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Na Terra dos Cacos

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  • “O que está mal em Angola e Moçambique é a cultura política”
    Neste novo episódio de Na Terra dos Cacos, o podcast do PÚBLICO sobre temas africanos, a conversa gira em torno do arranque da corrida eleitoral à liderança do principal partido opositor em Angola, que deverá levar à reeleição de Adalberto Costa Júnior como presidente do partido. O líder do Galo Negro apresentou o seu manifesto de candidatura e uma lista de 240 figuras importantes do partido que apoiam a sua reeleição. Oportunidade para Elísio Macamo falar do trabalho da UNITA e do seu líder na oposição ao Governo de João Lourenço, capaz de transmitir aos eleitores a ideia de que “a mudança a favor da UNITA será da serenidade e não do caos”. Algo importante tendo em conta que tanto em Angola, como em Moçambique, aquilo que “está mal é a cultura política”. Também conversamos sobre o papel desempenhado pela Turquia em África, onde o país já se tornou um interlocutor importante, isto porque amanhã, quinta-feira, 16 de Outubro, começa em Istambul mais uma edição do Fórum Económico e Empresarial Turquia-África, que já vai na sua quinta edição. Na segunda parte, o nosso entrevistado desta semana é o moçambicano Stewart Sukuma, um cantor com uma carreira de mais de 40 anos que esta sexta-feira, dia 17, dá um concerto no Coconuts, em Maputo, acompanhado da Banda Nkhuvu e tendo como convidado outro cantor moçambicano de longa carreira, Aniano Tamele. Uma oportunidade para falar de uma carreira que se construiu paralelamente à construção de Moçambique enquanto país, que este ano comemorou 50 anos de independência, e que sempre se pautou por um apelo a uma paz efectiva que permita aos moçambicanos usufruir dos seus vastos recursos e diversidade cultural. Há pelo meio um elogio ao silêncio como “o som dos deuses”. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    47:46
  • “Hoje, já não acredito que a verdade vem sempre ao de cima”
    João Paulo Borges Coelho tem novo livro, mais um voo rasante sobre a história de Moçambique, tendo como protagonista um moçambicano que sabia ler e escrever num tempo em que muitos dos brancos que iam da metrópole eram analfabetos. José Fernandes Jr., o personagem central de Narração Nocturna, editado pela Caminho, é encarregado pelos denominados Chefes Grandes de escrever a história da Chiúta, distrito na província de Tete. Sendo “Moçambique um país, como no resto de África, em que se nasce muito e se morre muito e muito cedo, a memória social ou colectiva é muito frágil”, o escritor moçambicano insiste em “remar contra a maré”, mas confessa que se “antes acreditava que a verdade acaba sempre por vir ao de cima: hoje já não acredito nisso”. E embora esteja em paz com a ideia de que “a evolução é uma espécie de entropia, perdem-se coisas para se ganhar novas coisas”, a ele cabe-lhe “esta luta” de “levantar coisas” que lhe parecem importantes e que acha “importante que sejam relembradas”. Antes da entrevista, na primeira parte, António Rodrigues e Elísio Macamo voltam ao tema da Guiné-Bissau, depois de na semana passada o Supremo Tribunal ter dado mais um golpe na estrutura carcomida da democracia, atacada por todos os lados pelos caprichos do Presidente Umaro Sissoco Embaló, cujo mandato terminou a 27 de Fevereiro, mas que se mantém no poder por sua livre e espontânea vontade. Desta vez, a maioria dos juízes recusou apreciar a candidatura da coligação PAI-Terra Ranka, que ganhou com maioria as eleições de Junho de 2023, porque a mesma teria sido entregue fora de prazo, apesar de na justificação o tribunal referir que o prazo acabava a 25 de Setembro e a candidatura entrara no dia 19. Também conversam sobre o anúncio da próxima cimeira África-França, que se realizará em Maio de 2026, pela primeira vez num país cuja língua oficial não é o francês. A cimeira tem por título Africa Forward, porque não só aponta para o futuro como está em inglês. Apesar de os franceses continuarem a olhar para si como herdeiros de um império que deixou a sua língua como língua oficial de cerca de 30 países, há muito que o francês deixou de ser língua franca, substituído pelo inglês. E até Paris o reconhece.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    53:28
  • O silêncio ensurdecedor de Portugal (e da CPLP) sobre o autoritarismo na Guiné-Bissau
    A quase dois meses das eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau tudo são dúvidas e entre as poucas certezas está a de que Umaro Sissoco Embaló transformou o seu mandato na presidência num exercício de autoritarismo, de interpretação ad hoc da Constituição, inclusive dos limites temporais do seu mandato: deviam ter sido cinco anos, deviam ter terminado a 27 de Fevereiro, mas seguem e seguirão até ao próximo ano, garantindo ao Presidente da Guiné-Bissau um mandato de seis anos que ele próprio instituiu para si. Perante este cenário de deriva autoritária de Embaló, de instrumentalização dos poderes judiciais e legislativos, de perseguição a políticos opositores e activistas, sujeitos a violência física, acusações judiciais e repressão dos seus direitos, de silenciamento da imprensa independente (levando até ao encerramento das delegações