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Pedro Marques Lopes e Pedro Siza Vieira
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  • Pedro Marques Lopes: “Quando precisávamos de liderança, Carlos Moedas fugiu, mentiu e difamou”
    Enquanto a política interna francesa dá ideia de estar a patinar, com o terceiro primeiro-ministro indicado por Macron no espaço de um ano, e regressam as manifestações para parar o país, a França desliza para o abismo. Paris tem uma dívida pública que ultrapassa em muito os 100% do PIB, com tendência para crescer como se percebe do défice orçamental que está nos 5,8. Pedir ajuda ao FMI não é cenário que se possa descartar. Isto já seria problema bastante para abanar a Europa, que teima em mostrar-se impotente para ajudar a Ucrânia a chegar à paz e é, agora, sistematicamente provocada pela Rússia. O assunto é mais sério do que nunca e, parecendo querer testar as linhas da NATO, drones russos violaram o espaço aéreo da Polónia. Donald Tusk advertiu que a perspectiva de conflito militar está mais próximo do que em qualquer momento desde a Segunda Guerra Mundial. O primeiro-ministro português está na China. É o primeiro governante ocidental a visitar Pequim depois de na semana passada Xi Jinping ter mostrado a sua força ao mundo em oposição à hegemonia do ocidente liderado pelos Estados Unidos. Nos meios diplomáticos circula a informação de que Trump estaria a pressionar a Europa para aplicar tarifas de 100% à China e à Índia, como forma de acabar com a guerra na Ucrânia. Por cá, a queda do Elevador da Glória mostrou um incumbente sem elevação para participar no debate político, a um mês das eleições autárquicas. Para malhar no PS, deixando na paz do senhor o Chega que apresentou uma moção de censura na Assembleia Municipal, Carlos Moedas insultou e disse umas inverdades — eufemismo usado no debate político para descrever uma mentira. Está com o Bloco Central. Paulo Baldaia modera a conversa em que a opinião que conta é de Pedro Marques Lopes e de Pedro Siza Vieira. A sonoplastia deste podcast é de Gustavo Carvalho. BLOCO CENTRAL DOS INTERESSES PEDRO SIZA VIEIRA É inevitável que nestes dias nos lembremos da canção dos Rádio Macau “O Elevador da Glória”, do álbum do mesmo nome, de 1987. Mas apetece-me sugerir que os nossos ouvintes recordem esta canção por outros motivos. Porque me recorda a Lisboa dos anos 80, onde renascia a vitalidade de uma cidade que há pouco tempo tinha recuperado a liberdade. O Bairro Alto era o sítio onde as coisas aconteciam e onde sentíamos que tinha chegado a modernidade e podíamos ser todos protagonistas. A letra registava isso muito bem, a música estava completamente alinhada com a sonoridade indie pós-punk da altura e a Xana tinha muita pinta. PEDRO MARQUES LOPES “Isto não é Miami”, de Fernanda Melchior (Elsinore, 2019) Belo livro. É um conjunto de ótimas histórias todas passadas em Veracruz, México. Muito ligadas à violência e aos gangues daquela terra. Mas é muito mais que isso. Escrito de maneira fluida, – lê-se num dia — despretensiosa, não se consegue parar. Ficaram-me as histórias da miúda possuída por um demónio, que tem como pano de fundo o primeiro casamento da autora, as da violência dos Zetas, a dos clandestinos que pensam que chegaram a Miami, a dos advogados, mas são todas boas e muito bem contadas. Há ali um misto de ternura, de busca de um quotidiano mesmo no meio daquela violência, de normalidade. Encantador. “A vida não vale nada” (de uma das histórias). “Os Cúmplices”, de Georges Simenon (Dom Quixote, 1955, edição de 1989) É tão absurdamente genial que nem sei que diga. Lembrei-me do que o Julian Barnes disse sobre ele, qualquer coisa sobre ele entrar nas almas mais negras. Mas não deve ser bem essa a expressão. Este é sobre um tipo amargurado, estranho, infeliz, com uma vida que tem tanto de vulgar (apesar de bem sucedida) como de estranha. Um casamento infeliz, uma família de que não gosta, sem filhos e com uma história de amor estranhíssima com a secretária. Ele provoca, involuntariamente, um acidente em que morrem 48 crianças, num autocarro escolar. No fundo são os dias dele e o resumo da sua vida desde esse dia até ao dia em que se mata. Curiosamente, reli sem ter relido o anterior do Simenon, de que disse não ter gostado, a “A Neve Estava Suja”, e percebi-o melhor. Esse é muito mais negro, um tipo mesmo mau. Este é bem mais humano, menos preto e branco. De cada vez que leio este tipo mais percebo o absoluto génio que foi.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:03:04
