Setor de serviços cresce pelo oitavo mês seguido e bate recorde histórico
O volume de serviços cresceu 0,6% em setembro, na comparação com o mês anterior. Esse foi o oitavo resultado positivo consecutivo, período em que o setor acumulou alta de 3,3%. Com esse desempenho, o setor atingiu o maior patamar de sua série histórica, ficando 19,5% acima do nível pré-pandemia. Na comparação com setembro de 2024, o avanço foi de 4,1%, marcando a 18ª taxa positiva seguida nessa base de comparação. O setor também acumula alta de 2,8% no ano e de 3,1% nos últimos 12 meses, mantendo o ritmo de crescimento observado em agosto.
Entre as cinco atividades pesquisadas, três apresentaram expansão na passagem de agosto para setembro. O destaque ficou com transportes, que cresceu 1,2% e acumula ganho de 1,5% em dois meses, impulsionado principalmente pelos segmentos de transporte aéreo e rodoviário de cargas. O setor de informação e comunicação também avançou 1,2%, recuperando a perda registrada em agosto, enquanto outros serviços cresceu 0,6%, o terceiro resultado positivo seguido. Em contrapartida, serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) e os prestados às famílias (-0,5%) recuaram no mês.
Na comparação com o mesmo mês de 2024, o crescimento de 4,1% alcançou quatro das cinco atividades. O principal impacto positivo veio de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (6,1%), com destaque para o aumento da receita de empresas de transporte rodoviário de cargas, transporte aéreo de passageiros, logística de cargas e concessionárias de rodovias. Também contribuíram os avanços de informação e comunicação (4,9%), serviços profissionais, administrativos e complementares (2,3%) e outros serviços (3,0%), que foram impulsionados por segmentos ligados à tecnologia da informação, consultorias empresariais e atividades financeiras. Já os serviços prestados às famílias (-0,4%) foram o único grupo a registrar retração, pressionados pela queda na receita de espetáculos musicais.
No acumulado de janeiro a setembro, o volume de serviços cresceu 2,8%, também com quatro das cinco atividades em alta. O maior destaque no período foi o ramo de informação e comunicação, com crescimento de 5,5%, reflexo do bom desempenho de empresas de tecnologia e internet. Transportes também mostrou força, com avanço de 2,8%, seguido por serviços profissionais, administrativos e complementares (2,4%) e pelos prestados às famílias (1,2%). O único setor em queda foi o de outros serviços (-1,6%), pressionado por recuos em atividades financeiras.
Regionalmente, o crescimento foi observado em 15 das 27 unidades da federação na passagem de agosto para setembro. São Paulo teve o maior impacto positivo (1,1%), acompanhado por Distrito Federal (8,3%), Rio Grande do Sul (2,8%), Minas Gerais (1,5%), Rio de Janeiro (0,8%) e Bahia (3,3%). Por outro lado, Mato Grosso do Sul (-7,4%), Paraná (-1,4%) e Santa Catarina (-1,2%) lideraram as quedas. Na comparação com setembro de 2024, 23 estados apresentaram crescimento. São Paulo novamente se destacou (5,9%), seguido por Distrito Federal (15,1%), Rio Grande do Sul (6,4%), Mato Grosso (8,3%) e Minas Gerais (1,7%). Já Amazonas (-8,1%) e Piauí (-18,1%) tiveram os piores resultados.
O setor de serviços continua sendo quem tem puxado a economia brasileira desde a pandemia, com maior participação no PIB brasileiro, acima de 70%. O setor tem uma informalidade alta, carga tributária baixa, mão de obra menos qualificada e tira proveito de inovações tecnológicas recentes, como o PIX e as reuniões, eventos e prestações de serviços online. Cada vez mais a economia brasileira vai se encaminhando para uma configuração industrial de serviços, mas isso tudo pode ser revertido com a implantação da Reforma Tributária nos próximos anos. Vamos aguardar!