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  • #175: Mulheres à frente da ciência revelam marcas da colonização no DNA brasileiro
    Liderar um dos maiores estudos genéticos já realizados no país não é tarefa simples — ainda mais sendo mulher em um campo historicamente dominado por homens. A professora Lygia da Veiga Pereira, titular de Genética Humana da USP e coordenadora do projeto DNA do Brasil, falou sobre o desafio de comandar a pesquisa que decifrou parte da formação biológica do povo brasileiro, e as marcas deixadas no genoma pela desigualdade racial e de gênero desde o período colonial.O estudo, que já sequenciou o genoma de quase 3 mil brasileiros, revelou que 75% dos cromossomos Y (herança paterna) são de origem europeia, enquanto o DNA mitocondrial (herança materna) está dividido quase igualmente entre ancestralidades africana, indígena e europeia. “O que o DNA mostra é que mais homens europeus tiveram oportunidades de ‘cruzamento’ com mulheres das outras ancestralidades”, explicou Lígia. “Isso reflete a dominação colonial e as violências sofridas por mulheres africanas e indígenas.” Para a pesquisadora, esses dados transformam o DNA em testemunha histórica. “As marcas da colonização estão escritas no nosso corpo. São cicatrizes biológicas que revelam o quanto a formação do Brasil foi assimétrica e violenta”, afirmou. Além de reconstituir o passado, o projeto tem impacto direto na medicina do futuro. O banco genético brasileiro permitirá desenvolver estratégias de saúde pública mais precisas, especialmente para doenças com forte componente hereditário, como o câncer de mama.Ao longo da conversa com as jornalistas Luciana Garbin e Carolina Ercolin, Lígia também falou sobre o papel das mulheres na ciência. “Temos cada vez mais mulheres pesquisadoras, mas ainda poucas em cargos de liderança. O desafio maior é conciliar carreira e maternidade — a sociedade precisa ser mais tolerante com esse período, porque ele é essencial para todos nós.”O podcast Mulheres Reais está disponível semanalmente em todas as plataformas de áudio.
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    20:01
  • #174: Entre o cansaço e o silêncio: a crise de saúde mental que atinge as periferias brasileiras
    Neste episódio do podcast Mulheres Reais, a conversa foi sobre um tema urgente: a crise de saúde mental que atravessa o Brasil e o mundo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que uma em cada oito pessoas convive com algum transtorno mental — e, segundo a convidada do episódio, Tide Setúbal, psicóloga, psicanalista e coordenadora do programa Saúde Mental e Territórios Periféricos, essa realidade é ainda mais dura quando se olha para quem vive nas periferias urbanas. “A saúde mental não é solta no espaço. Ela está ligada ao modo como vivemos — à renda, ao tempo de deslocamento, à moradia, às relações familiares, à cor da pele, ao gênero, à solidão e à falta de lazer”, afirma. Para Tide, os fatores estruturais da vida cotidiana são determinantes no adoecimento psíquico. Mulheres sobrecarregadas, mães solo, pessoas negras e moradores de regiões periféricas enfrentam pressões múltiplas e, muitas vezes, não encontram acolhimento adequado na rede pública.Segundo a especialista, há um cenário alarmante: os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) estão lotados, especialmente nas regiões mais vulneráveis. “Há CAPS que deveriam atender 300 pessoas por mês e hoje cuidam de mil”, relata. Nas UBSs, o quadro é semelhante — e em muitos casos, o atendimento é feito por uma “meia psicóloga”, profissional que se divide entre duas unidades. Para tentar suprir essa carência, Tide Setubal coordena o projeto Territórios Clínicos, que apoia iniciativas locais e clínicas comunitárias nas periferias de São Paulo. O grupo também mapeou serviços públicos e sociais que oferecem atendimento psicológico gratuito ou de baixo custo, disponíveis no site do instituto que leva o nome de sua avó, a Fundação Tide Setúbal.
