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Histórias de ter.a.pia

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  • Seu filho vai ser um anão de circo: foi o que o médico disse para minha mãe depois do parto
    Desde o nascimento, a vida de Pedro Henrique foi atravessada por olhares e palavras que tentaram reduzir quem ele poderia ser. Sua primeira experiência com o capacitismo havia sido poucas horas depois dele nasceu, quando o médico disse à sua mãe, ainda na maternidade: “ele vai ser tipo um anão de circo”. A frase marcou o início de uma trajetória em que sobreviver significou enfrentar, diariamente, um mundo que insiste em não enxergar pessoas com deficiência como iguais.Prematuro de oito meses, Pedro foi direto para a UTI. Sua mãe o reencontrou cheio de tubos e, assustada com os diagnósticos duros, chegou a pensar que talvez fosse melhor o filho não sobreviver a tanto sofrimento. Mas o Pedro sobreviveu e logo descobriu que viver com deficiência seria enfrentar o capacitismo em cada espaço.Na infância, seu primeiro contato com a representação do nanismo foi com os anões da Branca de Neve, retratados como adultos infantilizados. Na escola, o preconceito foi ainda mais cruel quando ele muda de um colégio de bairro, onde todos o conheciam, e vai para uma escola muito maior.Na escola nova, que era religiosa, ele ouviu de professores e colegas que era um karma para os pais. Ao mesmo tempo, assistia à TV transformar pessoas como ele em piada, e nas ruas sofria agressões físicas e verbais. Lembra do “pedala Robinho” popularizado pelo Pânico na TV? A tudo isso se somava ainda a homofobia. Ainda criança, Pedro sabia que se interessava por meninos, mas estudava em uma escola religiosa que dizia que isso era pecado. Imagina uma pessoa com deficiência, que já é vista como uma provação para família, se assumir homossexual? Impossível.Foram quase trinta anos até ele conseguir se assumir como homem com deficiência e como homem gay. Só então começou a se reconhecer digno de existir, de se olhar no espelho e se sentir desejado.Mas no campo afetivo, as marcas do capacitismo persistiam: “fica, mas não assume”, “fica, mas não leva pra família”. Para o Pedro, a exclusão aparece nas relações, nas festas, nos trabalhos que nunca chegam.Hoje, ele é diretor, roteirista, ator, jornalista e influenciador. Vai com medo, mas vai. Porque acredita que pessoas com deficiência não só produzem arte como também transformam as narrativas de um país que insiste em não incluí-las.
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    7:02
  • Minha criança é uma menina e um menino ao mesmo tempo
    A Rosana descobriu que a vida de sua criança não seguiria os caminhos esperados quando um exame revelou uma síndrome rara: higienesia gonodal mista, que mostrou que a criança tinha cromossomos masculinos (XY) mas genitália feminina. A partir dali, a compreensão da Rosana sobre identidade e gênero mudou para sempre.Desde cedo, os sinais estavam presentes na criança. Durante muito tempo, a mãe acreditou que fosse apenas teimosia. Até que, em uma festa de Ano Novo, a criança passou a noite inteira parada, emburrada com o vestido que lhe vestiram. No fim, pediu para trocar de roupa: “essa roupa de menina é meu inimigo”. E com shorts e camiseta que lhe vestiram depois, correu e brincou como nunca. Ali ficou claro que não era birra, mas identidade.A rotina da mãe e da criança passou a incluir longas viagens para exames e acompanhamento. Por conta da sua síndrome, a criança não desenvolveu o crescimento e, por isso, toma diariamente hormônio do crescimento, enquanto médicos observam se seu corpo responde mais a estímulos masculinos ou femininos. Nesse momento, nem a mãe, nem a equipe médica se preocupam em definir se ela será menino ou menina, mas garantir saúde e um futuro.Nesse processo, Rosana que não tinha conhecimento nenhum sobre o que acontece com sua criança, entendeu que seu papel é ser seu alicerce. Hoje, ela entende que seu papel não é impor escolhas, mas apoiar. No mercado, quando alguém chama a criança de “menininho”, ela apenas observa o sorriso de alegria no rosto da criança. Em desenhos, a filha liga seu coração ao da mãe, reconhecendo nela o apoio para ser quem deseja ser.A história da Rosana e sua criança mostra que não se tem respostas para os mistérios da vida, seja ele identitário ou genético. E a partir disso, tudo que uma mãe ou um pai pode fazer é condicionar à sua criança amor, aceitação e respeito. Porque o mais importante é que essa criança cresça livre, feliz e sendo exatamente quem ela é.
