
“Rage bait” ou “Isca de Raiva”: palavra do ano que explica por que todo mundo está irritado na internet
17/12/2025 | 58min
Sabe quando você tá de boa rolando o feed e, do nada, uma postagem te deixa irritado em três segundos? Aquela sensação de “não é possível que alguém escreveu isso” e pior, postou? Pois é. Não é só com você. É com todo mundo.A Oxford University Press escolheu rage bait - ou “isca de raiva” - como termo do ano justamente porque esse tipo de conteúdo virou método. Postagens pensadas para cutucar, provocar indignação e acender o pavio emocional do público. Irritação virou moeda. E o pior: funciona muito bem.Segundo a Oxford, o uso do termo triplicou nos últimos 12 meses, acompanhando a explosão de conteúdos criados exclusivamente para gerar reação emocional intensa. É uma espécie de irmão tóxico do clickbait: aqui, o objetivo não é só fazer você clicar, é te deixar bravo o suficiente para comentar, compartilhar, reagir - e alimentar o algoritmo.Não por acaso, o termo do ano passado foi brain rot, uma expressão que já alertava para o desgaste mental provocado pela rolagem infinita. Agora, com a raiva transformada em entretenimento, a pergunta é inevitável: como isso está afetando nossa saúde mental, nossas relações e a forma como enxergamos o mundo?Para aprofundar esse debate, o Interessa recebe Bianca Costalonga Dorigo, psiquiatra da Rede Mater Dei, para falar sobre os impactos do rage bait fora das telas, os efeitos da irritação constante no bem-estar e como desenvolver mais consciência emocional em um ambiente digital que lucra com o nosso descontrole.

Haja paciência! Você se considera uma pessoa paciente?
16/12/2025 | 59min
Em tempos de perguntas que 'exigem' respostas instantâneas, filas que, mesmo pequenas, irritam, mensagens não respondidas e uma rotina cada vez mais acelerada, a paciência parece estar em extinção. Mas será que a gente sabe, de fato, o que significa ser paciente? Ou será que confundimos paciência com engolir tudo em silêncio?O pensador islâmico Abu Hamid al-Ghazal (c. 1058–1111), um dos mais importantes teólogos da história do Islã, defendia que a paciência não é uma virtude automática. Segundo ele, nem toda paciência é boa: apenas aquela que serve a objetivos justos contribui para uma vida ética. E aí surge uma questão fundamental: quem define quais objetivos são justos? Cada um de nós.A ciência contemporânea concorda em parte com essa reflexão. Hoje, a paciência é entendida como uma habilidade ligada à regulação emocional, autoconsciência e escolhas conscientes. Não se trata apenas de esperar, mas de como reagimos enquanto esperamos e do que fazemos com nossas emoções nesse processo.Mas por que temos cada vez menos paciência? Como essa dificuldade impacta nossos relacionamentos, decisões, produtividade e saúde mental? A falta de paciência anda de mãos dadas com a ansiedade? E mais: é possível treinar essa habilidade ou ela é um traço inato da personalidade?Nesta terça-feira (16), o Interessa abre espaço para discutir os limites, os benefícios e até o lado tóxico da paciência. Para essa conversa, a bancada feminina recebe Gustavo Cury, psicólogo, escritor e educador físico, que ajuda a traduzir o que a ciência diz sobre paciência, como desenvolvê-la no dia a dia e por que, às vezes, perder a paciência também pode ser um sinal de saúde emocional.

Dezembro Laranja: câncer de pele nasce do sol da rotina, não do sol da piscina
15/12/2025 | 59min
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra anualmente mais de 220 mil casos de câncer de pele não melanoma e 9 mil diagnósticos de melanoma. Mas você sabe a diferença entre um e outro?A primeira dúvida é clássica: basta usar somente o protetor? A resposta é dura, mas necessária: não. A propósito, usar o produto de forma inadequada é praticamente a mesma coisa que não usar - e a gente sabe como as pessoas erram feio nesse ponto. Tem quem ache que pele morena “não queima”, quem ignora pintas que mudam, quem normaliza aquela queimadura leve só porque não deu insolação. E é aí que o câncer de pele se instala: anos de pequenas negligências, dia após dia.O grande vilão não é aquele sol fortíssimo das férias na praia, mas o famoso sol da rotina, o mesmo que atinge quem trabalha dirigindo, quem passa o dia em lavouras, obras, feiras, ruas.E aí fica a pergunta: se o Brasil é um país ensolarado o ano inteiro, por que ainda tratamos proteção solar como algo sazonal? Hoje, conversamos com a Dra. Graziella Piló, médica oncologista, para entender como se proteger de verdade.

Como diferenciar vício de hábito?
11/12/2025 | 57min
Quem nunca soltou (ou ouviu alguém dizer) um “sou viciado em Instagram”? Mas será que é vício mesmo ou... só costume? Um estudo publicado no Scientific Reports (Nature) mostra que nossa autopercepção anda bem distorcida: para cada pessoa realmente em risco de dependência, outras oito acreditam estar “viciadas” sem estarem.No levantamento, apenas 2% apresentaram sinais clínicos, enquanto 18% se declararam dependentes. Nesta quinta, quem ajuda nossas meninas a compreender melhor esse comportamento é o psiquiatra Bruno Brandão, que se junta à bancada para esclarecer o que é hábito, o que é compulsão e o que é só a gente se autodiagnosticando à toa.Chamar de vício aquilo que é apenas repetição pode bagunçar nossa relação com o próprio comportamento e ainda minimizar casos reais, que exigem cuidado. A dependência envolve perda de controle, sofrimento emocional, abstinência e prejuízo social. Já hábitos automáticos, como abrir o celular sem perceber, muitas vezes respondem ao tédio, ansiedade ou rotina… sem necessariamente virar um problema clínico.Então, como saber quando algo passa do ponto?

Quem é você quando o relacionamento acaba?
11/12/2025 | 58min
Tem casais que viram quase uma entidade: não existem mais separados. Foto de perfil juntinha, vida social completamente compartilhada, amigos em comum - uma fusão total. Só que, quando a relação termina, surge uma questão ainda maior do que o rompimento: quem sou eu agora? E aí: quando essa relação deixa de existir, o que sobra?Muita gente se vê presa à própria imagem de “metade de um casal”. Algumas pessoas perdem relevância profissional, outras descobrem que não têm mais vida social independente, outras percebem que não sabem mais quem são sem a dinâmica a dois. Por outro lado, há quem reconstrua a própria história: pessoas que foram, por anos, “ex de alguém” e encontraram voz e propósito próprios depois do término.Como preservar a autonomia dentro da relação? Como não permitir que o casamento se transforme na sua principal identidade? E, quando o fim chega, como reencontrar a própria narrativa?



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