  • Pedro Marques Lopes: “No julgamento de políticos, a diferença entre o Brasil e os Estados Unidos é que no Brasil a Justiça funcionou”
    O Bloco Central regressa de férias e, pertencendo ao passado o tempo em que em agosto não acontecia nada, desta vez o que não falta são assuntos para debate. Depois de Trump se ter encontrado com Putin no Alasca e ter vindo de lá sem qualquer plano de paz, o presidente russo foi à China, conversou e tirou fotos com os líderes chinês, indiano e norte-coreano, a mostrar que o isolamento internacional que o Ocidente gostava de lhe impor, simplesmente não existe. A Europa ainda acabou acusada, tanto por fontes da Casa Branca como pelo porta-voz do Kremlin, de não querer a paz. Marcelo a falar com miúdos da universidade de Verão do PSD referiu-se a Trump como activo da Rússia ou da União Soviética, nada que vários analistas internacionais não tenham dito antes, nem que a realidade desminta, mas dá-se o caso de Marcelo ser Presidente da República. Houve quem temesse retaliação trumpista ao nível do que aconteceu com o Brasil, mas nem Marcelo é Lula, nem Portugal é o Brasil e a coisa passou. Em Brasília, Bolsonaro começou a ser julgado por tentativa de golpe de Estado e por tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, coisa que na América seria impossível fazer com Trump. Juntamente com o recomeço do julgamento de Sócrates, há aqui matéria para pensar na actuação da justiça, no contexto das democracias, quando os réus são antigos líderes políticos ou políticos no poder. Por cá, o governo estava de férias e não parece ter percebido a gravidade de um país a arder no norte e no centro. A Saúde nunca parou de dar notícia, com casos e casinhos. O Tribunal Constitucional deu razão ao Presidente e considerou inconstitucionais várias normas da Lei dos Estrangeiros e logo apareceu um vencido a acusar a maioria dos outros juízes de terem decidido por convicção pessoal e ideológica. Há aqui pano para mangas, a que se podia acrescentar ainda, por exemplo, o projecto do governo para rever a legislação laboral, mas como mantemos o compromisso de manter estas conversas com cerca de uma hora de duração, temos de fazer opções.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:05:44
  • O liberalismo é de esquerda ou de direita? A direita que triunfa tornou-se iliberal? Responde Carlos Guimarães Pinto
    Afinal, o que é o liberalismo? A resposta parece fácil, mas as respostas fáceis são muito simplistas e, por isso, o nosso convidado de hoje resolveu escrever um livro para explicar uma ideia que começou a nascer cerca de 500 anos, mas que só se começou a impor, sobretudo, no ocidente, um ou dois séculos depois. Será esta a ideia que mudou o mundo, como a classifica o autor? Quando falamos de democracia liberal para definir uma democracia plena, será que os conceitos se confundem? Faz sentido que exista como partido? É de direita? O liberalismo é um espectro, onde cabem várias correntes? É a defesa radical desta ideia que nos leva até às democracias iliberais, como sistema político em que existem eleições e aparência de democracia, mas sem pleno respeito pelas liberdades civis, direitos individuais e pelo Estado de direito. Carlos Guimarães Pinto é o autor do livro “Liberalismo: A ideia que mudou o mundo” e está no Bloco Central para conversar com Pedro Siza Vieira e Pedro Marques Lopes. A sonoplastia do episódio é do Gustavo Carvalho. A moderação da conversa é de Paulo Baldaia. As sugestões de