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    8:03
  • Eu não sou meu prontuário. Eu preciso que antes você me olhe nos olhos
    Sandra descobriu o câncer de mama em um momento em que já não havia mais como esconder os sinais. Mas, diferente do que muitos poderiam imaginar, ela não deixou que o diagnóstico apagasse quem ela é. Tudo começou com um caroço que não deram muita importância e somente após algumas consultas, veio o diagnóstico: câncer de mama avançadoNo cuidado paliativo, Sandra encontrou qualidade de vida para fazer o que gosta, amar quem ama e ser quem é. Desde 2013, entre cirurgias, quimioterapias e renascimentos, ela encontrou um jeito de ajudar outras pacientes que cruzam seu caminho e de continuar vivendo. E vivendo com intensidade! Ela mesma diz “quando a morte chegar, vai me encontrar viva”.A história de Sandra não é sobre desistir, mas sobre continuar. Ela nos lembra que existe vida após o diagnóstico e que falar sobre o câncer de mama é essencial para ampliar o acesso à informação. Em muitos casos, o tratamento adequado no momento certo pode fazer toda a diferença e, até mesmo, a cura.Converse, informe-se e cuide de quem você ama. Conheça mais sobre essa causa da Campanha #AVidaEuTragoNoPeito: www.lilly.com/br/avidaeutragonopeito #WeAreLillyPP-AL-BR-1660 – JULHO 2025 – Material destinado ao público geral
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    7:39
  • Ele descobriu que o pai é gay quando se assumiu gay
    “Eu descobri que meu pai era gay depois que eu me assumi gay.” Foi assim que Gabriel entendeu que sua história não era apenas sobre coragem individual, mas sobre como a verdade, quando finalmente aparece, pode transformar uma família inteira. Pai e filho se assumiram quase juntos, e o que poderia ter sido motivo de ruptura virou um laço ainda mais forte.Desde muito cedo, Gabriel sabia que era diferente. Cresceu em uma família católica, ouvindo que amar outro homem era pecado, que poderia levá-lo para o inferno. Aos 17 anos, começou a se relacionar com um garoto, sempre escondido, até que os comentários e as fofocas chegaram à sua mãe. O medo de contar a verdade foi maior do que a coragem naquele momento. Quando tentou conversar, sentiu o peso do julgamento nos comentários dela, e preferiu escrever uma carta para o pai e a avó: dizia que não ia mudar, porque aquela era a sua verdade. A reação da avó foi simples: “O importante é você comer, não importa a sua orientação”. Já o pai só foi descobrir pessoalmente, dentro do carro, enquanto levava o filho para encontrar o namorado.Pouco tempo depois, a vida deu uma reviravolta. Assim que Gabriel se assumiu, seus pais iniciaram o divórcio. Foi a mãe quem revelou: “Seu pai é igual a você. Ele também é gay.” A frustração dela, que vinha de anos de casamento de fachada, começou a se transformar em aceitação. Se o marido que viveu 20 anos ao seu lado era gay, como negar a verdade do próprio filho? A partir dali, os três puderam começar a viver de forma mais livre.O que poderia ter acabado em rompimento se transformou em um novo tipo de família. Separados, mas próximos. A mãe arrumou um namorado, que era amigo do pai. O pai, aos 50 anos, apresentou o namorado para a ex-esposa, para o filho e até para a sogra. Os Natais, os almoços e as conversas continuaram juntos, mas agora sem a fachada da mentira.Gabriel lembra com orgulho de quando percebeu que sua família, vista por tantos como “moderna demais”, na verdade, só estava sendo sincera. Sem o peso da religião, sem a obrigação da aparência, restou o que sempre deveria ter sido o centro: amor e respeito. O casamento acabou, mas a família não se desintegrou. Pelo contrário: ficou mais inteira do que antes. Pai e filho puderam sorrir livres, viver seus afetos sem medo, e descobrir que a verdade, mesmo que tardia, liberta.Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
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    6:15
  • Meu pai é gay, minha mãe é hétero e os dois decidiram me ter juntos
    "Esse é meu pai. Ele é gay. Essa é minha mãe. Ela é hétero. Eles são amigos". É assim que Alyce costuma se apresentar quando alguém pergunta sobre sua história. Não é uma resposta que costuma vir sozinha. Ela geralmente vem acompanhada de um olhar curioso, confuso ou até chocado. Mas, pra Alyce, tudo sempre foi muito simples: ela nasceu de um desejo comum. E de um afeto verdadeiro.Os pais de Alyce se conheceram num churrasco na casa do tio dela, que também era gay, embora ninguém soubesse ainda. No meio dessa festa, nasceu uma amizade entre a mãe de Alyce e seu futuro pai. Uma amizade tão forte que fez com que ele passasse a frequentar a casa com frequência.O tempo foi passando, a amizade foi ficando mais sólida, e ele começou a brincar que queria ter um filho com ela. No começo, ela achava que era só piada. Até que, cinco anos depois, eles decidiram que sim: iriam tentar. Naturalmente, sem inseminação, sem processo médico. Com afeto, confiança e consentimento.Foram três tentativas até que desse certo. E quando a notícia da gravidez chegou, por meio de uma cólica que parecia ser renal, mas era só a Alyce dizendo "cheguei", ele ficou eufórico. Ligou pra todo mundo. Queria contar ao mundo que ia ser pai.Muitos achavam que por ele ser um homem gay, não seria presente. Pelo contrário: ele sempre esteve lá. Acordava de madrugada, se preocupava com os cuidados, foi presente em todas as fases. Foi acolhido pela família da mãe dela, morou com elas, e nunca escondeu quem era. Alyce cresceu ouvindo que seu pai era gay. Cresceu indo à Parada com ele no colo. Viu de perto o que era diversidade. Viveu, em casa, a experiência do respeito.
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    5:46

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