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Histórias para ouvir lavando louça

Podcast Histórias para ouvir lavando louça
ter.a.pia
Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar enquanto da uma geral na sua cozinha. Um podcast do ter.a.pia!

Episódios Disponíveis

5 de 178
  • Ser gago nunca me impediu de falar. Quem deveria me escutar, sim
    Gabriel sempre soube que era gago. Desde criança, ele enfrentou o julgamento silencioso e impaciente de quem ouve, mas não tem paciência para escutar. Na escola, ler em voz alta nas aulas era um pesadelo. Gabriel sofria por antecipação, esperando ansioso e tenso até chegar a sua vez, como se a cada segundo aumentasse a expectativa e o medo de “falhar” por conta da gagueira. A gagueira sempre o colocou numa posição delicada, especialmente quando ele descobriu que queria seguir na área de comunicação. Ele sentia que era constantemente empurrado a um papel de silêncio, de timidez, como se o mundo ao redor insistisse que pessoas como ele não deveriam falar, não deveriam se impor. Por sorte, Gabriel percebeu que sua gagueira era um desafio, mas não uma fraqueza. Ele faz questão de deixar claro que não precisa ser completado ou interrompido, porque sabe o que quer dizer e sabe como quer dizer. Ele sabe que muitos preferem ver vídeos prontos, onde não precisam lidar com a ansiedade de sua fala pausada. Até sua mãe, depois de assistir seus vídeos, admitiu que entendeu algo que antes não enxergava: a boa intenção dela, por vezes, se confundia com uma tentativa de “corrigi-lo”. No caminho de aceitação, Gabriel precisou superar não só os preconceitos externos, mas também o peso dos mitos que cercam a gagueira. A gagueira é, geralmente, genética e, em alguns casos, resultado de traumas, e cada pessoa que gagueja precisa encontrar seu próprio caminho de aceitação. Hoje, Gabriel está no auge de sua autocompreensão. Ele não busca mais uma “cura” para sua fala. Ele sabe que, na sociedade, o que foge da norma gera incômodo, mas, ao contrário do que muitos esperam, ele não quer se enquadrar. Ele entende que sua gagueira não o torna menos capaz. Na verdade, ela o torna uma voz importante para todos que compartilham dessa experiência. Afinal, todo mundo tem direito de falar e fazer sua voz ser respeitada. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
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    9:01
  • Pastoras, lésbicas e casadas: o amor se uniu à religião
    Lanna Holder e Rosania Rocha são pastoras, lésbicas e casadas, e desafiam os padrões dentro da comunidade religiosa. Lanna, missionária evangélica, passou anos pregando sobre "cura gay", já Rosania, por sua vez, era uma cantora gospel com uma jornada de vida igualmente profunda. Quando se conheceram, foi como se algo em ambas despertasse. Lanna, mesmo dedicada ao ministério, sentiu uma conexão imediata e inédita ao ver Rosania pela primeira vez. Elas sabiam que era algo especial, mas tentaram reprimir o que sentiam, orando e buscando apoio na igreja. Mesmo assim, o amor que nasceu entre as duas era forte demais para ser ignorado. O que começou com uma amizade cheia de carinho e compreensão se transformou em algo profundo e verdadeiro. O caminho não foi fácil; elas enfrentaram o preconceito, a rejeição e até perderam amigos e familiares. Mas, em meio à dor, Rosania voltou para estar ao lado de Lanna, oferecendo o apoio que ela precisava em um momento difícil. Juntas, elas encontraram a força para enfrentar tudo e perceberam que seu amor era, na verdade, uma bênção. A experiência que viveram as inspirou a fundar a Cidade Refúgio, uma igreja que acolhe com amor e respeito a todos, especialmente a comunidade LGBTQIA+. Elas acreditam que Deus as uniu para construir um espaço de fé e acolhimento, onde o julgamento não tem lugar e onde todos podem ser amados como são. Hoje, Lanna Holder e Rosania Rocha são pastoras e vivem seu amor com orgulho e fé. Elas continuam a compartilhar a mensagem de que Deus não vê diferenças e que há lugar para todos na igreja. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
