Neurótico

Talvez o maior aprendizado que o tempo nos dá é aprender quando ficar e quando ir embora.  De um relacionamento. De um trabalho. De uma situação familiar. De uma amizade. Do luto. Utilizando alguns aprendizados do filme "Vidas Passadas", eu te convido a pensar: você é fica ou vai embora ?

Se minha casa falasse, me pergunto se ela reclamaria por ficar vazia a maior parte do tempo ou se me acharia chato por ficar tempo tempo em silêncio que a boca chega dá uma grudada. Um evento canônico para a maioria de nós jovens garotos que saíram de casa é se perceber o quanto de tempo se passa sozinho na vida adulta e essa sem dúvida não é uma experiência coletiva.

“Quanto mais esquecido de si mesmo está quem escuta, tanto mais fundo se grava nele a coisa escutada.” Quem disse isso, obviamente não fui eu, mas sim Walter Benjamin quando escreveu O Narrador.  A memória é uma tema recorrente que não só pode como é constantemente lido sob diferentes óticas no mundo em que vivemos.  Da Escrevivência ancestral como forma de luta e resistência de Conceição Evaristo à sutileza do poder de uma lembrança tem na animação ganhadora do Oscar  “Viva, a vida é uma festa”, somos cercados pelo assunto memória e é essa é minha, ou melhor, a nossa neura de hoje.

Qual é o momento exato em que a gente passa a ser adulto ? Em que segundo uma amizade acaba ? Como um grande amor chega ao fim ? O tema que perpassa por todas essas perguntas é o mesmo. A capacidade ou talvez até a obrigação que temos enquanto humanos de mudar.  Isso tem me consumido muito.