Bruno Miranda | Café com Política
Líder do governo Álvaro Damião na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), o vereador Bruno Miranda (PDT) avalia que o primeiro ano da nova gestão foi marcado por “respeito”, “relação republicana” e um clima de “harmonia” entre Executivo e Legislativo. Em entrevista ao Café com Política, exibido nesta quinta-feira (20/11) no canal de O TEMPO no Youtube, o parlamentar minimizou relatos de ciúmes e preferências dentro da base, assegurou que o governo conta hoje com cerca de 31 vereadores e afirmou não ver uma oposição estruturada na Casa.“Sempre há uma insatisfação de um ou outro vereador, e a gente precisa trabalhar para diminuir essas insatisfações. Mas acredito que hoje as coisas estão dentro da normalidade”, afirmou. Segundo ele, eventuais descontentamentos surgem quando o prefeito é visto em agendas regionais “que muitas vezes nem são da prefeitura”, o que gera a impressão equivocada de priorização. “Esse ruído muitas vezes acontece, e a gente está ali para ajustar e aparar as arestas”, completou o vereador, que negou qualquer predileção eleitoral antecipada por parte de Damião para 2026.Questionado sobre a base do prefeito no legislativo municipal, Bruno Miranda disse não ver uma oposição consolidada na CMBH. “Nós temos iniciativas de oposição, mas não percebemos uma oposição sistemática. Mesmo vereadores do PL, PT e PSOL têm disposição para dialogar”, afirmou. Para ele, moções ideológicas — como apoio à operação no Rio de Janeiro ou protestos sobre exposições culturais — refletem a polarização nacional, mas pouco contribuem com a cidade. “Esse debate é levado para fomentar redes sociais. Muito pouco contribui com Belo Horizonte, embora faça parte do mandato de quem propõe”, disse. O prefeito, segundo Miranda, evita interferir. “Ele tem muita coisa para fazer e não dá para ficar perdendo tempo com isso.”Durante a entrevista, o líder de Damião voltou a criticar o projeto de tarifa zero apresentado pela oposição. “Da forma como foi colocado, é inviável. Não tem a menor possibilidade de virar de um dia para o outro um ônibus de graça para a população”, afirmou. Ele reconhece, porém, que modelos com tarifa social poderão ser estudados para o próximo contrato.O vereador reforçou, no entanto, que antes de 2028 “é difícil” promover grandes transformações no sistema devido ao atual contrato vigente. Sobre gratuidades ainda não regulamentadas dentro do subsídio já aprovado, o parlamentar pontuou que "não adianta vender lote na lua". "É preciso regulamentar o que já foi aprovado”.O líder de Damião também negou que o debate do tarifa zero tenha deixado feridas internas. “Já foi superado. A gente mantém uma relação de respeito com o vereador Helton”, avalio o vereador, sobre o vice-líder que deixou a função após divergências no tema.Sobre a recente disputa entre prefeitura e governo de Minas sobre a operação de barcos na Lagoa da Pampulha, Bruno Miranda avaliou que a situação não deve criar ruídos com o grupo da Família Aro. Ele defende que a administração municipal tenha a atribuição principal sobre a área. “Todo evento ali quem licencia é Belo Horizonte, não é o estado. Pela lógica, as pessoas moram na cidade, não no estado”, disse, classificando a polêmica como “briga já superada”.Presidente municipal do PDT, Bruno Miranda avaliou também como positiva a entrada do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT), no partido e acredita que ele deve disputar o governo de Minas. “Ele tem toda legitimidade de construir internamente e conversar com outras forças. A disposição inicial é uma candidatura majoritária ao governo”, afirmou.Sobre críticas ao estilo do ex-prefeito, Miranda minimizou: “Tudo na vida serve de aprendizado. Acredito que ele vai dialogar com todo mundo”. Miranda disse ainda que o PDT deve seguir independente em 2026. “A ideia do PDT é seguir sozinho, se fortalecendo nos estados. Não há discussão de fusão ou federalização”, afirmou. Ele também confirmou o interesse do deputado federal e presidente do partido no Estado, Mario Heringer (PDT), em disputar o Senado.