Carlos Guimarães Pinto: Worten Mock Fest 2025 A comédia de stand-up é uma das formas de arte mais subestimadas, embora seja das mais exigentes para os artistas. Para um bom espetáculo de stand-up não basta ter um bom texto, o desempenho do artista é fundamental. Um segundo a mais ou a menos entre palavras, um engano numa palavra e um bom texto transforma-se num desempenho artístico. Ao contrário de outras formas de arte, esta está permanentemente a ser julgada. A cada 20 segundos, o público dá o seu feedback sobre a qualidade da obra. Também ao contrário de outras formas de arte, essa resposta não resulta de cortesia. Em espetáculos de teatro ou música, as pessoas podem aplaudir por cortesia ou respeito pelo artista, mesmo que não tenham gostado muito. Na comédia de stand-up, a reação que comprova o sucesso do artista – o riso – é natural e imediata, muito mais difícil de simular por parte do público. A somar a isso, o artista está ali sozinho, sem rede. Como se tudo isto não fosse o suficiente, dificilmente alguém aprecia a mesma arte de stand-up muitas vezes como acontece com uma escultura, uma música ou um quadro. O inesperado acrescenta valor, um valor que quase desaparece numa segunda vez. O artista precisa, por isso, de estar sempre a criar para ser artista. Muitas pessoas não o sabem, mas o stand-up português está a viver o seu momento alto. Nunca houve tantos talentos e tão bons abaixo dos 40 anos. Reflexo disso, teremos este ano o primeiro festival dedicado a stand-up: o Worten Mock Fest (não fui pago para fazer esta publicidade, mas os organizadores merecem). Ainda estamos longe de ter um Fringe Fest como Edimburgo, mas, quem sabe, com eleições autárquicas à porta, não haverá um candidato a prometer isso. Teria muitas dificuldades em não votar nele. “Estado febril”, dos A Caruma A Caruma foi uma banda que nunca teve um grande sucesso, mas cujas letras transpiravam uma insatisfação latente que só mais tarde se refletiu politicamente. É um grupo que estava ali perdido no seu estilo, que tenta ser rural e popular soando citadino e elitista. Em retrospetiva, algumas letras hoje parecem gritos de aviso às elites para um sentimento de um povo que não sente que as suas insatisfações, as reais e as imaginárias, são ouvidas. Vale a pena relembrar. Talvez lhes dê vontade de voltar quase 10 anos depois. Suspeito que hoje teriam muito mais sucesso. A música é “Estado Febril”. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:04:46
  • Nas guerras culturais, os Hipocritões e os Olhigarcas estão a derrotar a esquerda? A conversa faz-se com Rui Tavares
    O livro que serve de mote à conversa de hoje parte de cinco aulas/conferências proferidas por Rui Tavares num curso sobre a história das guerras culturais, complementadas por crónicas publicadas na imprensa portuguesa e brasileira. “Hipocritões e Olhigarcas - Passado e futuro das guerras culturais” começa há dois mil anos e termina nos dias de hoje, com a apresentação destes novos monstros e onde somos convocados para um debate sobre a melhor forma de gerir o medo da mudança. Ou melhor, das mudanças que estão a acontecer em todo o mundo. O autor, que é hoje o convidado do Bloco Central para uma conversa com Pedro Marques Lopes e Pedro Siza Vieira, escreve na contracapa que “o passado das guerras culturais ensina-nos a olhar para o nosso futuro imediato - e diz-nos que precisamos de novas palavras para entender os novos monstros”. Partimos daqui para uma conversa sobre as guerras culturais do presente e dos monstros que se alimentam dessas guerras. A sonoplastia deste episódio é de Gustavo Carvalho. A moderação é de Paulo Baldaia. As propostas de Rui Tavares: “Apocalipse nos trópicos”, de Petra Costa (disponível na Netflix) Documentário com acesso sem precedentes a duas figuras centrais da atualidade brasileira: Lula da Silva e, especialmente, Silas Malafaia, o pastor evangélico mais poderoso do país. O filme explora a dinâmica entre religião e política, mostrando, em particular, como as políticas