidatar à liderança do MPLA, o Presidente João Lourenço, que está no segundo e último mandato que a Constituição lhe permite, começou a mexer os cordelinhos para garantir que continuará à frente do partido depois de abandonar a Cidade Alta e indicará o próximo candidato do MPLA à presidência. Esta terça-feira, o general lançou um vídeo de candidatura à liderança em que garante a sua pretensão de tornar “o MPLA mais plural, mais inclusivo” e “valorizar ainda mais o militante de base do MPLA” que “não pode continuar a ser negligenciado” e que deve ser “um agente activo na eleição dos seus representantes”. Referiu, também, que “a sucessão na continuidade” não pode ser uma “imposição administrativa” para “promover elementos descomprometidos com o MPLA”. Um discurso que poderia tomar-se como novo não tivesse sido Higino Carneiro uma das figuras proeminentes no tempo de José Eduardo dos Santos e não fosse esta mais uma etapa na luta entre eduardistas e lourencianos pelo controlo do partido que domina o poder em Angola desde a sua independência.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    47:37
  • Doze caixas perdidas na Torre do Tombo: a estreia do novo podcast de investigação do PÚBLICO
    Uma dúzia de caixas passaram quase três décadas esquecidas no último piso da Torre do Tombo, em Lisboa. Dentro delas um relato desconhecido: o trabalho de uma comissão de investigação realizada em 1974 que procurava reunir prova da actuação da PIDE/DGS no território colonial de Moçambique. Na estreia deste podcast de investigação do PÚBLICO contamos-lhe essas histórias e exploramos cada um desses arquivos, a partir de um trabalho da jornalista Maria José Oliveira.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    19:29
  • O paralelismo entre Pepe Mujica e Nelson Mandela
    O ex-Presidente do Uruguai José ‘Pepe’ Mujica morreu esta semana quase aos 90 anos, oportunidade para se olhar para o legado do político uruguaio, que se tornou uma referência da esquerda mundial e um exemplo de ética mundial, numa perspectiva africana. Personagem ambivalente, transformou-se de guerrilheiro urbano e defensor da luta armada em político democrático depois de 13 anos de prisão, em que foi torturado e quase enlouqueceu, num percurso de vida muito semelhante ao de Nelson Mandela. Mujica era defensor de uma “cultura do inconformismo”, porque “tudo, absolutamente tudo, pode ser feito de um modo um pouco melhor do que foi feito ontem”, será que os líderes africanos poderiam ganhar em adoptar essa mesma mentalidade? Elísio Macamo considera que sim, mas lembra que a “cultura da complacência é tão forte” que, mesmo que esse inconformismo conseguisse levar a melhor, corre-se sempre o risco de “uma recaída”. A seguir falaremos da estranha aproximação das juntas militares do Burkina Faso e do Níger aos talibãs do Afeganistão. Numa altura em que a violência jihadista no Sahel se agudiza, como se explica esta aproximação a um regime com ligações à Al-Qaeda que combate no Sahel? Na segunda parte, a nossa convidada é a realizadora Denise Fernandes, cuja primeira longa-metragem, Hanami, se estreou na semana passada em Portugal. Nascida em Lisboa, filha de pais cabo-verdianos, cresceu no cantão italiano da Suíça, estudou cinema no Conservatório Internacional de Ciências audiovisuais em Lugano e na célebre escola de cinema cubana de San Antonio de los Baños, fundada pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez. Hanami é um filme cabo-verdiano feito por uma realizadora da diáspora, com técnicos de vários países (belíssima direcção de fotografia da colombiana Alana Mejía González), filmado na paisagem de lava da ilha do Fogo, com um nome em japonês que significa chuva de pétalas de cerejeira e com uma protagonista que, numas ilhas africanas no meio do Atlântico de onde se parte, escolhe ficar.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    50:22
  • “África põe em prática a crueldade colonial”
