TV 3.0 muda a lógica da TV aberta e aproxima experiência do streaming, avalia José Armando Vannucci
A chegada da TV 3.0 ao Brasil não representa apenas um salto tecnológico, mas uma transformação no modo de consumo de televisão. É o que avalia o jornalista e pesquisador José Armando Vannucci, especialista em televisão e autor da Biografia da Televisão Brasileira. Para ele, o novo padrão vai reposicionar a TV aberta em diálogo direto com o streaming, sem perder sua função coletiva. “Mais do que uma inovação técnica, a TV 3.0 é uma mudança de comportamento. O telespectador continuará zapeando, mas agora dentro de um ambiente de aplicativos, que permite interatividade e personalização inéditas”, afirma Vannucci à Rádio Eldorado. Segundo o decreto assinado em Brasília pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o Brasil adotará o padrão DTV+, que combina sinal aberto gratuito com recursos digitais e integração à internet. A promessa é de imagem em 4K (com possibilidade de 8K), som imersivo e novas funcionalidades, como votações em tempo real, conteúdos extras, serviços de governo digital, alertas de emergência e até o T-commerce, que permitirá comprar produtos exibidos em novelas ou programas diretamente pela tela. Vannucci destaca que essas possibilidades impactam tanto o público quanto o mercado audiovisual. “A publicidade ganha novas formas de inserção, mais próximas da lógica digital, enquanto a dramaturgia poderá criar estratégias narrativas que dialoguem com a interatividade. É uma mudança de linguagem e de modelo de negócios.” O governo prevê estações experimentais em São Paulo e Brasília a partir de 2025 e estima que a tecnologia esteja disseminada até a Copa do Mundo de 2026. O sistema atual de TV digital continuará funcionando paralelamente por 10 a 15 anos.See omnystudio.com/listener for privacy information.