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    9:50
  • Cresci sozinho no hospital, hoje levo alegria para crianças internadas
    Anderson tinha 3 anos quando começou a passar longos períodos internado em um hospital. A rotina era marcada por procedimentos médicos, exames e a solidão. Naquela época, não era permitido acompanhantes, mesmo com crianças, então quando as visitas da mãe terminavam, Anderson ficava sozinho. Sem acompanhante, sem uma distração que o tirasse do peso do que estava vivendo ali. Era um quarto vazio e muito silêncio. Anderson olhava para o teto e esperava a hora passar. Na época, as internações pediátricas não tinham palhaços, visitas inesperadas que mudassem o clima pesado. Era só ele, uma criança tentando entender aquele universo sem nenhum suporte além das visitas diárias da mãe e o possível que a equipe médica tentava fazer. Já adulto, ele conheceu o trabalho dos @doutoresdaalegria, um grupo de palhaços que visita hospitais para aliviar a tensão dos pacientes. Ele se reconheceu naquele trabalho, achou que talvez fosse sua vez de fazer pelo outro o que ele tanto sentiu falta. Fez o curso de palhaço e começou a atuar no Recife. Lá, ele aprendeu a colocar o nariz vermelho e a entrar nos quartos sem saber ao certo o que esperar — apenas que estava ali para oferecer algo que ele mesmo nunca teve. Quando Anderson voltou a São Paulo, foi designado justamente para o hospital onde passou a infância internado. Andando pelos corredores, ele reconheceu os espaços e lembrou das horas que passava ali sozinho. Voltar ali foi como ver a própria história de outro ângulo. Agora, ao entrar nos quartos, ele se vê naquela criança que ele foi um dia, no olhar assustado das crianças que ele encontra. Hoje, Anderson sabe que o que ele faz não apaga o que ele passou, mas ele percebe que essa experiência também lhe deu algo: uma compreensão verdadeira do que significa estar ali, esperando alguém que traga algo além de remédios. Ele é a presença que um dia ele mesmo quis ter. E cada sorriso que provoca é, ao mesmo tempo, para as crianças e para o menino que ele foi. A história do Anderson tá disponível no site historiasdeterapia.com/historias. O projeto Doutores da Alegria já ajudou mais de 2,5 milhões de pessoas em seus 30 anos de existência, mas devido ao número insuficiente de doações, as atividades nos hospitais de Pernambuco e Rio de Janeiro e em 80% das unidades de saúde de São Paulo foram interrompidas. Para que o projeto continue levando alegria, faça uma doação pelo pix [email protected] ou pelo site doutoresdaalegria.org.br. #EspalheAlegria Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
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    6:55
  • Descobri minha família com o assassinato de um parente na TV
    Jaqueline cresceu sem saber muito sobre suas raízes e só foi ter certeza de quem era sua família com a morte de um parente na TV, o caso do indígena Galdino, assassinado em Brasília. Ainda criança, Jaqueline fez uma pergunta que ficaria sem resposta por muitos anos: “Vó, a gente é índio?”. A avó reagiu apenas com um gesto: 🤫. Naquela época, ser indígena não era motivo de orgulho, mas de medo. Quando Jaqueline tinha apenas oito anos, sua mãe faleceu, e a família foi levada para a Bahia, para viver com sua avó. As lembranças desse período são marcantes: a casa simples de barro e palha, sem energia elétrica, e as lições de vida que a avó ensinava, mesmo sem saber ler ou escrever. Era uma vida simples, mas cheia de amor e partilha. Aos 15 anos, Jaqueline voltou para Ribeirão, mas o retorno foi doloroso. Na escola, a vergonha por suas origens a fez esconder quem ela realmente era. O pacto de silêncio da família sobre a identidade indígena pesava sobre ela, e Jaqueline respeitava isso. Não falava sobre o assunto. Tudo mudou em um domingo, quando seu pai