Todo dinheiro deixa um rastro, e com o dinheiro do crime não é diferente. Junto com o investigador de polícia Beto Chaves vamos desvendar a lógica financeira do...
O Plano Real está completando 30 anos. Além de criar a nossa moeda, ele pôs fim a uma inflação que durou décadas e chegou a 2.000% ao ano. Ele nos deu a estabilidade. A explicação econômica sobre como isso aconteceu é muito interessante, mas as histórias de quem fez isso acontecer são muito mais. E é isso o que a gente conta neste podcast: uma história real, de gente real, mas cheia de reviravoltas e acontecimentos improváveis que fizeram a gente chegar lá.
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5 – Siga o dinheiro
O chinês Jiamin Zhang, dono de uma pequena loja de roupas, foi preso em 2018, em São Paulo. Em seu escritório, foram apreendidos, ironicamente dentro da máquina de lavar, mais de 330 mil dólares. A vida de comerciante escondia a atividade mais lucrativa de Zhang: operações de dólar-cabo cruzadas entre comerciantes do Brás e da Rua 25 de Março, que precisavam pagar pelas mercadorias adquiridas na China, e narcotraficantes que queriam receber no Brasil o pagamento pela cocaína fornecida para a Europa. No último episódio da temporada, explicamos a complexa engenharia do dólar-cabo, assim como a sua sofisticação com a adoção das criptomoedas, que dificultam ainda mais o trabalho dos investigadores de seguir o rastro do dinheiro.
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4 – Pergunte ao pó
Em 1987, uma grande guerra do tráfico no morro Santa Marta, no Rio de Janeiro, ocupou o noticiário. Chamada a participar do combate ao tráfico de drogas, a Polícia Federal realizou aquela que é considerada a primeira de suas grandes operações: a Operação Mosaico. A operação culminou na morte de Toninho Turco, espécie de capo di tutti capi do tráfico no Rio de Janeiro, revelando suas estreitas relações com Pablo Escobar e o Cartel de Medellín. Mais de 30 anos depois, em 2019, com a adoção de novos métodos de inteligência financeira, foram identificadas operações suspeitas possivelmente ligadas ao tráfico de drogas. Com a Operação Mercador de Ilusões, a polícia desvendeu um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro que havia movimentado 3 bilhões de reais em apenas três anos.
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3 – Um aeroporto na Nigéria
Esse episódio aborda um dos casos mais emblemáticos e misteriosos envolvendo transações internacionais ilícitas e fraude no Brasil: o escândalo do Banco Noroeste. Em 1995, Nelson Sakaguchi, executivo que comandava a diretoria internacional do banco, recebeu um fax com timbre do Ministério da Aviação da Nigéria. Era uma proposta de investimento num fundo destinado à construção de um aeroporto naquele país. A alta promessa de retorno atraiu Sakaguchi. Mas, aparentemente, os donos do banco não sabiam de nada e se surpreenderam quando uma auditoria interna revelou, em 1997, que Sakaguchi havia desviado US$ 240 milhões da instituição. E não havia aeroporto algum....
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2 – O caso Banestado
Entre 1996 e 1999, agências do banco Banestado foram utilizadas para a evasão de mais de vinte e quatro bilhões de dólares. O esquema se utilizou de uma brecha do sistema financeiro, autorizada pelo Banco Central, as contas CC5. Assim, para que dinheiro sujo, fruto de corrupção ou de atividades ilícitas, pudesse ser remetido ao exterior, ou apenas para sonegar o pagamento de tributos e evadir divisas, doleiros foram contratados para efetuar essas operações via contas CC5. Um deles era Alberto Youssef.
Todo dinheiro deixa um rastro, e com o dinheiro do crime não é diferente. Junto com o investigador de polícia Beto Chaves vamos desvendar a lógica financeira do crime organizado.