sociais podem ser sequestradas por uma visão teológica. Quando a vida melhora, milhões saem da pobreza e conquistam a primeira casa, o primeiro carro ou o acesso à universidade — mas o sucesso não é atribuído às políticas públicas, e sim ao mérito pessoal e a Deus. O documentário termina com imagens impressionantes dos acontecimentos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília — ponto de confluência paroxístico dessa tensão política e religiosa. “Aventurera”, de Natália Lafourcade “Aventurera” é uma das faixas do álbum “Mujer Divina”, composto por versões de clássicos do cancioneiro mexicano de Agustín Lara, com duetos que incluem Gilberto Gil, Devendra Banhart e muitos outros. Vale a pena ouvir o disco inteiro, mas esta é a canção mais alegre de todas — e um excelente convite para o verão. See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:11:37
  • O estado da Nação visto por Pedro Siza Vieira e Pedro Marques Lopes
    No mesmo dia em que estreia este episódio do Bloco Central, os membros do governo e os deputados dos diferentes grupos parlamentares debatem o estado da Nação. Uns estarão mais otimistas e outros mais pessimistas, uns puxarão mais pela imigração, outros pela saúde ou pela habitação. A montante e a jusante, o estado da economia, como está e para onde caminha. É igualmente um bom momento para aferir se há uma inclinação governamental para a direita ou se a AD se mantém o partido do meio, verdadeiramente disponível para negociar os grandes dossiês com o PS. Num podcast com sonoplastia de Salomé Rita, eu sou o Paulo Baldaia na moderação de uma conversa em que a opinião que conta é de Pedro Marques Lopes e Pedro Siza Vieira. Sugestão de Pedro Marques Lopes: Estreou esta quarta-feira, 16 de Julho, o espetáculo Audição, do Teatro Praga. É uma peça comemorativa dos 30 anos desta companhia. A Praga é das companhias de teatro mais importantes da cena teatral portuguesa deste século e é com certeza a mais importante do teatro experimental. Espetáculos fundamentais como super gorila, sonho de uma noite de verão, turbo folk, ego sistema, tropa fandanga, jângal, timão de atenas, bravo 2023, resposta a antígona e muitos mais. Espetáculos sempre desafiantes, arriscados, que fogem a todos os cânones e convenções, mas sempre belos e com um cheiro intenso a liberdade e criatividade. A Praga é um projeto mesmo muito especial e de uma profunda sensibilidade artística. Quatro figuras que eu quero destacar: André Teodósio, Claúdia Jardim, o Diogo Bento e o José Maria Vieira Mendes que são, perdoem-me os restantes, a alma da companhia. Vão celebrar com a Praga. Sugestão de Pedro Siza Vieira: Há 40 anos foi publicado Rum, Sodomy and the Lash, o segundo álbum dos Pogues e aquele que os tornou numas improváveis estrelas. A banda era liderada pelo já falecido Shane McGowan, que neste álbum criou uma fórmula muito original de conjugar a música tradicional irlandesa com a música pop. Neste álbum os Pogues ainda tocam músicas tradicionais, como Dirty Old Town ou I’m a Man You Don’t Meet Everyday, mas sobretudo revelou-se o talento do Shane MacGowan como um dos grandes criadores de canções do nosso tempo. Nos meus tempo de universidade ouvi muitas vezes este álbum e continuo a revisitá-lo com enorme prazer. Sugiro que ouçam uma das grandes canções dos Pogues - A Pair of Brown Eyes - em homenagem aos 40 anos do álbum que revelou o Shane MacGowan ao mundo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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    1:01:07

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Sobre Bloco Central

Pedro Siza Vieira e Pedro Marques Lopes analisam os acontecimentos e os protagonistas da semana, com moderação de Paulo Baldaia. Quinze anos depois da estreia na TSF, os episódios passam a sair à quinta-feira, dia de Conselho de Ministros, no Expresso. A fechar, e como sempre, o bloco central de interesses, com sugestões para as coisas importantes da vida.
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