pediu para ligarem a televisão. O que ela viu na tela mudou sua vida para sempre. Era o velório de Galdino Jesus dos Santos, um indígena assassinado em Brasília. Seu pai começou a apontar para a tela, reconhecendo rostos: “Essa é minha tia, esse é meu primo”. Foi naquele momento que Jaqueline soube que sua família era parte do povo Pataxó Hã Hã Hãe. Não havia mais como negar quem ela era. Jaqueline descobriu a história dolorosa de sua avó, que havia sido expulsa de suas terras por fazendeiros. O trauma de ser perseguida deixou marcas profundas, e sua avó optou por silenciar sobre seu passado. Em 2000, Jaqueline decidiu visitar a aldeia de Catarina Caramuru Paraguaçu. Foi lá que ela reencontrou seus tios e ouviu as histórias de luta pela terra, histórias de resistência e coragem. Foi lá que ela recebeu um documento do cacique, comprovando seu sangue indígena. Porém, a luta por reconhecimento continuava. Durante a pandemia, Jaqueline ouviu de uma enfermeira que não poderia tomar a vacina antecipadamente, como era liberado para pessoas indígenas, porque ela não “andava pelada”. Mas Jaqueline não se calou e passou a representar os indígenas da sua cidade, lutando para que sua família e outros fossem reconhecidos. Em 2024, ela viu um marco importante: foi inaugurado o primeiro posto de saúde com uma sala de referência para atendimento aos povos indígenas no ABC paulista. Hoje, Jaqueline carrega com orgulho a identidade que um dia foi motivo de silêncio e medo. Ela é Pataxó Hã Hã Hãe, e sua luta pelo reconhecimento indígena é o legado que sua avó lhe deixou. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
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    8:38
  • Ela acolheu um morador de rua dentro de casa
    Eliane sempre foi muito sensível à dor do outro, e foi assim que ela acolheu um morador de rua dentro de casa. Eliane cruzava diariamente com José até que um dia, enquanto o observava de perto, ela enxergou algo além da sujeira e da aparência abatida: ela viu um ser humano. E então ela decidiu que iria ajudá-lo, não importava como. Eliane costumava levar uma coberta para José nas noites frias, tentava oferecer palavras de esperança, mas ele estava desanimado, dizia que não havia mais saída para sua situação. Depois de um tempo, ela decidiu chamá-lo para dormir em sua casa e fez um acordo simples: ele poderia dormir, tomar banho e comer lá, desde que não voltasse a usar drogas. Nas primeiras noites, tudo correu bem, mas alguns dias depois ele não voltou. Quando ela o encontrou, ele assumiu que voltou a usar drogas e com o coração apertado, Eliane fez sua promessa valer. Ela o colocou para fora, mas a dor de vê-lo voltar às ruas era quase insuportável. Era como mandar um filho embora. Por 20 dias, José voltou às ruas, e Eliane o observava da janela. Um dia, ela o procurou, e, entre lágrimas, ele pediu ajuda para se internar. Fiel à sua promessa, Eliane encontrou um local para sua recuperação. A jornada de recuperação de José foi difícil, mas repleta de apoio. Ao sair, ele voltou a morar na casa de Eliane, dividindo o quarto com seus filhos. Nunca houve questionamento dentro de casa, tanto os filhos quanto o marido de Eliane a apoiavam e acolhiam José. Após o processo de ressocialização, José decidiu voltar para a casa da mãe, em Santos. Aquele homem, que um dia parecia não ter mais esperança, reconstruiu sua vida. Hoje, Eliane o chama de "filho do coração". Ele, por sua vez, a chama de mãe, reconhecendo que foi o amor dela que transformou sua vida. Eliane sempre acreditou que ajudar o próximo não é uma questão de caridade, mas de humanidade. E assim, com sua fé inabalável no potencial de José, ela provou que o amor ao próximo pode, sim, transformar vidas. Assista à história completa no site historiasdeterapia.com/historias Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia
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    7:31

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