22/05/2023 - Perspectiva semanal: mercado agro
Olá! Hoje é segunda-feira, 22 de maio de 2023, meu nome é Patrícia Valença, assessora na Diretoria de Agronegócios e trago a vocês as expectativas da equipe de inteligência competitiva do Agronegócio do Banco do Brasil para o movimento de preços no curto prazo para as commodities soja, milho, café e boi gordo. Iniciando com o nosso panorama para soja, é esperado que O mercado siga processando os números divulgados pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que trouxe fundamentos baixistas, como a estimativa de elevação da oferta global da soja. O clima nos EUA seguirá favorecendo o avanço de plantio. Outro fundamento que continuará no radar é o desempenho da economia chinesa, uma vez que esta pode influenciar diretamente a demanda por grãos e, desta forma, pressionar também as cotações. No Brasil, a colheita já alcançou 99%, estando tecnicamente encerrada, confirmando-se a safra recorde. Com as cotações em baixa, os sojicultores deverão permanecer fora do mercado, mantendo apenas negócios pontuais. Assim, o mercado doméstico seguirá pressionado negativamente tanto para o curto quanto para o médio prazo. No tocante ao milho, cabe ressaltar que O Relatório de Oferta e Demanda de grãos divulgado pelo Departamento de Agricultura Americano (USDA) no dia 12 de maio estimou aumento na produção global de milho para Safra 2023/24 em 6,0%, o que representaria cerca de 70 mi t produzidas a mais que no ciclo anterior. Desse acréscimo, a safra norte-americana seria responsável por 56,0% dessa estimativa.Com o plantio estadunidense evoluindo acima da média histórica e o clima até o momento dando condições favoráveis às lavouras, as cotações externas na CBOT têm sido pressionadas, e a continuidade desse movimento pode se repetir na próxima semana, visto que há ausência de fundamentos altistas para a reversão do viés baixista atual. Para o Brasil, o USDA estimou produção na Safra 2022/23 em 130 mi t. O volume é superior à estimativa da Conab (125,5 mi t). A visão do órgão americano em relação à produção brasileira reforça as expectativas de mais uma safra recorde, o que tem deixado os compradores retraídos. Caso esse movimento continue, com a colheita da 2ª safra se aproximando, os preços internos podem se manter enfraquecidos. Para o café, Redução de oferta no Vietnam e previsões de menor produção na Indonésia pressionam preços do conilon. De acordo com o USDA, o Peru, importante produtor de arábica fino, deve produzir 15,5% à mais este ano, cerca de 4,2 mi sacas ante a safra anterior; Incertezas na demanda dos países consumidores e início da colheita no Brasil contrapõem as preocupações com oferta restrita no curto prazo do conilon e do arábica; Ausência de previsões de alterações climáticas de frio e de precipitações até final de maio mantém expectativa favorável ao andamento da colheita brasileira; O Segundo levantamento para a Safra 2023 brasileira da Conab estimou avanço na produção de arábica em 15,9% (37,93 mi sacas) e redução na produção no conilon, em 7,6% (16,81 mi sacas) ante 2022. Redução das exportações nos principais países produtores, como Brasil, Colômbia e Vietnam evidenciam os baixos estoques disponíveis. Colheita ainda incipiente, com compradores pouco ativos, mantendo dúvidas sobre o nível de recuperação dos estoques, tanto de conilon quanto de arábica. E finalizando com o Boi Gordo, cabe destaque à: Divulgação da primeira intenção de confinamento no MT para 2023 pelo IMEA, e informa uma redução no volume de 9,46% frente ao levantamento de abr/22. O instituto ressalta que o volume indicado no 1º levantamento é comumente menor e costuma apresentar ajustes positivos ao longo do ano, de acordo com a movimentação e tendência do mercado. Assim, mesmo com o preço enfraquecido da arroba, o cenário tende a ser otimista para o 1º giro do confinamento. O preço do boi magro, animal de reposição, caiu em todas as praças pecuárias do Brasil. Quanto à alimentação, as projeções são de preços mais atraentes em comparação com o ano passado, principalmente para o milho, importante insumo usado na nutrição animal, que segue em trajetória de queda. Dessa forma, faz-se necessário gerenciar os custos e mitigar o risco da atividade para se obter um resultado satisfatório no empreendimento. O mercado do boi gordo pode apresentar alguma recuperação dos preços apenas no período de transição entre a safra e a entressafra. Para a próxima semana, com a Indústria bem escalonada em sua programação de abate, a tendência é de pressão negativa no valor da arroba. Desejamos a todos os nossos clientes uma excelente semana, bons negócios e até a próxima!