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    14:44
  • #173: Rosa Moraes: como uma virada após os 40 anos a transformou na maior referência da gastronomia brasileira
    No novo episódio do podcast Mulheres Reais, apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin, a chef e educadora Rosa Moraes mostra que nunca é tarde para recomeçar. Hoje reconhecida como uma das maiores personalidades da gastronomia no país e vencedora do Prêmio Paladar 2025 na categoria Profissional Excepcional da Cidade de São Paulo, Rosa construiu uma trajetória marcante - iniciada apenas aos 42 anos de idade. Antes de se tornar um nome fundamental na história da boa mesa, ela era ceramista e vivia em São Paulo. A reviravolta veio em 1989, quando se mudou com o marido e os três filhos pequenos para a Califórnia. “Eu não conseguia ficar parada. Comecei a cozinhar para eles e a estudar gastronomia. A Califórnia era um celeiro de alimentos orgânicos, e isso me encantou”, relembra. O que começou como curiosidade virou paixão e, depois, carreira. Rosa passou a escrever sobre gastronomia para revistas brasileiras.De volta ao país, recebeu um convite inesperado e decisivo: criar o primeiro curso superior de gastronomia do Brasil, na Universidade Anhembi Morumbi. “Nunca tinha trabalhado com o meio acadêmico. Achei que fosse uma loucura, mas topei. E isso mudou tudo”, conta. Hoje, aos 68 anos, Rosa é embaixadora de Gastronomia e Hospitalidade da Ânima Educação e presidente do The World’s 50 Best Restaurants no Brasil e América Latina. Mais do que formar chefs, ela se orgulha de ter ajudado a profissionalizar o setor e abrir caminho para outras mulheres. “No início, as cozinhas eram dominadas por homens. Hoje temos nomes como Helena Rizzo e Manu Buffara, o que me enche de orgulho.” Rosa acredita que o futuro da gastronomia está na simplicidade com propósito.
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    16:14
  • #172: Claudia Cottini: “É surpreendente e emocionante trazer à tona músicas maravilhosas que permaneceram invisíveis apenas por terem sido escritas por mulheres”
    A soprano Carla Cottini, uma das vozes brasileiras de maior destaque internacional, não apenas percorre os palcos do mundo com interpretações de Mozart, Verdi e outros compositores consagrados: ela também carrega uma reflexão crítica sobre o papel da mulher no universo lírico. “A ópera retrata a realidade. Muitas peças revelam como as coisas mudaram — e também como não mudaram”, afirmou no episódio do Mulheres Reais.Nascida em São Paulo e vencedora do prêmio Revelação no concurso Maria Callas, Cottini construiu uma trajetória que a levou de musicais no Brasil a papéis de protagonista em teatros europeus. Mas, ao longo desse percurso, deparou-se com um repertório que, em suas palavras, evidencia marcas históricas de desigualdade. “Em muitas obras, as mulheres aparecem como submissas, trágicas ou sedutoras, reforçando uma lógica patriarcal. Revisitar esses papéis é sempre a chance de questionar e ressignificar essas representações”, destacou. Para Cottini, essa leitura crítica não anula a potência do gênero operístico. Pelo contrário, a soprano vê na música uma possibilidade de resistência e transformação: “Quando Mozart metaforiza a crítica social em suas óperas, abre espaço para que hoje possamos ampliar essas camadas de leitura. É muito poderoso transformar no palco aquilo que, séculos atrás, já era uma denúncia contra o machismo e a desigualdade de classes”.Além da carreira como solista, Cottini investe em projetos que dão voz a compositoras brasileiras esquecidas pela história. Ao lado do pianista Ricardo Ballestero, grava obras inéditas de mulheres que nunca tiveram suas composições registradas. “É surpreendente e emocionante trazer à tona músicas maravilhosas que permaneceram invisíveis apenas por terem sido escritas por mulheres”, disse. A maternidade e a formação em psicanálise também atravessam seu olhar artístico, reforçando o compromisso com uma escuta atenta e feminina.O podcast Mulheres Reais é apresentado por Carolina Ercolin e Luciana Garbin e está disponível semanalmente em todas as plataformas de áudio.
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    15:38
  • #171: A semana acaba e eu nem vejo. Pra você o tempo também está passando mais rápido?
    Com o piloto automático ativado para tentar dar conta de tudo, cresce percepção de aceleração do tempo. Resgatar fatos do passado pode nos trazer alguns insights sobre essa corrida maluca. Carolina Ercolin e Luciana Garbin conversam sobre o tema.O podcast Mulheres Reais está disponível semanalmente em todas as plataformas de áudio.
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    12:37

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Sobre Mulheres Reais

As jornalistas Luciana Garbin e Carolina Ercolin trazem foco para as questões femininas na sociedade atual.
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