Discutindo diversos temas da atualidade e cultura pop à partir da psicanálise e da antropologia. Agora também com o quadro Sem Freio, disponível no YouTube. Apr...
Este episódio, gravado ao vivo na Autoria Casa de Cultura, aborda como o processo de identificação é essencial para a formação do "eu", mas também como ele pode levar à aniquilação da diferença. A identificação é apresentada como uma dinâmica fundamental para que o sujeito construa sua identidade, reconhecendo e se espelhando em elementos externos. Porém, também é discutido como discursos de massa, sejam eles encontrados em fãs-clubes da cultura pop ou na política, muitas vezes assumem um caráter quase religioso, demandando uma adesão completa e inquestionável.
Esses discursos de identificação total tendem a suprimir ambivalências e diferenças, favorecendo características que reforçam o narcisismo do grupo, enquanto rejeitam tudo que não se alinha a essa identidade coletiva. Além disso, ressaltamos que esse tipo de identificação excessiva impede que o sujeito consiga expressar seus próprios desejos, pois ele está fundido a uma narrativa externa. Essa "cola" entre o discurso cultural e o Eu, que não deixa de ser construído a partir da cultura, sufoca a capacidade do sujeito de produzir uma narrativa sobre si mesmo.
--------
1:15:36
De frente com Lou Salomé
Neste episódio, @raissa.rcastro conta um pouco sobre a história e a teoria da ensaísta e psicanalista russa Lou Andreas-Salomé. Uma mulher livre que viveu em um mundo dominado por homens e conseguiu dar contornos muito interessantes à própria vida. Conhecida como uma femme fatale ou "a mulher que Nietzsche amou", Lou foi julgada por desejar e acreditar que o contrato de casamento é uma forma pouco imaginativa de conceber um relacionamento. Na teoria psicanalítica, ela explorou o narcisismo como uma força criativa e uma vivência de totalidade psíquica, metaforizada pela ligação entre mãe e bebê.
Referências:
Lou Andreas-Salomé (Dorian Astor, 2018);
Minha Vida (Andreas-Salomé, 1931/1985);
Carta aberta a Freud (Andreas-Salomé, 2001)
Coletânea "Sobre o tipo feminino" (Andreas-Salomé, 2022)
Narcisismo como dupla direção (Andreas-Salomé, 2021)
--------
57:39
Entre gênios, críticas e paixões
Neste episódio abordamos o tema do "apaixonamento pela teoria" e como ele pode dificultar tanto as críticas quanto o avanço teórico dentro da psicanálise. Contamos com a presença da pesquisadora Jéssica Baêta, mestre em Filosofia (UFAL) e doutoranda em Psicologia (UFJF), para discutir os desafios que surgem quando a teoria é tratada como um dogma inquestionável.
Falamos sobre os embargos teóricos e o impacto do apego cego às ideias estabelecidas, além de refletir sobre as dificuldades enfrentadas na academia brasileira atual. Analisamos como a posição de totalidade — a visão do "pai deus" na psicanálise — limita a percepção das nuances necessárias para pensar e trabalhar com a psicanálise de maneira crítica e fora do espaço superficial, comumente reproduzido em frases prontas para redes sociais.
--------
56:15
Vício nas redes
Neste episódio, @raissa.rcastro compartilha um insight que teve no meio da madrugada após ler um livro sobre vícios. A partir dessa reflexão, explora a questão dos vícios nas redes sociais e o papel subjetivo do olhar do outro. Você pode ouvir o podcast no Spotify ou em outras plataformas de áudio!
--------
33:50
O começo de tudo
Nessa conversa com a psicanalista especialista em bebês, Anna Ribeiro (@annacostaribeiro), discutimos a importância dos registros infantis e como essa época é até mais angustiante que a vida adulta. Pegando a definição freudiana de angústia: energia livre, a vida da criança se torna bem mais trabalhosa do que supomos do alto do pedestal neurótico. A partir disso falamos sobre escola, cuidadores, corpo e até alienígenas!
Depois que escutar conta para gente o que achou? Quem mais você quer escutar aqui no Só Ladeira Abaixo?
Discutindo diversos temas da atualidade e cultura pop à partir da psicanálise e da antropologia. Agora também com o quadro Sem Freio, disponível no YouTube. Apresentado por @raissa.rcastro e @owlzampiroli