Adriana Souza | Café com Política
A vereadora de Contagem Adriana Souza (PT) afirmou, em entrevista ao Café com Política, que optou por renunciar ao cargo de vice-líder da prefeita Marília Campos (PT) na Câmara Municipal para não colocar em risco nem prejudicar a governabilidade da prefeita no Legislativo. De acordo com a parlamentar, houve mal-estar entre os colegas e até boicotes a projetos do Executivo após ela se posicionar contrária ao reajuste dos salários dos vereadores. “Desde o momento em que me posicionei publicamente, alguns vereadores disseram que a situação não estava confortável com o governo em função do meu posicionamento. Enquanto eu falava, houve esvaziamento do plenário. Tomei essa decisão para proteger a governabilidade do governo”, pontuou a parlamentar, que disse que a medida amplia a distância entre a Câmara e a realidade da maioria. “Tivemos falas de vereadores que disseram que R$ 1.300 é uma mixaria. A maior parte da população vive com um salário mínimo. Fazer dois reajustes em tão pouco tempo dialoga pouco e representa uma distância da realidade da maioria”, argumentou.Ainda segundo a vereadora, ela teve o apoio da prefeita para deixar a vice-liderança, mas acredita que não caberia ao Executivo defendê-la. “Eu acho que não cabia à Prefeitura, legislativo e executivo têm tarefas muito diferentes. Inclusive, quando me posicionei contrariamente a esse segundo reajuste, foi entendendo que, dentro de uma democracia, é legítimo termos posições divergentes, e era uma posição contrária a uma decisão do legislativo, que nada tinha a ver com a prefeitura e com o governo da prefeita Marília. Mas o que aconteceu foi que os próprios colegas parlamentares transformaram isso em um entrave, utilizando meu posicionamento para misturar com a tarefa da vice-liderança e, a partir disso, tentar negociar com o governo”, afirmou.Questionada sobre o futuro político de Marília Campos, Adriana avaliou que o nome da prefeita é o mais forte para disputar o governo de Minas em 2026, mas pontuou que sucessão de Marília em Contagem deve ser discutida apenas após 2026. “Hoje a gente não tem um nome melhor para governar o Estado de Minas Gerais, mas ela costuma sempre dizer que não está à disposição dessa tarefa. Mas quem sabe, se o povo pedir”, avaliou.