Setor de serviços tem alta pelo 6º mês consecutivo, puxando a economia
Em julho, o setor de serviços registrou uma expansão de 0,3% em relação a junho. O resultado levou o setor a atingir o maior nível da série histórica, ficando 18,5% acima do patamar de fevereiro de 2020, período pré-pandemia. Na comparação com julho do ano passado, o volume de serviços avançou 2,8%, acumulando 16 meses consecutivos de taxas positivas. No acumulado do ano, a alta é de 2,6%, enquanto em 12 meses, o índice mostra crescimento de 2,9%.
O crescimento de julho foi puxado, principalmente, pelo setor de Informação e comunicação, que avançou 1,0% e voltou ao campo positivo após uma leve queda no mês anterior. Também contribuíram os Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,4%) e os Serviços prestados às famílias (0,3%), que interromperam perdas acumuladas nos meses anteriores. Do outro lado, os Transportes recuaram 0,6%, devolvendo parte do ganho de junho, enquanto Outros serviços caíram 0,2% e registraram a segunda queda seguida.
Na comparação com julho do ano passado, Transportes (4,1%) e Informação e comunicação (4,6%) tiveram os maiores impactos positivos, sustentados por atividades ligadas ao transporte rodoviário de cargas, transporte aéreo de passageiros, logística e serviços de TI. Já os Serviços profissionais e administrativos cresceram 2,5%, apoiados por consultoria em gestão, publicidade e plataformas digitais. Em contrapartida, os Outros serviços (-2,0%) e os Serviços prestados às famílias (-1,8%) pesaram negativamente, especialmente pela queda de receitas em restaurantes, corretoras de valores e serviços financeiros auxiliares.
No acumulado de janeiro a julho de 2025, o setor de serviços registrou expansão de 2,6% frente ao mesmo período do ano anterior, refletindo avanços em quatro das cinco grandes atividades. O destaque ficou com Informação e comunicação, que cresceu 6,0% impulsionado pelo dinamismo das empresas ligadas a softwares, consultoria em TI e suporte técnico. Transportes e serviços auxiliares (2,1%) e Serviços profissionais, administrativos e complementares (2,3%) também mostraram desempenho positivo. Já os Serviços prestados às famílias cresceram 1,3%, beneficiados pela demanda em hotéis, restaurantes e bufês. Em contrapartida, o único recuo veio de Outros serviços, que caiu 2,2%.
Regionalmente, 12 das 27 unidades da federação registraram crescimento frente a junho. Santa Catarina (0,9%), São Paulo (1,7%), Paraná (1,7%), Mato Grosso do Sul (5,7%) e Rondônia (10,9%) puxaram os resultados positivos. Já Minas Gerais (-0,7%), Rio de Janeiro (-1,8%) e Amazonas (-3,5%) apresentaram os maiores recuos. Na comparação anual, o avanço nacional de 2,8% foi sustentado principalmente por Paraná (4,9%), São Paulo (6,0%), Mato Grosso (6,2%) e Mato Grosso do Sul (15,9%), enquanto Minas Gerais (-2,0%), Bahia (-2,6%), Distrito Federal (-2,8%) e Rio de Janeiro (-2,9%) lideraram as perdas.
O setor de serviços, que representa 70% do PIB nacional, vem sustentando um crescimento mais forte da economia desde a pandemia. A indústria tem andado de lado, o agronegócio cresce, mas representa pouco do PIB, deixando a economia brasileira muito dependente de um setor que hoje tem carga tributária mais baixa, alta informalidade, baixa dependência do crédito, que por sinal está muito caro, e emprega mais.