da RTP, RDP e Agência Lusa e à expulsão dos seus jornalistas do país), estranha-se o silêncio de Portugal (e da CPLP, de que a Guiné-Bissau tem a presidência nesta altura), que tantos elogios teve para Embaló (Marcelo Rebelo de Sousa até lhe deu uma das mais importantes condecorações portuguesas). Além da situação guineense, neste episódio também conversamos sobre o Sudão do Sul e de como a detenção e as acusações contra o vice-presidente Riek Macharcolocam o país mais jovem do mundo à beira de uma nova guerra civil entre os apoiantes do Presidente Salva Kiir e os de Machar (que estiveram em guerra entre 2013 e 2018). Na segunda parte, o sociólogo João Feijó, investigador do Observatório do Meio Rural e arguto observador da realidade política moçambicana, conversa connosco sobre o diálogo intrapartidário em Moçambique, a inclusão ou não do recém-formado partido de Venâncio Mondlane nesse diálogo e os prós e contras dessa inclusão. Uma conversa em que se fala também da aproximação de Mondlane ao partido Chega em Portugal e a essa internacional de extrema-direita que tem Donald Trump como referência.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    47:58
  • João Lourenço foi “dolorosamente decepcionante”
    Neste último episódio antes de uma pausa para férias — regressaremos apenas a 17 de Setembro — debatemos, na primeira parte, os acontecimentos da semana passada em Angola, inicialmente convocados por taxistas em reacção ao aumento dos preços dos combustíveis. O que começou como uma manifestação transformou-se rapidamente em tumultos, vandalismo, pilhagens e confrontos. O balanço final foi trágico: 30 mortos, 277 feridos e mais de 1200 detenções. A reacção do Presidente angolano, João Lourenço, chegou apenas na sexta-feira. No seu discurso, atribuiu a responsabilidade dos incidentes a “cidadãos irresponsáveis” — pessoas, segundo ele, ingénuas e influenciadas por maus conselhos, tanto internos quanto externos. Elísio Macamo classificou essa intervenção como “dolorosamente decepcionante”. Ainda na primeira parte, abordamos a longevidade dos líderes africanos, com destaque para Paul Biya, Presidente dos Camarões, que, aos 92 anos, anunciou a sua recandidatura nas eleições presidenciais marcadas para 12 de Outubro. Caso seja reeleito para o seu oitavo mandato consecutivo e o cumpra até ao fim, Biya terá 99 anos. Na segunda parte, discutimos a situação na província moçambicana de Cabo Delgado, onde os jihadistas do Al-Shabab, em guerra desde 2017 em nome de Alá, intensificaram os seus ataques nas últimas semanas. O nosso convidado é o jornalista moçambicano Estácio Valoi, reconhecido pelo seu trabalho de investigação e membro fundador do Centro de Jornalismo Investigativo. Colaborador regular da imprensa nacional e internacional, Valoi foca-se sobretudo em temas relacionados com o meio ambiente e a exploração de recursos naturais. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    51:16
  • Em vez de democratizar África, vamos africanizar a democracia
    Carlos Lopes tem um novo e interessante livro, editado em Portugal pela Tinta da China, intitulado A Armadilha do Auto-Engano: Uma Visão Crítica das Relações Entre África e a Europa. Nesta obra, o antigo conselheiro político do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e alto-representante da União Africana para as relações com a Europa, reúne a sua vasta experiência para mostrar como é difícil desmontar os estigmas que condicionam a relação entre os dois continentes. É para falar desse livro que o actual professor da Nelson Mandela School of Public Governance da Universidade da Cidade do Cabo vem ao podcast Na Terra dos Cacos. Uma oportunidade para saber que armadilha é essa que contribui para o paternalismo europeu e para a desunião africana — e o que será necessário para que os africanos assumam a responsabilidade de definir, por si próprios, os termos dessa relação. Como refere o antigo secretário executivo da Comissão Económica para África da ONU, se calhar, em vez de democratizar África, deveríamos africanizar a democracia. Essa será a segunda parte do episódio. Na primeira, António Rodrigues e Elísio Macamo discutem a última cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Bissau na sexta-feira, marcada pelas ausências dos chefes de Estado de Angola, Brasil e Portugal, bem como pelas declarações do Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, que classificou as manifestações pós-eleitorais no país como parte de uma conspiração internacional da extrema-direita para afastar os partidos históricos do poder. Sendo um sinal de algo a que já nos habituámos em países de partido único que ainda se mantém no poder, o discurso da conspiração internacional, não deixa de ser certo que há uma internacional da extrema-direita que recorre às mesmas tácticas para pressionar os partidos tradicionais e procurar derrubar por dentro as instituições democráticas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    50:13

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Sobre Na Terra dos Cacos

Como dizia Eduardo White, os países africanos são hoje cacos dos sonhos que partiram ontem. António Rodrigues e Elísio Macamo discutem, a cada duas semanas, como colá-los.
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