    Cinco cidadãos nigerianos, entre eles a activista e contadora de histórias Sherifat Abimbola Ogundairo, foram deportados de Cabo Verde depois de passarem três dias retidos na ilha do Sal, impedidos de entrar no país. O episódio suscitou inúmeras críticas, a indignação de muitos e levantou a questão: onde anda a integração africana quando países africanos fazem isto a outros cidadãos africanos? O tema desatou a indignação de muitos e chegou ao Parlamento cabo-verdiano, onde a deputada Gisele Lopes, do PAICV, se referiu aos “cidadãos africanos” que “estão a ser expulsos dos aeroportos da Praia e do Sal, em condições humilhantes, sem justificação clara, sem assistência e sem respeito pelos direitos humanos”. O nosso entrevistado é o académico cabo-verdiano Odair Varela e é dele a citação que dá título a este texto, “África põe em prática a crueldade colonial”, comentando este episódio que é mais comum do que se imagina. O diferente aqui é que os detidos eram artistas e activistas que puderam fazer valer a voz da sua indignação. Na primeira parte, Elísio Macamo tem muitas dificuldades em identificar pontos positivos sobre os 100 dias de Daniel Chapo como Presidente de Moçambique, mas admite que, pelo menos em termos de discurso, a diferença é grande entre Daniel Chapo e o seu antecessor, Filipe Nyusi. A seguir falaremos sobre Constituição, democracia e respeito pelas instituições ao abordarmos as declarações do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general Biague Na Ntan, que a organização da sociedade civil Frente Popular classificou como “perigosas” e “irresponsáveis”. "Vou-vos dizer uma coisa: Não vou permitir ninguém nas ruas com armas nas mãos a perturbar. Essa pessoa tem de ser eliminada", disse o general Biague Na Ntan, citado pela Lusa. "Estamos cansados, não podemos permitir mais perturbadores com armas nas ruas do país. Não podemos permitir que esses perturbadores sejam capturados, detidos nas celas, depois saem cá fora e voltam a perturbar."See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    49:27
  • Votar com a barriga vazia “sufoca a cidadania”, em Moçambique ou em Angola
    O belo e o bom não estão apenas naquilo que agrada ao olhar e ao gosto individual, mas naquilo “que constrói a harmonia social”, porque “a estética africana está profundamente ligada ao viver em comunidade”. A ideia é defendida por José Castiano, professor da cátedra de Filosofia da Universidade Pedagógica de Maputo, convidado pela Culturgest, em Lisboa, para dar uma palestra sobre o seu conceito de inter-munthu, sobre o qual publicou um livro em 2023, chamado O Inter-munthu: Em Busca do Sujeito da Reconciliação. Na entrevista deste episódio de Na Terra dos Cacos, Castiano fala-nos sobre essa sua ideia para lidar com a reconciliação e o desarmar das mentes em sociedades pós-conflito como a moçambicana. Como é que o seu conceito pode ajudar o Moçambique de hoje, saído do conflito das eleições de Outubro a encontrar uma polícia de harmonia social. Como é que se constroem cidadãos quando a desigualdade impera? Como se vota, quando a barriga vazia “sufoca a cidadania”. Na primeira parte deste episódio, Elísio Macamo e António Rodrigues discutem como os países do Golfo se têm vindo a tornar paulatinamente em grandes investidores no continente africano e da nova proposta de lei do Governo angolano sobre fake news que está actualmente em discussão na Assembleia Nacional de Angola. Em Dezembro, de acordo o diário britânico The Guardian, os Emirados Árabes Unidos suplantaram a China como principal investidor estrangeiro em África. Este investimento, além de económico é também ideológico e político, visa assegurar peso geopolítico regional e acesso a recursos naturais, desde os minérios fundamentais para as energias renováveis aos produtos agrícolas. E estes interesses podem levar a guerras por procuração em África, como acontece no Sudão ou na República Democrática do Congo. Vários governos no mundo já criaram ou estão em vias de criar legislação para controlar a forma como as fake news têm fomentado visões distorcidas da realidade, alimentando teorias da conspiração e contribuindo para a degradação do debate público. Mas há quem se tenha sentido tentado em aproveitar para fazer passar legislação que permita controlar politicamente o espaço mediático em proveito próprio, diminuindo a capacidade dos partidos da oposição e das organizações da sociedade civil de desempenharem o seu papel de contrapeso aos governos. Parece ser esse o caso da proposta de lei que o Governo angolano enviou aos deputados e está actualmente em apreciação no Parlamento.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    45:22

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Sobre Na Terra dos Cacos

Como dizia Eduardo White, os países africanos são hoje cacos dos sonhos que partiram ontem. António Rodrigues e Elísio Macamo discutem, a cada duas semanas, como colá-los.
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