Como as mulheres ganharam espaço no automobilismo
Até alguns anos atrás, a participação de mulheres no automobilismo era baixíssima, elas não estavam nas pistas como pilotos, nem trabalhando como engenheiras nos boxes. Foi nesse cenário tão masculino que Camila Maluf começou sua carreira e aos poucos abriu portas para chegar à liderança e trazer outras mulheres pro setor.
Neste episódio do podscast Liderança Diversas, a CEO da Automotive Business, Paula Braga recebe Camila Maluf, diretora do Circuito Panamericano, o campo de provas da Pirelli.
Nesse bate-papo, as executivas abordam questões sobre a representatividade feminina no automobilismo, relembrando os desafios de Camila na liderança de um campeonato de corrida, e como novas oportunidades surgiram para estimular a diversidade. No episódio, ela detalha ainda como é liderar a pista de testes da Pirelli e os principais desafios da profissão.
Conheça Camila Maluf, diretora do campo de provas da Pirelli
Formada em publicidade e apaixonada por dados, Camila teve uma infância ligada a carros, uma paixão de família que ela herdou. Quando criança, assistia corridas de Fórmula 1 com a família e gostava de ler revistas e jornais especializados.
Em 2005, ela se apaixonou completamente pelo esporte ao assistir pela primeira vez uma corrida em Interlagos, dentro do boxe da equipe da sua família. “Eu lembro que eu estava grávida e o ronco dos motores faziam minha barriga vibrar, e eu fiquei alucinada por aquilo, por ter o privilégio de ver os bastidores de uma competição.”
Movida por essa paixão, ela começou a ajudar a equipe no marketing e, conforme a equipe foi crescendo, ela ganhou uma posição profissional. Com isso, Camila começou a trabalhar na equipe da Ferrari GT3 e, posteriormente, assumiu o Campeonato Paulista de Automobilismo.
“É um ambiente muito masculino, mas eu não me dava conta porque sempre estive dentro do boxe da minha família. Aí assumi o campeonato e ali foi o meu primeiro baque de que estou meio só, não tinham outras mulheres, mas fui muito destemida e encarei.”
Hoje, à frente do campo de provas da Pirelli, seu maior desafio é garantir a segurança de todos os envolvidos nos testes. Por ano, passam 15 mil pessoas pelo circuito.
“Eu sou treinada para pensar no pior, pensar em incêndio, capotamento, nos piores cenários. Nunca tivemos algum caso assim, mas precisamos pensar”, disse Camila. “Um evento de sucesso pra mim é aquele que termina sem acidentes ou incidentes.”