CNa#057: O Mago Louco (Parte 6) | Conto de Fantasia Medieval
A loucura muitas vezes pode ser confundida com a falta de compreensão dos demais para com os objetivos de cada indivíduo, seria Ragy Lemar louco ou apenas um homem em busca de conhecimento e de explorar as possibilidades de seu mundo? Indicado para 14 anos ou mais.
Contos Narrados. Aqui você encontra mais um conto sonorizado produzido pelo do RPG Next.
Coloque seu fone de ouvido e curta!
▬ Autor:
Leo Rodrigues.
▬ Narração:
Brendo Santos.
▬ Masterização, sonorização e edição:
Rafael 47.
Contos Narrados apresenta, “O Mago Louco (Parte 6)", um Conto de Fantasia Medieval.
Capítulo 6: Uma fonte de água
Dentro da caverna, a cada passo que Ragy dava, a presença maligna se tornava mais forte. Ele via os vultos passando em sua frente e começou a ouvir vozes, gritos de dor, choros desesperados, via miragens de pessoas pegando fogo correndo em sua volta, desesperadas.
Os sons do sofrimento daquelas pessoas eram altos demais, ele não conseguia mais escutar a água, não fazia ideia de para onde ir. Sua cabeça doía, as mãos tremiam, sua respiração estava ofegante e sentia o corpo fraquejar.
Em uma tentativa de fazer os sons cessarem, levou as mãos aos ouvidos e fechou os olhos com força, tentando se concentrar. Mas o som foi ficando cada vez mais alto, ele não sabia por quanto tempo poderia suportar. Mais alto, ele achava que seus ouvidos iriam estourar, mas quando estava no limite da dor, o som parou.
Ele estava de joelhos, e ao tirar as mãos dos ouvidos, ouviu o silêncio, a corrente de água bem próxima e o som de algumas goteiras.
Antes de levantar, sentiu alguém tocando em seu ombro. Ao se virar, viu aquela mesma garotinha de antes, olhando fixamente para ele. Seu olhar parecia atravessar sua alma, era profundo, e podia ser definido como um olhar de puro pavor. E ela disse:
- Eles vão pegar você! – e começou a correr em direção à saída, enquanto desaparecia.
O mago ainda estava se pondo de pé enquanto tentava entender quem são “eles”, aos quais a menininha se referia, quando avistou um esqueleto andando em sua direção, vindo da mesma direção que a menina correra.
Não pensou duas vezes, correu em direção ao esqueleto e desferiu um golpe com o cajado, de cima para baixo, gerando uma onda de luz azulada, quebrando o esqueleto em vários pedaços.
Ele não tinha tempo a perder, precisava chegar à fonte da magia logo. Porém, quando virou-se, viu outros dois esqueletos se aproximando, esses andavam mais rápido e um deles portava consigo um colar prateado, como aquele que Boris mostrara na taverna.
Ragy acertou em cheio, em um golpe circular da direita para a esquerda, as costelas de um dos esqueletos e pôde ver o raio azul despedaçando ambos os esqueletos. Ele lamentou ter dado aquele golpe, pois sabia que provavelmente destruíra o esqueleto do filho de Bóris. Mas sua lamentação não durou mais que alguns poucos segundos, pois ele escutou uma risada maligna, seguida pela volta dos vultos e gritos de sofrimento.
O calor estava insuportável, como se as chamas daquelas miragens estivessem aquecendo todo o local. Sua cabeça latejava, e a visão começava a ficar turva, dificultada pelo suor que ardia ao cair nos olhos. Mas isso não o impediu de ver uma horda de esqueletos correndo em sua direção, alguns sem crânio, outro sem braço e sem as pernas, arrastavam-se em sua direção.
Não havia outra opção, o mago precisava lutar por sua vida. A cada esqueleto que ele derrubava, parecia surgir mais dois. Ele tinha a impressão de que os ossos espalhados se reorganizavam e formavam novos esqueletos, eles não paravam de vir.
Ragy usava toda sua habilidade em combates marciais, girando seu cajado em todas as direções e proferindo algumas palavras mágicas que lhe permitiam conjurar ondas e raios de poder que afastavam e desmontavam vários esqueletos de uma vez.
Porém, eles eram incansáveis, e Ragy estava esgotado.